Thiago Fragoso revela como a paternidade transformou sua vida
Brilhando intensamente em O Astro, Thiago Fragoso conta como se divide para dar atenção ao filho sem descuidar da profissão
“Você fica naquele mergulho intenso de amor com aquela criança”, diz Thiago sobre o nascimento do filho
Foto: Rafael França
Todo clichê é pertinente quando um pai fala de seu filho. E não poderia ser diferente quando Thiago Fragoso comenta as gracinhas de Benjamin, de 5 meses, fruto do seu casamento com a atriz Mariana Vaz. O ator se derrete quando o assunto é o herdeiro e confessa que a paternidade, realmente, transformou sua vida. “Todos os clichês são verdadeiros. É um amor que você nunca sentiu na sua vida. O dia em que ele nasceu, eu chorei, chorei, chorei… É um mergulho intenso de muito amor”, revela o paizão de primeira viagem.
Prestes a completar 30 anos, em novembro, Thiago vive uma boa fase tanto na vida pessoal quanto na profissional. Em O Astro, ele dá vida a Márcio Hayalla, que Tony Ramos interpretou na versão original escrita por Janete Clair, em 1977. “É um desafio muito grande fazer esse personagem. Ele não permite simulação. Márcio acredita que o dinheiro corrompe o homem”, avalia.
Como a paternidade transformou sua vida?
Mudou tudo, mas é tão difícil precisar alguma coisa. É muito clichê para a gente falar, mas é um amor que você nunca sentiu na vida, só tendo pra você saber. O dia em que ele nasceu, eu chorei muito. Fui pra perto dele e cantei, e ele se acalmou rapidinho. Mas é estranho vê-lo fora da barriga da mãe porque é seu filho e você nunca o viu. Alguém me apresenta? (risos) E, logo depois, você fica naquele mergulho intenso de amor com aquela criança e passa a reconhecer seus gestos nele. É uma viagem muito maluca. Ele espreguiça e eu me pergunto se ele está me imitando ou sou eu que o imito. É algo maravilhoso!
Você mal terminou Araguaia e já caiu de cabeça para fazer O Astro. Como você curte seu filho em meio a tantos compromissos?
Eu dou meu jeito. Ele nasceu durante Araguaia. A equipe de produção e Marquinho Schechtman (diretor-geral de Araguaia), que é um lorde inglês, foram maravilhosos comigo. Eles fizeram questão de que eu ficasse os cinco dias, que o pai tem direito por lei, para curtir esse momento com meu filho. A equipe estava até tentando conseguir um jeito para eu ficar mais tempo, mas ele nasceu de surpresa e aí não conseguimos. Mas deu tudo certo. Eu dormia com ele toda noite e ajudava Mariana, porque ela fez cesárea e não podia se mexer por causa dos pontos. Trabalhava o dia inteiro e, de noite, cuidava dele. Virava a noite. Tinha momentos em que eu pensava que não ia aguentar o tranco, mas, no fundo, sabia que conseguiria conciliar.
O ator em Araguaia e com o trompete de Márcio Hayalla em O Astro
Foto: Divulgação – Rede Globo
E você não pensou em recusar esse trabalho para curtir mais a família?
Não. Nem um pouco. De forma alguma. Justamente por causa do meu filho. É o momento que, se eu tiver que emendar dez novelas, eu irei emendar (risos). O sentido de responsabilidade aumenta. Eu tenho filho… Quero dar conforto para ele, um bom estudo. Essas questões ficam muito fortes na sua cabeça. Neste momento, eu estou privilegiando isso. Nunca recusei trabalho. E também foi um convite do Roberto Talma. Isso é irrecusável. Só não rolaria se eu estivesse preso na Tanzânia (risos).
Em 1977, Tony Ramos interpretou o Márcio Hayalla. Como está sendo para você viver esse papel?
É um desafio muito grande fazer o Márcio. Ele é um personagem em carne viva. Não permite simulação. Eu tenho que fazer tudo visceralmente. Se não for pra isso, é melhor nem fazer a cena. O Márcio é de extremos. Ele tem momentos de euforia e outros de depressão. Ele não é materialista. É extremamente sincero. Acha que o dinheiro corrompe o homem e tem ojeriza pelo negócio da família. Mas, quando o Salomão morre, assume o Grupo Hayalla. E será ele quem irá conduzir a investigação para descobrir quem matou seu pai.
E como foi gravar a cena em que ele ficou nu durante a festa do pai?
A cena foi muito bonita. É simbólica porque representa o despir do materialismo, da cobrança da família e do controle do pai. O importante é contar a história. Ator não deve ter pudores. Na hora do valendo, eu me joguei na cena. Fiquei extasiado!
E como compõe o Márcio? Quando eu soube que iria participar desse projeto, achei que deveria emagrecer para fazer o Márcio. Eu ainda estava fazendo Araguaia. Eu perdi 10 kg. Comecei a estudar a vida de São Francisco de Assis. Paloma Riani (preparadora de elenco) me sugeriu trabalhar com a Helena Varvaki, que é uma preparadora corporal fantástica. A gente trabalhou o corpo do Márcio.
Você já tocava trompete? Ou aprendeu para o personagem?
Eu já tocava tuba. Fiz intercâmbio nos Estados Unidos e lá aprendi a tocar. Não vai perguntar o porquê de tuba? (risos)
Por quê (risos)?
Porque o meu melhor amigo tocava tuba e ele disse que na banda dele tinha vaga para tuba. Então, vai tuba mesmo (risos). Daí, ele me ensinou. As posições dos dedos são muito parecidas com as do trompete. A embocadura é que é bem diferente. Foi mais fácil acessar o trompete. Fiz uma aula e peguei as músicas para simular os dedos para a cena.