Sogra de mulher é mais chata? Psicólogos explicam a questão
A diferença no modo como as sogras tratam noras e genros virou tema de discussão nas redes sociais

As sogras das mulheres são mais chatas? A pergunta movimentou as redes sociais desde que o reality lhados com a Sogra, da Netflix, entrou para a lista de programas mais assistidos do Brasil. Mas a vida longe das câmeras também anda repleta de problemas. O site britânico gurgle.com divulgou que sete em cada 10 mulheres dizem ter uma relação difícil com a mãe de seus parceiros.
As principais razões envolvem críticas sobre a limpeza da casa onde o filho e a nora vivem, o tipo de educação dada aos netos ou o pouco tempo entre a mãe e o filho desde que ele entrou num compromisso sério. Um problema tão comum entre tantas famílias diferentes, porém, é resultado de uma questão social.
Por que tantas mulheres têm problemas com suas sogras?
“A socialização coloca as mulheres em posições de comparação e rivalidade. A sogra, ao ver uma mulher ocupando um espaço afetivo na vida do filho, pode, mesmo inconscientemente, ativar mecanismos de proteção, ciúme ou julgamento”, comenta Brunna Dolgosky, psicóloga e hipnoterapeuta.
Esse ponto é mais visível ao comparar o relacionamento das sogras com genros e noras. “É comum que elas tenham uma postura mais permissiva ou até elogiosa com genros, mesmo que eles tenham um desempenho afetivo ou doméstico aquém do que se esperaria de uma parceria saudável. Isso porque o homem não é socialmente responsabilizado pelas mesmas funções afetivas e familiares que as mulheres”, diz Mayra Cardozo, terapeuta e advogada especialista em gênero.
A diferença de tratamento entre sogras vs genros e sogras vs noras

Isso não significa que sogras e genros terão, necessariamente, um bom relacionamento. Para ser considerado um bom companheiro, entretanto, o genro precisará corresponder a expectativas diferentes daquelas impostas às mulheres. “Inconscientemente, a sogra pode julgar a nora pelos mesmos padrões rígidos e opressivos que ela própria sofreu, projetando nela a expectativa de ser a mulher ‘perfeita’ para o filho, ou pior, a mulher que ela nunca pôde ser”, comenta Mayra.
Por outro lado, o problema nem sempre está na mãe de seu parceiro. A figura da sogra controladora ou intrometida é muito presente no imaginário popular e isso, por si só, pode influenciar negativamente a relação desde o começo.
“Esse estereótipo nasce num contexto onde as mulheres foram ensinadas a se verem como rivais pelo afeto masculino. A sogra, ao invés de ser vista como uma aliada geracional, muitas vezes é representada como uma ameaça, ou como alguém que compete com a nora pelo lugar de importância na vida do filho. Enquanto isso, os homens seguem no centro da narrativa, sendo ‘disputados’ por sogra e nora, como se fossem prêmios afetivos”, diz Mayra.
Como ter uma relação saudável com a sogra?
Ter uma relação mais saudável com a mãe de seu parceiro envolve limites, que preferencialmente devem ser impostos pelo companheiro, mas também entender a raiz do problema. “A sogra pode estar vivendo inconscientemente um luto simbólico pela mudança no vínculo com o filho. Quando ela não consegue elaborar essa transição emocional, a crítica surge como tentativa de manter o controle. Ser exigente, nesse caso, é uma forma de manter-se presente, ainda que de forma negativa”, finaliza Brunna.
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