Quando perguntamos o que diria às mulheres que sofrem violência doméstica, como ela sofreu, Luiza Brunet respirou, secou uma lágrima e falou como se a vítima estivesse na sua frente:
“Olha, eu ainda estou superando. Você também pode. Tem que prestar atenção no limite que você suporta e se tocar: é hora de parar. Não importa a sua idade nem se tem condições físicas e financeiras. Seja durona para encarar a perda de um amor, de um casamento. A partir desse momento, não permita que a agressão se repita. Se tiver crianças, peça para ficar um tempo na casa de alguém. Toda mulher tem um familiar, uma amiga. Faça qualquer coisa. Você só não pode entrar em depressão, porque romper com a violência requer prontidão. E não dá para transferir para terceiros. É com você. Se não tem emprego ou profissão, arrume algo para sobreviver. Há mil formas, mesmo sem diploma. Melhor sair viva e em tempo de recuperar a autoestima. Eu fiz isso. Sei que tenho uma situação estruturada, posso pagar um advogado. Mas existem Justiça gratuita, defensores pagos pelo Estado e abrigos públicos para um socorro emergencial. Violência não é só furar um olho. Você não merece ser chamada de feia, gorda ou ouvir que sua comida é uma merda. Também não merece socos, chutes… a morte. Reagir será bom para você e seus filhos. Agora, pare de chorar, culpar o parceiro, o mundo. A Justiça está aí para punir o agressor. A você cabe enfrentar e partir para outra”.
Esse trecho faz parte da reportagem de capa da CLAUDIA de setembro, que apresenta a entrevista exclusiva da nossa editora Patrícia Zaidan com Luiza Brunet. Leia os bastidores da reportagem, na coluna da editora.
Em entrevista exclusiva, na #CLAUDIAdesetembro, a empresária, modelo e atriz conta pela primeira vez sobre o episódio sofrido há quatro meses e enfatiza sua luta para que as mulheres não tenham medo de denunciar seus agressores. Na mesma edição, CLAUDIA relata a rotina dentro de uma Delegacia da Mulher, em São Paulo, e a história de anônimas vítimas de violência de gênero. Queremos, com essas reportagens enfatizar a importância de transformarmos a situação da mulher no Brasil, quinto país com a maior taxa de feminicídio no mundo.