Ficar nu na frente dos filhos é normal? Veja o que dizem os psicólogos
Psicólogos explicam quando a nudez pode ser natural e em que momento se torna importante estabelecer limites
O processo de criação de um filho é, ainda hoje, um dos temas mais complexos da parentalidade. Definir o que é certo ou errado na formação e convivência com as crianças envolve inúmeros desafios – desde decisões estruturais, como a escolha da escola, até situações simples do cotidiano, como a nudez diante dos filhos.
O assunto segue dividindo opiniões. Há famílias que enxergam naturalidade nesse hábito e o mantêm como parte da rotina doméstica; outras preferem preservar a intimidade individual. Para entender como a psicologia interpreta essa questão, conversamos com os psicólogos Jair Soares, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT), e Danilo Suassuna, diretor do Instituto Suassuna.
Quando a naturalidade é saudável
De acordo com Jair, a nudez ocasional e natural no ambiente familiar pode ser positiva, desde que ocorra de forma espontânea e respeitosa, sempre levando em conta o desenvolvimento emocional da criança. “O que determina se essa exposição é saudável não é o ato em si, mas o contexto emocional e cultural em que acontece”, explica.
O especialista reforça que situações cotidianas, como trocar de roupa rapidamente, tomar banho ou usar o banheiro, fazem parte da vida doméstica e podem contribuir para uma relação mais natural com o corpo humano.
“Crianças que crescem vendo o corpo de maneira natural, sem mistificação ou tabus, tendem a ter menos problemas de autoimagem e aceitação corporal no futuro”, observa Soares.
Ainda assim, ele faz um alerta: essa naturalidade precisa ser genuína e contextualizada, respeitando os valores e o ambiente familiar. “Não existe um modelo único. O que funciona para uma família pode não funcionar para outra, e isso precisa ser respeitado.”
Danilo complementa que o foco não deve estar na nudez em si, mas na falta de diálogo que às vezes a acompanha. “Não é a exposição que causa dano, mas a ausência de palavras e de contexto simbólico que ajudem a criança a compreender o corpo como parte natural da vida humana.”
Quando os limites começam a aparecer
Embora não exista uma idade exata, Jair explica que por volta dos 4 ou 5 anos as crianças começam a desenvolver noções mais claras de privacidade, pudor e diferenças de gênero. “É nessa fase que passam a fechar a porta do banheiro, demonstrar constrangimento ao serem vistas nuas ou fazer perguntas sobre o corpo com mais curiosidade.”
O importante, segundo ele, é que os pais estejam atentos aos sinais emocionais e comportamentais dos filhos. “Quando a criança desvia o olhar, ri nervosamente, faz comentários sobre a nudez dos pais ou demonstra desconforto, esse é o limite natural sendo estabelecido. Os pais precisam estar sensíveis a essas manifestações, sem julgamento.”
Conversa e contexto: os pilares do equilíbrio
Mesmo quando a nudez é um hábito da família, Danilo ressalta a importância de conversar abertamente com os filhos sobre o assunto. “A nudez pode ser natural, mas precisa ser significada — nomeada, explicada, contextualizada. Caso contrário, a criança pode interpretá-la como ausência de limites, e não como um gesto de naturalidade.”
Ele tranquiliza os pais ao lembrar que essa conversa não precisa ser formal ou excessivamente técnica. “Não se trata de uma aula de sexualidade, mas de uma descrição simples da realidade, em linguagem adequada para a idade.”
Soares recomenda que essas conversas sejam progressivas e acompanhem o desenvolvimento cognitivo da criança. “Com uma criança de 4 anos, você pode explicar de forma simples: ‘Em casa, às vezes papai e mamãe trocam de roupa e você pode nos ver. Mas quando estamos fora de casa ou com outras pessoas, mantemos nosso corpo coberto. E você também deve manter seu corpo coberto quando estiver com outras pessoas’.
Com uma criança de 7 ou 8 anos, a conversa pode incluir conceitos de privacidade, respeito ao próprio corpo e ao corpo do outro”, exemplifica.
Ele também destaca a importância de abordar o tema do consentimento nessas conversas. “Mesmo dentro da família, é essencial ensinar que todos têm direito de se sentir confortáveis e de estabelecer limites. Se a criança não quer que os pais vejam ela no banho, isso deve ser respeitado. Se a criança manifesta desconforto com a nudez dos pais, isso também precisa ser acolhido sem julgamento”, enfatiza.
Por fim, os psicólogos alertam que evitar o diálogo pode ser prejudicial. “O silêncio sobre temas relacionados ao corpo e à sexualidade raramente é neutro. Geralmente, cria tabus, vergonha ou confusão. A conversa aberta, respeitosa e educativa é sempre o melhor caminho”, conclui Soares.
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