Como superar o ninho vazio? As reflexões de Thaís Borges sobre maternidade à distância
Empresária de sucesso compartilha os desafios e aprendizados com o primeiro intercâmbio da filha
A empresária Thaís Borges é amplamente reconhecida no mundo empreendedor por sua trajetória de sucesso. Investidora e líder da Bossa Invest, construiu uma carreira sólida. Mas, além dos negócios, também vive uma experiência que muitas mulheres conhecem bem: a maternidade.
Autora do livro Furei a Bolha, ela é mãe de Esther, de 18 anos, e Davi, de 15. No início de maio, sua filha mais velha embarcou para um intercâmbio em San Diego, nos Estados Unidos – momento que trouxe as emoções típicas da chamada “síndrome do ninho vazio”. Em conversa com CLAUDIA, a empresária compartilhou um pouco desse processo e suas reflexões sobre como tornar essa fase mais leve.
Ser mãe sempre esteve entre seus maiores desejos e, por isso, planejou a primeira gestação para o período final da faculdade. Assim como tantas outras mulheres, precisou equilibrar maternidade e carreira, abrindo mão de momentos com os filhos para garantir a construção de uma base sólida para a família.
“Por mais que eu trabalhasse muitas horas, eu sempre fui muito intensa. As horas que eu tinha para ficar com eles eram momentos em que eu estava inteira para eles. Claro que surgem culpas, mas eu já tinha me preparado porque não existia a opção de não trabalhar”, afirma.
Poder proporcionar a experiência de um intercâmbio para a filha é motivo de orgulho e emoção. Ela reconhece que essa não é uma realidade acessível para a maioria dos brasileiros, especialmente para a população negra, e destaca que sua própria trajetória poderia ter sido diferente se, desde cedo, tivesse tido acesso a melhores condições de ensino e ao aprendizado de outro idioma.
Mais do que uma experiência acadêmica, a viagem representa uma chance de expansão pessoal. “A ideia é criar os filhos para que eles tenham o mundo aos seus pés. Porque a partir do momento que a gente tem a oportunidade de sair, viajar e conhecer novos lugares, sabemos que de fato o mundo é pequeno”, reflete.
Naturalmente, a distância também trouxe saudade e sentimentos comuns nesse período de mudança. Para lidar melhor com a ausência de Esther, ela conta que desde o momento em que a decisão pelo intercâmbio foi tomada, buscou se preparar emocionalmente para essa nova fase da maternidade.
“Uma coisa que mãe tem – e eu venho trabalhando muito isso – é a vontade de controlar tudo. A gente lida com muitas situações externas e eu não vou conseguir resolver todas. Mas, o que estiver ao meu alcance, eu vou tentar ajudar, para que ela consiga de fato usufruir dessa oportunidade ao máximo.”
Antes do início das aulas, mãe e filha passaram uma semana juntas em San Diego, explorando a cidade e organizando os últimos detalhes. Tudo foi planejado com cuidado: da pesquisa sobre o local ao acompanhamento médico e emocional, para que a experiência acontecesse da forma mais estruturada e segura possível.
Apesar da saudade e dos desafios, ela tenta ressignificar o momento. “O ninho não está vazio, está se expandindo. Poder proporcionar isso para a Esther é motivo de muito orgulho e gratidão”, afirma. Thaís reconhece que não é um processo fácil e que a psicoterapia tem sido fundamental nessa fase.
Para driblar a ausência física, ocupa o tempo com suas atividades e mantém o contato próximo, seja por mensagens, ligações ou apenas entrando no quarto da filha para se reconectar com as lembranças. É, segundo ela, uma nova maneira de maternar – agora à distância.
Entre aprendizados e adaptações, a empresária reforça que momentos como esse são inevitáveis e fazem parte do ciclo natural da vida. O importante, ela diz, é o incentivo para que os filhos possam construir suas próprias histórias, sem deixar de carregar consigo a segurança de que, onde quer que estejam, há um lar esperando por eles.
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