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Débora Falabella: “Ser mãe é aprender algo novo todos os dias”

Com sua Nina, Débora Falabella é uma das mães que falaram à CLAUDIA sobre suas diferentes experiências com a maternidade

Por Alessandra Medina
Atualizado em 2 ago 2017, 15h44 - Publicado em 2 jun 2017, 17h59
 (Jorge Bispo/CLAUDIA)
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Tímida e reservada, do tipo que fala baixo e bem pouco, Débora Falabella abre um sorriso enorme sempre que o assunto gira em torno de sua maior paixão: a filha, Nina.

A atriz, de 38 anos, notou mudanças significativas no próprio jeito de ser e viver depois do nascimento da menina, há oito anos, fruto do relacionamento com o músico Eduardo Hipolitho. Virou uma mulher mais feliz, confiante no próprio trabalho e aberta a novas amizades. “A Nina é uma criança alegre e, para ela, tudo está bom. É a primeira a dizer que vai dar certo. Ser mãe dela é aprender algo novo todos os dias”, derrete-se.

De fato, as duas demonstram muita cumplicidade. Para gravar A Força do Querer, novela global das 9 na qual interpreta a vilã Irene, Débora se mudou de São Paulo para o Rio. Mesmo tendo que deixar a escola e amigos para trás, a pequena foi a primeira a incentivar a troca de cidade. “Percebo que ela tem saudades, então resolvemos fazer duas festas de aniversário de 8 anos: uma em cada cidade”, conta Débora.

Extrovertida e espontânea, Nina já mostra habilidades artísticas. Além de gostar de ler e escrever, adora desenhar, principalmente um mundo encantado com unicórnios, sereias e até centauro, o que faz muito bem – não é papo de mãe coruja. Com as obras, presenteia os amigos. Débora incentiva a filha comprando, de vez em quando, um bloco ou uma caixa de lápis de cor nova.

Mas não pense que a atriz vive enchendo a pequena de presentes para amenizar a culpa por passar longos períodos trabalhando. “Não sinto o menor remorso por ter minha profissão. Se tivesse que ficar só em casa, provavelmente seria infeliz e a Nina também. Quero servir de exemplo para que ela encontre uma atividade que também dê prazer”, afirma.

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Débora tem uma relação aberta com a filha e a encoraja a conversar sobre qualquer assunto. Outro dia, Nina quis saber a diferença entre feminismo e machismo. A mãe explicou que o feminismo era o movimento pela igualdade entre gêneros e lembrou que a primeira lição Nina aprendera em casa, sem perceber. Desde cedo, na casa delas não havia a divisão entre brinquedo de menina ou de menino. Nem de roupas. Elas, inclusive, já compraram peças na seção masculina.

“Nina assimila essas questões bem e faz associações interessantes. Disse que, da próxima vez que a proibirem de brincar alegando que não tem idade para aquilo ainda, vai dizer que o amigo está sendo ‘idadista’!”, diverte-se Débora. Mas nem todos os assuntos espinhosos a atriz tira de letra.

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De férias em Nova York, certa vez, a menina quis saber por que o World Trade Center caiu. Com franqueza, explicou o que era guerra para uma criança de olhos arregalados e atentos. “Queremos proteger os filhos, mas eles precisam saber de certas coisas, por mais cruéis que sejam. Parte o meu coração, mas sinto que devo falar sobre assuntos como o fato de haver pessoas pedindo comida na rua”, reflete.

A gravidez de Nina foi tranquila. Em compensação, a bebê foi hard, como ela costuma definir, brincando: a menina chorava a noite inteira e Débora teve que inventar várias maneiras de acalmá-la – como pular sentada em uma bola de pilates com a filha no colo, dançar Bob Marley e até gravar o som de uma torneira aberta! Dormir uma noite inteira só foi possível quando a bebê completou 1 ano. “Liguei muito para o pediatra, que dizia que era assim mesmo, que ela só estava chorando”, lembra aos risos.

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(Jorge Bispo/CLAUDIA)
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A atriz e o pai de Nina se separaram em 2010, após cinco anos de relação, quando a criança tinha apenas 1 ano e meio. Hoje, são parceiros e dividem as responsabilidades sobre a criação. “Durante o casamento, não discutíamos. Na separação, não houve brigas também. Ele é um paizão, muito presente e acho isso ótimo. Afinal, a educação dos filhos não é uma função única da mulher”, acredita ela.

Em 2012, durante as gravações de Avenida Brasil, Débora começou a namorar o também ator Murilo Benício, de 44 anos. “Esse receio que muitas mulheres com filhos têm de não conseguir namorar nunca passou pela minha cabeça. Se achasse uma pessoa para caminhar comigo, ótimo. Se não achasse, tudo bem também. Temos que parar com essa história de ficar com alguém que não tem nada a ver só por desespero. Não podemos ensinar isso para nossas filhas”, diz ela.

O casal mora em casas separadas, mas está sempre junto, ainda mais agora que ambos têm endereços no Rio. O ator é pai de dois garotos, Antônio, de 20 anos, da relação com Alessandra Negrini, e Pietro, de 12, filho de Giovanna Antonelli.

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“Tenho respeito pela mãe de cada um deles e não quero ser nada além de amiga dos dois. O Antônio já é um homem e falamos de interesses comuns, como cinema. O Pi está lindo! Até outro dia, calçava o mesmo que eu, agora está enorme! Com eles, sou eu mesma e sei até onde posso ir.”

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Avesso a badalação, o casal curte ficar em casa, na companhia dos filhos. Exceções são abertas para sair para jantar, assistir a uma peça de teatro ou viajar para o sítio de Murilo, na região serrana do Rio. “É claro que temos nossos momentos sozinhos, mas nos divertimos com as crianças. Acho até estranho quando a Nina não está. Viajei com o Murilo um dia desses e fiquei na expectativa de ela me chamar. Cheguei até a ouvir sua voz”, conta.

O par já conversou sobre aumentar a família, o que ela diz estar fora dos planos por enquanto. “As mulheres se sentem pressionadas pelos padrões. Vira e mexe alguém me pergunta se não vou dar um irmãozinho para a Nina. Hoje em dia, não penso em ter mais filhos. Se acontecer, tudo bem, mas não vai ser agora”, diz.

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