Julio Rocha: “Nunca pensei que fosse receber o rótulo de galã”
O médico de Amor à Vida conta como foi se preparar para o personagem e como mantém o corpo, e que corpo, em forma
Julio Rocha
Foto: Divulgação/TV Globo
Aos 33 anos, Julio Rocha não se incomoda com o rótulo de galã e garante que isso só faz bem para a autoestima e que soma ao trabalho dele. Apesar de o bonitão arrancar suspiros da mulherada que curte a novela, ele está comprometido com a advogada Patrícia Gutkoski. Eles estão tão apaixonados que já pensam no futuro, planejam ter uma casa cheia de filhos e dividem um sonho em comum: adotar uma criança!
Um dos temas da novela é a adoção, que é um sonho seu. De onde veio essa vontade?
Tenho um tio que foi adotado. A minha avó o achou em uma caixinha de papelão em um mercado e ele é muito querido, ou seja, cresci com um tio que amo e que foi adotado. Por isso, acho a adoção uma das coisas mais lindas e preciosas. Quando eu e a Patrícia conversamos, sempre surge o assunto adoção, temos esse sonho em comum. Para mim, pai e mãe são aqueles que criam.
Outro assunto que é abordado em Amor à Vida é a homossexualidade. Tem os assumidos Niko (Thiago Fragoso) e Eron (Marcello Antony) e o Félix (Mateus Solano), que é obrigado a ficar no “armário”. Para você, qual é a importância de tratar esse tema numa novela das 9?
Apesar de ter algumas células que demonstram que existe preconceito no nosso país, acho que o povo brasileiro é muito amoroso no aspecto geral. É um povo muito humano. Acredito que o Brasil esteja recebendo essas histórias de braços abertos. Essa abordagem é extremamente importante, porque está retratando o que a nossa sociedade tem vivido. De um lado, um casal (Niko e Eron) que tem uma união estável, é assumido e querido pelos amigos e, de outro, o Félix, que tem que ficar dentro do armário porque a família quer que ele mantenha as aparências. O brasileiro é um povo muito respeitoso, apesar de termos os casos de agressão na Av. Paulista, de termos um pastor, um homem da política, que faz colocações infelizes. Não acredito que seja esse tipo de pessoa que representa o país.
O Jacques é um personagem que quer se dar bem a todo custo…
Ele é competente, ambicioso, comunicativo, um cara sedutor, que sabe o que quer e onde quer chegar. Está sempre no lugar certo na hora certa. Tem vontade de crescer, pensa grande mesmo.
Mateus Solano e Julio Rocha são Félix e Jacques, de Amor à Vida
Foto: Divulgação/TV Globo
A relação do Jacques com o Félix é só por interesse mesmo ou pode pintar um sentimento no futuro?
Acho que eles se tornaram grandes amigos, apesar das intenções do Félix. O Jacques vislumbra chegar o mais alto que puder dentro do hospital e acaba sendo uma relação de “amizade” na qual os dois querem sair ganhando. Rola uma afinidade, mas o Jacques não retribui exatamente do jeito que o Félix quer.
E como está sendo contracenar com os atores do seu núcleo?
Adoro os momentos de espera nos bastidores porque, enquanto não estamos gravando, rolam conversas muito legais. Criei uma amizade bacanérrima com o Ary (Fontoura) e com o Mateus (Solano). Sou muito fã do Mateus, o admiro há muito tempo e poder trabalhar com alguém que você admira é demais. Ele é um cara simples, extremamente audacioso em cena, porque propõe muito, então, está sendo incrível contracenar com ele!
Como foi a preparação para o papel?
Fui para o Hospital Copa D’or, no Rio de Janeiro, e assisti a uma retirada de tumor no pulmão. Além disso, eu me baseei em algumas experiências pessoais, que prefiro não comentar nesse momento, que me fizeram ter bastante contato com esse ambiente hospitalar e com os médicos. Nem sempre o ator consegue se envolver na atmosfera do personagem, seja por falta de tempo ou de oportunidade, mas dessa vez consegui e acredito que essas experiências tenham contribuído bastante para a criação do Jacques.
Você está fazendo um sucesso danado com a mulherada. Incomoda o fato de ser considerado galã?
Incomoda muito (risos). Até comecei a tomar calmantes naturais (risos). Adoro! Nunca pensei que fosse receber o rótulo de galã, mas se ele veio para complementar o meu trabalho só posso agradecer. Não tenho preocupação nenhuma com isso.
Julio exibindo os músculos
Foto: Du Borsato/Divulgação
E não rola briga em casa por ciúme do assédio da mulherada?
Não, a Patrícia é tranquila e a gente se ama. O assédio é sempre grande, mas ela lida com isso da melhor maneira possível. Já estamos juntos há quase dois anos e temos um jeito carinhoso de tratar os fãs. Eles representam minha evolução na TV, no teatro, como ser humano; é bacana.
Como cuida do corpo?
Meus pais me colocaram desde cedo para praticar esportes, então acho que isso ajudou a manter a forma. Fora isso, procuro cuidar da alimentação e não tenho tendência a engordar.