Thalita Carauta e Rodrigo Sant’Anna comentam o sucesso de Janete e Valéria
Os cariocas Thalita Carauta e Rodrigo Sant'Anna comemoram a aceitação do público a seus personagens, Janete e Valéria, no Metrô Zorra Brazil
Valéria e Janete caíram merecidamente nas graças do público
Foto: Divulgação – Rede Globo
Quem espera sempre alcança. Que o digam os cariocas Rodrigo Sant’anna, de 30 anos, e Thalita Carauta, de 28. Depois de muito batalharem pela carreira, os atores, parceiros há 11 anos na arte de fazer rir, finalmente podem dizer que valeu a pena tudo o que viveram antes de explodirem no Zorra Total com os hilários personagens Valéria e Janete. “Fiquei quatro anos na Turma do Didi e estou há dois no Zorra Total. Chamaram-me para protagonizar a novela das 6, mas eu deixei para o Cauã Reymond”, brinca Rodrigo.
O rosto de Thalita também não é desconhecido. A atriz fez parte do elenco de Páginas da Vida (2006), além de várias participações no seriado A Diarista (2003), entre outras produções da TV Globo. “A peça Os Suburbanos, que nós encenamos, foi um divisor de águas nas nossas carreiras. O produtor de elenco da novela foi ver a peça e me chamou para fazer um teste. Maurício Sherman (diretor-geral do Zorra Total) também assistiu e nos levou para o Zorra Total. Enfim, tudo aconteceu na hora certa”, afirma a atriz. Mas os humoristas deixam claro que pouca coisa mudou e que os pés continuam bem fincados no chão. “O carinho do público não tem preço. Mas continuo com o meu Fusquinha”, brinca Thalita. “E eu nem tenho Fusca, gente!”, diverte-se Rodrigo.
Thalita Carauta e Rodrigo Sant’Anna trabalham juntos há 11 anos
Foto: Rafael França
Como tem sido a repercussão de Valéria e Janete nas ruas?
Thalita Carauta – A gente percebeu um retorno grande do público. Rodrigo está em cartaz com um espetáculo; antes, ele fazia uma sessão e agora faz cinco, todas lotadas. O pessoal fala direto os bordões e, no meu caso, perguntam se eu coloco uma prótese dentária. Muita gente comenta só da Janete e não sabe que eu faço também a Clarete (no quadro da Lady Kate), de tão diferentes que as personagens são.
Rodrigo Sant’anna – Valéria não existia no espetáculo e, como o sucesso veio muito rápido, eu tive de acrescentar essa personagem porque as pessoas ficam pedindo-a. É muito legal.
Os personagens de vocês no Zorra Total já vieram prontos do teatro?
RS – Vieram. Valéria é uma criação minha, que o Maurício Shermanviu na peça e gostou.
TC – Os personagens vieram do espetáculo Os Suburbanos. Acrescentamos coisas, como a peruca, que na peça a Valéria não usava. Na teatro, Clarete não chupava dedo… A gente deu um coloridinho para o Zorra.
Se a Valéria e a Janete já existiam, por que demoraram tanto para estrearem no programa?
TC – O processo foi natural. A gente começou com a Clarete e o Admilson, no quadro da Lady Kate, que nos recebeu de braços abertos. As coisas têm seu tempo mesmo. Há o tempo da gestação da personagem, de o público gostar, de se acostumar…
RS – E o público que gosta é das mais diversas idades.
Thalita e Rodrigo com Katiuscia Canoro no quadro de Lady Kate
Foto: Divulgação – Rede Globo
Vocês ainda têm muitos tipos para trazer para o Zorra Total?
RS – Temos. No meu espetáculo, eu faço oito personagens, incluindo a Valéria. A gente sempre fica pensando em trazer coisas novas e isso nos dá até uma certa angústia. Eu e Thalita já éramos uma dupla antes do Zorra. E a gente fica se perguntando o que é que vamos fazer, qual será o próximo personagem que traremos. Depois que você faz sucesso com um tipo, já é cobrado num outro patamar. O próximo tipo tem que vir, no mínimo, na mesma altura.
E quando chega a hora de emplacar mais um tipo? Dá para prever isso?
TC – É uma preocupação nossa porque a gente sabe que esse personagem é uma febre que pode acabar a qualquer momento. Tem que estar sempre pensando qual vai ser o próximo trabalho. No caso da Valéria e da Janete, o Sherman nos pediu novos personagens. Ele nos dá esse espaço para mostrar tipos novos e, para isso, a gente deve ter sempre uma carta na manga.
Valéria e Janete existem mesmo?
TC – Não tem uma pessoa específica que a gente tenha “pego”… É uma mistura mesmo. A gente tem o mesmo universo que é o do subúrbio. No caso da Janete, optei pela inocência. Demorei muito para conseguir construí-la.
RS – Vivi muito tempo no subúrbio e uma das características dos meus personagens é a espontaneidade que as classes menos favorecidas têm. Morei em Quintino e fui criado no Morro dos Macacos (em Vila Isabel) até os 18 anos. Transitei muito nesse universo descompromissado com o ser correto socialmente. Acho que é isso que eu procuro trazer para esses personagens. Se a pessoa é feia, a personagem fala na cara. Acredito muito no humor espontâneo, de falar o que vem à cabeça. Valéria já dá um corte antes que a pessoa pense em mexer com ela ou com a Janete. É uma autodefesa. E as duas são amigas mesmo (risos).