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Débora Nascimento: “Os 40 anos não são um lugar de esperança, são de certeza”

A atriz completa 40 anos nesta segunda-feira (16) e fala sobre maternidade, carreira e relação com o próprio corpo em entrevista à CLAUDIA

Por Lorraine Moreira
Atualizado em 16 jun 2025, 12h09 - Publicado em 16 jun 2025, 11h23
Débora Nascimento fala sobre a chegada dos 40 anos
Se a juventude foi marcada por dúvidas, os 40 anos de Débora Nascimento trouxeram certezas para a atriz (Catarina Ribeiro/Divulgação)
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Nada é mais importante ou urgente do que o agora. Pelo menos, essa é a mensagem que Débora Nascimento deixa ao refletir sobre seus 40 anos de vida.

A artista, que celebra o aniversário nesta segunda-feira (16), chega até aqui com a mente sonhadora da infância, a serenidade que adquiriu com o tempo e o incansável amor pela vida. Em entrevista à CLAUDIA, ela fala sobre a carreira, a maternidade e a relação consigo mesma. 

A trajetória de Débora Nascimento

A menina que nasceu em Suzano, interior de São Paulo, sempre teve vocação para sonhar. “Vivia muito sozinha e acho que isso me fazia inventar universos paralelos”, conta ela. Ainda na infância, encenava personagens, mas não sonhava em ser atriz. “Não fui criada num ambiente que falasse de cultura, teatro e arte, então não tinha ideia do que era ser artista”, relembra.

Débora entrou para o mundo dos adultos durante a adolescência. Aos 15 anos, ela se tornou modelo. Morou no Chile, Tailândia, China e África, mas não foram apenas experiências positivas. Desde a infância, sofria com distorções de imagem causadas pelo bullying, e, ao entrar na profissão, acabou desenvolvendo anorexia.

Débora Nascimento fala sobre o transtorno alimentar que teve

Débora Nascimento celebra chegada dos 40 anos
Débora Nascimento desenvolveu um transtorno alimentar aos 16 anos (Catarina Ribeiro/Divulgação)

“Não conseguia me enxergar, me via maior do que era, perseguia um ideal que não fazia sentido. Durante muito tempo, tive uma relação abusiva com meu próprio corpo, mas fui percebendo que ele é vida, e que eu não deixaria ninguém, nem eu mesma, desrespeitar isso”, diz ela. 

Seis anos após o começo de sua carreira, ela voltou ao Brasil e começou a estudar teatro na Oficina de Atores da Rede Globo. A arte também a ajudou a lidar com o transtorno alimentar. “Ela me fez perceber independente de como eu me pareço e que meu corpo é uma ferramenta artística.”

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Desde então, construiu personagens marcantes em novelas como Avenida Brasil, Duas Caras, Geração Brasil, Êta Mundo Bom, Verão 90, além de filmes nacionais e internacionais, como O Incrível Hulk.

A chegada aos 40 anos

Se a juventude foi marcada por dúvidas, os 40 anos trouxeram certezas. “Não sofri com medo dos meus 40. E nem é uma questão de esperança, é de certeza. Muitas coisas já aconteceram na minha vida que me mostraram que tudo passa, o que fica é o que é de verdade. O que não é para ser seu simplesmente atravessa. As intensas alegrias passam, as intensas tristezas também”, comenta.

Esse caminho não a afastou da menina que um dia foi, pelo contrário. Débora faz questão de se manter conectada com a criança que habita dentro dela. “Foi a partir dela que me expandi. Quanto mais amadureço, mais me aproximo dessa parte singela, infantil, ingênua e genuína. A parte que ainda não foi contaminada pelas pressões do mundo. Cada vez mais, desejo reencontrar essa Débora.”

A relação de Débora Nascimento com suas emoções

Débora Nascimento fala sobre maternidade, carreira e futuro
Débora Nascimento enxerga que, através das tristezas, também é possível se sentir vivo (Catarina Ribeiro/Divulgação)

A tranquilidade com que a artista fala sobre a vida e seus pensamentos dá a impressão de que tem todas as emoções sob controle. Mas ela assegura que é uma mulher intensa. “Mergulho nas minhas emoções, olho para as minhas dores, encaro os buracos, que na verdade são o desconhecido. Porque, se você não observa suas sombras, elas continuam sendo sombras. E, quando você olha, você ilumina.” Ela garante que não queria sentir menos.

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“Todos nós passamos por momentos de dor na vida. Espero que todos nós tenhamos uma vida com emoções, com sensações, porque se você chora é porque sente tristeza também, e, se sente tristeza, significa que está vivo. Você está pulsando, se deixando atravessar e vibrando com o que a vida está te propondo.”

O papel da terapia e meditação na vida de Débora

Parte desse esclarecimento é fruto da terapia e meditação. “A gente também carrega muita coisa, uma mochila de pedras com dores, rancores, acontecimentos. Na terapia, você vai entender que tudo isso está dentro de você, mas não precisa carregar essa mochila pesada. Pode colocar num bolsinho e olhar com luz para esse lugar.”

A meditação também é fundamental. “Sinto muita diferença entre os dias em que medito e os que não. Mas não faço disso uma obrigação rígida. Não me cobro, nem mesmo no autocuidado. Porque rigidez já não é cuidado comigo mesma. Então, é respirar, se conectar, movimentar o corpo. E me cercar de coisas que me fazem bem. A gente é muito impregnado por tudo que nos rodeia. Ter consciência do que você absorve é essencial: redes sociais, música, tudo influencia.”

Como Débora Nascimento enxerga as redes sociais e o uso de celular na infância

Débora Nascimento conta que teve transtorno alimentar
Débora Nascimento não quer dar celular para filha até que ela complete 15 anos por conta dos malefícios das redes sociais e do próprio aparelho (Catarina Ribeiro/Divulgação)

As redes sociais, aliás, têm um papel limitado na sua vida, e na da filha. “Não fico desesperada com likes. Ainda bem que na minha adolescência isso não existia. Mas as redes também têm o lado positivo de permitir que artistas independentes consigam divulgar seu trabalho.” Ela evita expor a filha, Bella Loreto, e pretende dar o celular quando a pequena tiver 15 anos. 

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“Ela mesma não gosta de celular nem de tirar fotos. Sempre pergunto se posso postar algo, porque quero respeitar a liberdade dela. Mas ela tem 7 anos, e é assim agora, mas vamos ver com 13 como vai ser. Eu só sei da mãe que sou hoje, da mulher que sou hoje, não sei como é que eu vou ser daqui a 10, 5, 3, 1 ano. Espero que eu seja diferente, porque igual eu não quero ficar nunca.”

A importância da maternidade na vida de Débora

A maternidade tem um papel muito importante em sua vida. “A maternidade é quem eu sou hoje, quem eu sou há oito anos. Ela me transforma em todos os aspectos, em todas as camadas do meu ser. Não é uma parte separada de mim, ela está inteira em mim. Eu trabalho diferente porque sou mãe. E não é só por ter uma filha, mas por tudo o que vivi com ela.”

E o aprendizado não é só de mãe para filha, mas também o contrário. “A Bella me ensina o tempo inteiro. Outro dia ela veio perguntar como dividir o colar de melhor amiga em três partes. Aquilo me pegou. Tão singelo, tão profundo. E não separo isso do meu trabalho. Eu sou um todo, e a maternidade está nesse todo.”

Os trabalhos internacionais de Débora Nascimento

Mesmo com trabalhos internacionais no currículo, Débora não enxerga distinção entre os ofícios. “Claro que há peculiaridades, principalmente por causa da língua, mas já trabalhei em produções nacionais de altíssimo nível, com estúdios enormes, tecnologia de ponta e um trabalho de texto incrível. O que me importa mesmo são as histórias. E, claro, é maravilhoso poder alcançar um público maior, se conectar com outras culturas.”

Ela vê a arte como um canal de autoconhecimento. “Para mim, não é só trabalho. Nunca foi. É missão mesmo. Eu sinto que através da arte, através dos personagens, eu consigo acessar lugares que, talvez, sozinha, eu não acessaria. Então cada produção me trouxe alguma coisa, uma chave que virou, um medo que eu precisei enfrentar, uma escuta nova que eu desenvolvi.”

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As previsões sobre o trabalho de Débora Nascimento

O presente está lindo, mas o futuro também promete. Ela acaba de fazer o filme de Marcos Jorge, A Arte do Roubo, um longa de ação, suspense, com drama também, em que interpreta uma artista circense forte, líder de uma gangue, que tenta fazer justiça através da arte. Também tem pela frente o filme Bunny-Man, uma coprodução italiana e americana, com nomes como Mike Tyson, Michel Morone, Bella Thorne e James Franco.

“Além disso, tomei coragem para escrever meus próprios roteiros. Estou desenvolvendo alguns textos para o audiovisual e, em breve, vou dirigir também. Os 40 estão chegando de um jeito gostosinho… nem duro demais, nem frouxo demais”, afirma.

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