Rodrigo Faro: “Nunca haverá um novo Silvio Santos na TV brasileira!”
O astro fala do mestre que o homenageou recentemente e celebra o primeiro ano de seu 'Hora do Faro'
O apresentador, cantor e ator Rodrigo Faro anda mais alegre do que de costume. Ele está comemorando um ano de Hora do Faro, que, segundo a Record, chegou a momentos de liderança por domingos consecutivos. Desde 2008 na emissora, o astro só coleciona vitórias. Comandou o Ídolos (de 2008 a 2011), a Fazenda de Verão (em 2012) e O Melhor do Brasil (de 2008 a 2014), antes de assumir a cobiçada tarde de domingo, na qual concorre, por exemplo, com o programa Eliana, do SBT, e com parte do Domingão do Faustão, da Globo.
Se a carreira vai de vento em popa, a vida pessoal também deslancha por águas tranquilas. Com vocação para a felicidade, o gato sabe manter acesa a paixão pela esposa, Vera Viel, mãe de suas três filhas: Clara, 9 anos, Maria, 6, e Helena, 2.
Na entrevista a seguir, Rodrigo fala de suas conquistas e da experiência que viveu ao “substituir” Silvio Santos durante o Troféu Imprensa no dia 12 de abril. A brincadeira de Silvio, na verdade, foi uma homenagem dele ao animador que está com tudo e um pouco mais. Confira!
No Troféu Imprensa você disse ao Silvio que nem conseguiria dormir depois de ocupar o lugar dele por alguns minutos. E aí, dormiu?
Não consegui mesmo! Nem quando gravei o Troféu, nem no dia em que ele foi ao ar… E até hoje estou com essa cara, de que a ficha não caiu direito. Não só pelo prêmio, o meu sexto. Mas pelo Silvio ter passado a atração para eu comandar.
O que sentiu na hora?
Fiquei anestesiado. Pensava: não é possível que ele esteja entregando o programa para mim. Comecei a lembrar de toda minha batalha, de tudo que vivi. Eu me emocionei mesmo. O mais legal foi assistir depois. E ver a alegria do Silvio, se divertindo enquanto eu apresentava, não tem preço.
Tem vontade de ser comparado ao Silvio?
Não, nem posso ter. Nunca haverá um novo Silvio Santos na TV brasileira! O máximo que posso querer é ser um comunicador querido pelo país afora, e, graças a Deus, as coisas estão caminhando nesse sentido. Vejo pelo carinho que recebo de pessoas de todas as idades e pela audiência do programa.
Faro levou o Troféu Imprensa de Melhor Apresentador
Nos bastidores, rolou convite para você ir para o SBT?
Não teve isso, mas todo ano falam a mesma coisa, porque geralmente quando acaba a gravação do Troféu Imprensa eu almoço com a diretoria do SBT. Mas a Record sabe da minha postura, sou ético, transparente… E minha multa é altíssima, complicada para pagar, ninguém vai querer assumi-la (risos).
Que balanço faz de Hora do Faro, que completa um ano?
Era um sonho ter um programa no domingo e o realizei. A consolidação, chegar à liderança, nunca imaginei que aconteceria tão rapidamente… Só estava brigando para ganhar meu espaço. O Silvio tem mais de 40 anos de televisão, o Faustão, 30 e poucos, a Eliana, 25, aí cheguei eu conquistando isso tudo nos últimos meses!
Você vem mantendo a vice-liderança e até teve momentos de liderança absoluta. Isso se deve a quê?
A tudo. No domingo é preciso inovar sempre, porque as pessoas enjoam fácil. Temos de buscar quadros diferentes e até outras maneiras de apresentar. Tenho de ser o Rodrigo que brinca, que é sério, que traz emoção, que fala com as crianças e com os idosos.
Já planeja fazer seu programa ao vivo?
Teríamos de repensar tudo. São quatro quadros com uma hora cada e muitas mudanças de cenários. Não vou mexer em time que vai bem, né?
Com qual comunicador você não gostaria de brigar pela audiência?
Já concorri com quase todo mundo… Luciano Huck, Raul Gil, Netinho de Paula, Gilberto Barros, Faustão, Eliana, Carlos Alberto de Nóbrega, Ratinho. Mas nunca penso quem vai me dar trabalho, simplesmente vou pra guerra com tudo, não tem jeito (risos). Quando você vira apresentador tem de se entregar, pois, se não dá certo, não vão dizer que é problema com o conteúdo, mas que o apresentador não é bom.
Mudando para a vida pessoal, como é a rotina com suas filhas?
Meu dia é loucura total, pois não paro de gravar um minuto. Recentemente, voltei tarde do trabalho e minhas filhas estavam me esperando para as lições de casa. Sentei com a Clara para estudar ciências e em seguida com a Maria para ver o português. Elas só foram dormir depois disso. Apesar da correria tento ser o pai mais presente possível.
Como se livra das cantadas das mulheres?
Sabe que já não me cantam mais tanto assim! Estou falando sério! Mostro tanto minha família na televisão que, às vezes, vou a algum lugar mais discreto para não causar tumulto e as pessoas me descobrem porque viram a Vera ou as meninas. Atualmente, as mulheres admiram esse meu lado pai e marido. Percebo que não é atração física. Quando eu era ator as cantadas rolavam muito mais.
Mas tem sempre uma fã mais atrevida, não?
Gente, olha só o tamanho e a grossura da aliança que a Vera colocou em mim (ele exibe a joia). É quase um dedo inteiro. Seguro o microfone e ela brilha (risos).
Você se considera um metrossexual?
Nada, olha só as minhas unhas, os calos nas mãos, não passo creme… A única coisa que tenho aqui no camarim é um xampu dois em um porque tenho preguiça de passar condicionador no cabelo. Gosto de me cuidar, mas como de tudo e não tenho essa alimentação especial, tipo suco detox e etc.
Só tem mulher na sua vida… Além da esposa e das filhas, você foi criado pela avó (dona Di) e pela mãe (Vera Lúcia)… Em algum momento se sentiu machista?
Não tem como. Fui educado segundo o olhar de uma mulher. Então todas as minhas conversas com relação a diversos assuntos surgiram do ponto de vista de duas mulheres incríveis: minha mãe e minha avó. A primeira vez que fui falar de amor, de namorada, foi com minha mãe e não com meu pai (Gil Vicente Faro, já falecido). Esse foi o referencial, onde aprendi. E mulher é tão interessante, tem um leque de nuances em vários aspectos. O mundo delas é muito mágico. Tão mágico que Deus só me deu mulheres (risos).
Mas tem vontade de ter um filho homem?
Não saberia mais criar um homem. Em minha casa tudo é rosa e lilás, só tem um begezinho que salva no quarto da Helena.
Como é o país que sonha para as suas princesas?
Temos de tentar formar seres humanos melhores. Precisamos de pessoas que pensem mais nos outros ou tenham mais medo de Deus, por exemplo. Sabe algo assim?! A lei do retorno! As pessoas são muito egoístas, pensam nelas o tempo inteiro… Parece um pouco piegas o que vou falar, mas queria uma geração mais amorosa, que se preocupasse com o próximo e, assim, talvez a gente tivesse governantes preocupados com os outros. E, assim, traduzissem isso em leis, saúde e educação.
Filhas lindas, sucesso na vida pessoal e profissional. O que tem mais a pedir?
Para mim peço é muita saúde a fim de aguentar a correria que está minha vida. Mas nesses últimos 12 meses estou realizando o sonho que jamais imaginei que iria acontecer (o programa no domingo com o nome dele). É tanta coisa boa rolando que só posso pedir saúde para continuar aprendendo cada vez mais. E agradecer a cada brasileiro que me assiste!