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Domingos Montagner: “A solidão dá medo, mas pode trazer autoconhecimento”

O ator que interpreta o viajante Miguel, na novela ‘Sete Vidas’, fala sobre a vida em família e a carreira

Por Gabriela Kimura
Atualizado em 22 jan 2020, 01h36 - Publicado em 16 mar 2015, 12h40
Cecilia Acioli (/)
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Em Sete Vidas, Miguel, personagem de Domingos Montagner, é tão contra a ideia de formar uma família que dá no pé quando se apaixona por Lígia, vivida por Débora Bloch. Mas o bonitão vai descobrir que tem sete filhos, todos frutos de uma doação de esperma que fez no passado. A vida do ator é bem diferente disso: casado com a produtora Luciana Lima há mais de 11 anos, ele é grudado nos filhos, Leo, 10 anos, Antonio, 5, e Dante, 2. Durante as gravações na Patagônia argentina, a filharada até foi passar uns dias com ele. Nesta entrevista, Montagner fala sobre os dilemas de seu personagem.

A paternidade mudará o jeito de Miguel encarar a vida?

O surgimento dos filhos desperta a possibilidade de uma família, no que Miguel nunca pensou antes. No caso dele, o traço de solidão vem de um trauma (Miguel se considera responsável pela morte da mãe). Ele vai se conscientizar aos poucos de que é pai.

Seus filhos entendem sua profissão?

Minha família entende que sou protagonista de uma novela. Quando eles nasceram, eu já estava nessa profissão. Mas procuro equilibrar, pôr um freio, dar uma parada para minha família. Só que, se eu parar por muito tempo, enlouqueço (risos). Tirar um ano sabático, nem pensar!

A solidão é uma característica masculina?

Não me identifico com essa característica do personagem nem com seu amadurecimento afetivo tardio. Mas a solidão, embora dê medo, às vezes pode fazer bem, trazer autoconhecimento. A relação dele com o barco (o personagem decide passar um ano em uma viagem solitária pela Patagônia) mostra um pouco isso. E a solidão se reflete nas relações que ele tem.

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Por que a maturidade emocional de Miguel demora para acontecer?

Essa maturidade não tem idade para ocorrer. O legal é estar aberto a mudar de opinião. Não acho que obrigatoriamente formar uma família seja algo natural para todas as pessoas. No caso de Miguel era, só que ele estava bloqueado para isso.

Um dos temas centrais da novela é a inseminação artificial. Você faria?

Sim, sem problema. Mas, claro, se estivesse em uma relação em que isso fosse necessário. É natural que a sociedade comece a discutir esse tema. A novela traz a capacidade de debater esse cotidiano de forma peculiar.

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