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“Ele tá aí fora”, diz vítima de violência doméstica em bilhete

A mulher, de 27 anos, era mantida em cárcere privado pelo agressor, seu marido, e fez a denúncia ao sair para sacar o benefício do Bolsa Família

Por Da Redação
Atualizado em 26 mar 2021, 08h35 - Publicado em 4 mar 2021, 19h17

Uma ida ao banco salvou a vida de uma vítima de violência doméstica no Distrito Federal na última segunda-feira (1º). Segundo o G1, a mulher, de 27 anos, entrou na agência bancaria sozinha por conta das medidas sanitárias e aproveitou para entregar um bilhete com a seguinte frase: “Você pode me ajudar”. O recado estava acompanhado do um “Xis”, símbolo para pedir socorro neste tipo de agressão.

Enquanto o marido ligava com insistência, ela sacou o benefício do Bolsa Família e foi acolhida pelo funcionário da agência, que a entregou outro papel para dar continuidade à conversa.

A mulher escreveu o seu endereço e recomendou que os policiais insistissem, caso ninguém atendesse ao chamado. “Depois que ela foi embora, fiquei procurando uma forma de ajudá-la. Fizemos uma pequena reunião para ver o que poderíamos fazer”, disse o funcionário ao G1.

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(PMDF/Reprodução)

Assim que ela foi embora, o bancário buscou ajuda na 13ª Delegacia de Polícia, de Sobradinho, só que não conseguiu registrar a ocorrência. “Ele leu, leu, olhou o papel e disse que era jurisdição de Planaltina porque a mulher morava lá. Eu questionei se ele não poderia fazer contato com alguém, mas ele não deu a mínima pra mim”, revelou.

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A segunda tentativa aconteceu por meio de uma ligação à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), que também não obteve sucesso. “Um homem atendeu e disse que era pra denunciar no 197, porque tinha que apurar se aquilo era verdade mesmo (….) Sobra burocracia e falta empatia. Cheguei no outro dia no banco desnorteado”, desabafou.

O auxílio veio de uma outra colega de trabalho, que também é coordenadora da Central Única das Favelas (CUFA-DF), Juliana Gomes da Silva. Ela tirou fotos dos bilhetes e enviou a uma amiga, que é policial militar. Segundo a PM, os atendimentos anteriores serão investigados.

Desfecho

Com o contato feito por meio de Juliana, policiais militares do grupo de Prevenção Orientada à Violência Doméstica e Familiar (Provid) foram duas vezes ao endereço, sendo que só na segunda vez encontraram a vítima e seus dois filhos, um menino de 1 ano e 7 meses e uma menina 5 anos. Ela confirmou a autoria dos bilhetes.

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(PMDF/Reprodução)

“Ela confirmou que o marido fazia agressões verbais. […] Percebi que ela estava com medo. Não é de hoje que ela é vítima de violência doméstica”, informou Sérgio Borges, sargento da Polícia Militar.

A mulher já havia denunciado o agressor em 2019. “Agora é com a Justiça. A nossa parte a gente fez. Ela pode receber medida protetiva e, dependendo do entendimento, o juiz expede mandado de prisão pra ele”, disse o sargento.

A mulher e os filhos foram encaminhados a um abrigo, destinado a vítimas de violência doméstica. Já o agressor não havia sido localizado até esta quarta-feira (3).

“Esse caso foi muito emblemático. A primeira coisa que o agressor faz é impedir a mulher de se comunicar. Essa vítima, ao ter oportunidade de sair de casa, resolveu pedir ajuda e as pessoas entenderam o recado. Isso mostra como a sociedade está mais atenta. Esse é o caminho”, explicou a Secretária da Mulher do DF, Ericka Filippelli.

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