Jayme Monjardim: “Sei que me expus demais. E estou apavorado”
Confessa o diretor e filho da intensa Maysa, sobre a minissérie que fascinou o Brasil

Jayme Monjardim diz ser bem-resolvido
com as lembranças da mãe
Foto: Ernani D’Almeida
Sinto-me realizado! É assim que o diretor Jayme Monjardim analisa a exibição da minissérie Maysa – Quando Fala o Coração, que terminará dia 16 de janeiro. Não é à toa. O trabalho tem sido elogiadíssimo pelo público e pela crítica e conquistou altos pontos de audiência. E tem uma peculiaridade impressionante: ele retrata a polêmica carreira e vida da saudosa estrela da MPB, que era mãe de Jayme. Aliás, a vida e os conflitos do próprio diretor estão expostos nos nove capítulos da minissérie.
Imagens de Maysa e Jayme Monjardim
Mas esta não é a primeira vez que Jayme tenta traduzir Maysa, morta em um acidente de carro na ponte Rio-Niterói em 1977, numa obra de ficção. Em 1979, aos 23 anos, ele produziu um curta-metragem sobre ela.
“Foi uma homenagem após dois anos de sua morte. Por isso, acho que ela me direcionou para a carreira que escolhi”, acredita Monjardim, que dirigiu sucessos como Pantanal (que acaba de ser reprisada pelo SBT), Terra Nostra (Globo, 1999) e O Clone (Globo, 2001).
Agora ele celebra a cantora mais uma vez, porém, com o escritor Manoel Carlos, com quem fez uma parceria brilhante na novela Páginas da Vida (Globo, 2006). Apesar de decidido e com o aval da Globo, Jayme confessa: ficou um pouco temeroso, a princípio.
“É preocupante dirigir a obra de uma cantora famosa e polêmica. Ainda mais sendo filho dela. Porque as pessoas logo pensaram: ‘Será que ele vai ser imparcial?'”, admite Monjardim.
Dizendo-se bem-resolvido com as lembranças da mãe, ele falou com exclusividade à tititi. Veja que emocionante.