Assine CLAUDIA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

“Entre Irmãs”: Patrícia Andrade e a força feminina no cinema

Roteirista de filmes recordistas de bilheteria, a jornalista lança uma trama feminina e impulsiona a visibilidade da mulher no cinema nacional

Por Isabella D'Ercole Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
17 out 2017, 16h45

As flores da caatinga impressionaram a carioca Patrícia Andrade, 51 anos. “Elas nascem dentre as pedras, enfrentam desafios e sabem se defender – são venenosas”, explica.

Foi no sertão nordestino, durante as filmagens de Entre Irmãs, do qual é roteirista, que ela se deu conta das semelhanças entre a natureza e as protagonistas do longa. “São mulheres sonhadoras, mas empoderadas, que mudam o destino traçado para elas”, afirma.

Leia mais: Laís Bodanzky sobre as mulheres no cinema: “É a grande revolução”

Em encontro com CLAUDIA, falou sobre o quinto filme com o diretor Breno Silveira, a carreira começada ao acaso e a força feminina no cinema.

Liberdade para brincar

“Há anos, o Breno me disse que queria fazer um filme sobre Maria Bonita, mas era difícil distinguir as histórias verdadeiras dos boatos. Uma amiga me sugeriu o livro A Costureira e o Cangaceiro, de Frances de Pontes Peebles. Mudei bastante coisa, acrescentei cenas, dei outra índole a personagens. Roteiros só funcionam quando temos autonomia.”

Continua após a publicidade

Leia mais: Mostra Feminista leva 40 filmes dirigidos por mulheres a BH

O processo

Levo dois anos para criar um roteiro. Em casa, tenho uma pasta com recortes de revistas e jornais. Presto atenção nas histórias que ouço. Penso em uma trama central e desenvolvo os personagens. O próximo passo é escrever a estrutura e só depois os diálogos. Com o Breno, ainda ajudo na seleção dos atores, nos figurinos, vou para o set. Mudamos muitas coisas durante a gravação.”

Durante a década de 1930, as irmãs Emília (Marjorie Estiano) e Luzia (Nanda Costa) deixam o sertão nordestino. Elas seguem trajetórias distintas e só têm notícias, uma da outra, pelos jornais (Divulgação/CLAUDIA)

Leia mais: 10 famosas que levantam a voz pelos direitos das mulheres

Continua após a publicidade

Roteirista sem querer

Saí do jornal O Globo em 2000 para ficar mais tempo com minhas filhas. Fui cuidar do conteúdo do site da produtora de cinema Conspiração e fiz uma entrevista com o cantor Zezé Di Camargo. Fiquei apaixonada pela história dos irmãos sertanejos. Dali surgiu o roteiro de Dois Filhos de Francisco, meu primeiro trabalho na área. Foi demais! As pessoas vinham me falar quanto se identificavam com a trama.”

O cinema é delas

O audiovisual é um meio machista, mas as mulheres estão reinvindicando espaço. Há meninas carregando câmeras, assumindo a direção de fotografia, exigindo salários iguais aos dos homens. Oriento um laboratório de escrita para negras e descobri que não há roteiristas negras no país. Nunca demos voz a elas. Isso é um absurdo!

*Beleza por Amazon Rai. Agradecimento ao Urbe Café Bar, em São Paulo.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

a partir de R$ 12,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.