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50 anos de novelas – Capítulo 4

Quanto mais maldades os antagonistas fazem aos heróis e às mocinhas das tramas, mais a audiência cresce para torcer contra eles

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 11h07 - Publicado em 3 dez 2013, 21h00
Paulo Cabral (/)
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50 anos de novelas – Capítulo 4

Regina Duarte, com Tarcísio Meira, em sua estreia em A Deusa Vencida e Nazaré (Renata Sorrah), de Senhora do Destino, joga mais uma vítima escada abaixo
Foto:Divulgação

Assim como galãs e mocinhas seguram a audiência na torcida para que tenham um final feliz, nada como um vilão bem maquiavélico que desperte o ódio do público ávido para uma punição merecida no fim de uma novela. São esses personagens do mal que conduzem a trama e acabam sendo razões para grandes interpretações. Foi na pele de Malu, uma menina ardilosa que escrevia cartas anônimas para infernizar a vida das pessoas a sua volta, que Regina Duarte, 66 anos, estreou na teledramaturgia em A Deusa Vencida (Excelsior, 1965). E, por esse papel, ganhou o Troféu Imprensa de Atriz Revelação e partiu para uma carreira de sucesso. Logo depois, Regina se encaixou no papel de mocinhas e de grandes mulheres e só voltou à vilania na segunda versão de O Astro (Globo, 2011), quando interpretou Clô Hayalla. No entanto, durante a carreira, suas personagens enfrentaram grandes maldades, como as de Fernanda (Dina Sfat) em Selva de Pedra (Globo, 1972) e as de Branca (Susana Vieira, 70) em Por Amor (Globo, 1997).

Mas nada se compara ao que sua Raquel Aciolli passou nas mãos da própria filha, Maria de Fátima (Gloria Pires, 49), e da empresária Odete Roitman (Beatriz Segall, 86) em Vale Tudo (Globo, 1988). Essa novela, aliás, deu um final nada convencional ao mau-caráter Marco Aurélio (Reginaldo Faria, 75), que terminou impune e ainda dando uma banana ao fugir, cheio de dólares, do Brasil. O autor de Vale Tudo, Gilberto Braga, 66, é um mestre em criar vilões, e ele até tentou transformar um em protagonista em O Dono do Mundo (Globo, 1991), em que Antonio Fagundes, 63, interpretava o cirurgião plástico Felipe Barreto, que se aproveita da ingenuidade de Márcia (Malu Mader, 46) para lhe tirar a virgindade na véspera de ela subir ao altar. Só que a audiência reagiu à trama sem herói e o jeito foi fazer o personagem sofrer. No fim, Braga fez sua desforra e o médico terminou maldoso como sempre foi.
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Vilãs unidas em Vale Tudo: Maria de Fátima (Gloria Pires) e Odete Roitman (Beatriz Segall)
Foto: Divulgação

A lista de grandes vilões da teledramaturgia brasileira é extensa e geralmente são os primeiros personagens lembrados quando se fala em uma novela. De Senhora do Destino (Globo, 2004), por exemplo, quem vem logo à cabeça é Nazaré Tedesco, papel que Renata Sorrah, 66, defendeu despudoradamente, jogando suas vítimas escada abaixo. Em A Favorita (Globo, 2008), Claudia Raia, 46, e Patrícia Pillar, 49, disputaram o posto de vilã no início da trama, mas Patrícia, com sua Flora, ficou com a missão e fez cenas memoráveis como a que mata Gonçalo (Mauro Mendonça, 81) de susto em meio a um cenário ensanguentado. Na mesma trama, Leonardo, interpretado por Jackson Antunes, 52, batia na mulher, Catarina (Lilia Cabral, 55), e, com a ficção se confundindo com a realidade, o ator foi agredido na rua por seu papel, o que causou uma internação de três dias em um hospital. Ossos do ofício. E na semana que vem tem mais.

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Antonio Fagundes, entre Malu Mader e Tadeu Aguiar, como o vilão-protagonista de O Dono do Mundo
Foto: Divulgação

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Flora (Patrícia Pillar) mata Gonçalo (Mauro Mendonça) de susto em A Favorita
Foto: Divulgação

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