Ashley Graham lança livro e fala sobre racismo e abuso sexual
Ashley Graham, a modelo plus size que é ícone de beleza e autoestima, conta que a vida dela nem sempre foi fácil
No comecinho de janeiro, publicamos uma matéria aqui no MdeMulher falando que a modelo Ashley Graham é uma excelente inspiração para 2017 – ela arrasa quando o assunto é amor ao corpo e autoestima, e se sua resolução para 2017 inclui aprender a se amar mais… ela pode ensinar bastante coisa!
Não existe perfeição, então pare de se esforçar com esse objetivo
Pois agora a modelo lançou um livro chamado “A New Model – What Confidence, Beauty and Power Really Look Like” (“Uma nova modelo – a verdadeira aparência da confiança, beleza e poder”, em tradução livre).
No livro, ela fala sobre sua vida e carreira, mas também conta que sofreu abuso sexual, fala sobre a relação ruim que tinha com o pai e sobre racismo – ela é casada com um homem negro, e enfrentou preconceito até dentro da própria família.
Sobre abuso sexual
Ashley compartilha diversas histórias sobre relacionamentos ruins com homens, e relata ter sido encurralada por um amigo da família que se insinuou sexualmente para ela, mostrando o pênis, quando ela tinha apenas 10 anos.
Em entrevista à revista Cosmopolitan norte-americana, Ashley explica que decidiu contar essas histórias, que são dolorosas, porque muitas pessoas passam por isso e não sabem o que fazer. “Eu não sabia o que fazer naquele momento! Talvez se eu tivesse lido um livro sobre uma menina que passou por algo semelhante, eu saberia dizer ‘Pare com isso, isso não é certo!’, ou contado para minha mãe, que lidaria com o problema”
Sobre a importância dos pais na construção da autoestima
Quando vemos as fotos de Ashley no Instagram, podemos pensar que ela sempre foi muito segura e sempre teve a autoestima em dia, mas não é verdade. Em entrevista ao programa de TV Good Morning America, ela faz questão de chamar a atenção dos pais sobre como eles moldam o futuro dos filhos.
“As coisas que você diz para si mesmo quando é pai, e mesmo as coisas que você diz, talvez, uma vez só aos seus filhos: eles absorvem isso, levam para o mundo real, para a vida deles. E eu quis ser clara sobre isso, porque quero ser uma mãe melhor do que o pai que eu tive”.
Ela conta que o pai dela era muito crítico e insultava os filhos. “O apelido dele para mim era “duh”, porque ele achava que eu não era muito inteligente”, diz. E ela lembra que o pior momento da carreira dela foi quando um empresário que trabalhou com ela disse que ela deveria perder peso, e o pai dela concordou.
Sobre a mãe, ela é só elogios: “Uma coisa que ela fez, e eu só descobri mais tarde na vida, é que ela nunca olhou no espelho e disse ‘ah, como eu sou gorda’. Ou ‘eu sou tão feia’, ou ‘Eu preciso fazer dieta’. Fazer isso só vai fazer com que seus filhos pensem assim também”, ela defende.
Sobre racismo
Ashley é casada com o cineasta Justin Ervin desde 2010. Ela é branca, ele é negro, e isso não foi exatamente fácil de lidar no começo do relacionamento deles. Para a Cosmopolitan, Ashley conta que a avó dela nem falava com Justin quando o conheceu. “Minha avó era uma mulher branca ignorante, que nunca havia convivido com pessoas negras”.
Ela admira a forma como o companheiro lidou com a situação,deixando o orgulho de lado e insistindo em construir essa relação, já que família é algo muito importante para ele. Ashley lembra de algo que ele disse: “Racismo nunca é surpreendente, mas é sempre uma decepção”.
O livro de Ashley Graham acaba de ser lançado nos Estados Unidos, e pode ser comprado (em inglês) em várias lojas que enviam para o Brasil. Mas estamos na torcida para que alguma editora publique essa biografia por aqui!