Ittala Nandi é a sensação da garotada
A atriz se diverte quando as crianças pedem que ela as transforme em mutantes
Para Ittala, Caminhos do Coração é uma
revista em quadrinhos em movimento
Foto: Divulgação / Rede Record
A novela Caminhos do Coração é, mesmo, um sucesso entre a garotada. E quem faz a alegria da galerinha, por mais incrível que pareça, é a doutora Júlia, interpretada por Ittala Nandi.
Ela incorpora a médica que criou os mutantes da história. Veterana de cinema e teatro – ao todo são mais de 20 filmes e 30 peças -, Ittala adora o carinho recebido do público infantil. “As crianças não têm esse discernimento do que é certo ou errado. O que elas querem é que a doutora Júlia as transforme em mutantes como se fosse mágica”, revela a atriz, divertindo-se. A estrela começou a carreira em sua cidade natal, Caxias do Sul (RS). Nos anos 60, em São Paulo (SP), foi pioneira do Teatro Oficina, no qual atuou em peças como Os Pequenos Burgueses, Os Inimigos e O Rei da Vela. Na TV, fez O Pulo do Gato (1979), Direito de Amar (1987) e Que Rei Sou Eu? (1989), todas na Globo; 74.5 Uma Onda no Ar (Manchete, 1994), Prova de Amor (Record, 2005), entre outros folhetins e minisséries. Confira o gostoso bate-papo com a nova “rainha dos baixinhos”!
tititi – Como é fazer a Júlia? Você se diverte nos bastidores?
Ittala Nandi – É muito engraçado! A novela é divertida, bem-humorada e tem ação. Vejo como uma revista em quadrinhos em movimento, uma saga que parece não ter fim. Fazer essa novela é um presente do Tiago Santiago (autor) para mim.
Fiquei sabendo que a criançada a pára na rua e quer ser transformada em mutante. O que elas falam a você?
Nossa, elas são fascinadas por esse universo! E adoram o Vavá (Cássio Ramos), o menino-lobo; o Aquiles (Sergio Malheiros), que pode correr muito rápido… Os pequenos também gostam da idéia de ler pensamento, prever o futuro e atravessar as paredes. Porém, o que elas mais me pedem é que eu as transforme em gatos!
Como assim?
Olha, nem eu entendo. Às vezes, como vou muito a escolas, percebo que, numa classe com 50 crianças, não há uma que não queira ser mutante. E o fato de quererem ser um gato é o mais interessante. Aí eu pergunto: “Você tem gato em casa?” E eles respondem: ‘Não, tenho cachorro, mas gostaria de ser um gato!’ Acho que, para a criançada, é algo mágico. O engraçado é que, enquanto os adultos detestam a Júlia, os pequenos são apaixonados por ela.
E você? Se fosse um mutante, o que gostaria de ser?
Olha, eu acho que todo ator já é um mutante (risos). Ele tem o poder de se modificar em função do personagem.
Acredita que a Júlia pode ser a principal mandante dos crimes?
Para falar com toda a franqueza, acho que não. Ela não é má, só é exagerada e erra nisso. Júlia se acha mãe daqueles mutantes. Por que será que não matou nenhum deles? Qual o motivo de ter criado uma ilha para colocá-los lá? A Júlia erra tanto quanto qualquer outro cientista com seus experimentos. Ela vive para as suas criações, sempre procurando uma espécie humana melhorada, mais elevada e inteligente. Quem não gostaria que o ser humano fosse melhor e não provocasse guerras?