Viúva de Champignon, do Charlie Brown Jr, fala sobre suicídio com Bial
Claudia Bossle falou com Pedro Bial sobre a morte de Champignon e, com especialistas, discutiram prevenção mitos e verdades sobre suicídio.
Na noite de quinta-feira (26) o programa Conversa com Bial falou sobre suicídio. O tema, ainda um grande tabu na sociedade, foi debatido pelo psiquiatra Neury Botega, a psicóloga Karen Scavacini e o jornalista André Trigueiro, além da cantora Claudia Bossle, viúva do músico Champignon, ex-baixista da banda Charlie Brown Jr., que em setembro de 2013 tirou a própria vida.
Claudia, que na época da morte do marido estava grávida de quatro meses da filha Maria Amélia, que hoje tem 4 anos. “Eu não imaginava que ele seria capaz desse ato. Porque nós falávamos sobre isso (…) quando o Peu (músico que tocava com Pitty) se suicidou ele disse ‘como ele foi fazer isso? É o pior tipo de morte’. E resumindo, ele disse ‘eu acho que quando o cara faz isso é falta de fé. Ele perdeu a fé na vida'”, ela contou para Bial.
O apresentador a questionou se não havia nenhum sinal de que o músico pudesse tirar a própria vida, e Claudia contou que após a morte de Chorão, que era o vocalista do Charlie Brown Jr e morreu em março de 2013 em decorrência de uma overdose de cocaína, ela “sentiu algumas coisas diferentes”. Ela disse que o baixista tinha episódios de irritabilidade, de tristeza. “Depois eu encontrei nos cadernos de música dele coisas que andava escrevendo que falavam ‘vivendo em um pesadelo que nunca tem fim’ (…) pensamentos bem conturbados.
Claudia diz que o momento mais difícil, para ela, é agora, criando a filha Maria Amélia sem o pai. “Na escola ela vê os amiguinhos, as crianças muito ingênuas, e ela conta: ‘meu papai morreu'”. Eu conto, de uma forma lúdica, que o pai virou uma estrelinha, e quando ela vê uma estrela ela diz ‘o papai chegou, vem vê o papai'”. Bial perguntou então se ela já pensou em como contar para a filha como o pai morreu, e Claudia diz que “esse vai ser o maior desafio”.
A viúva de Champignon ainda falou que a ideia de suicídio passou pela própria cabeça, depois da morte do marido: “O desespero é tão grande, eu queria me encontrar com ele. Mas eu tinha minha força, né? Eu tinha minha força maior, eu jamais poderia fazer isso com ela (se referindo à filha que estava gestando)”.
Os especialistas presentes no programa falaram sobre prevenção de suicídio, tabus, mitos e verdades. O psiquiatra Neury Botega deu dicas de como falar com pessoas que ameaçam cometer suicídio. Em um momento em que o número de suicídios aumenta, e em meio a casos recentes de suicídio de jovens, é cada vez mais importante falar com responsabilidade sobre o tema.