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A mão amiga aos estudantes do ensino público em distanciamento social

Projeto “Salvaguarda Extra Oficial” é opção de aprendizado para alunos da rede pública que estão sem aula presencial durante a pandemia

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 abr 2020, 11h00 - Publicado em 30 abr 2020, 11h00
 (Juana Mari Moya/Getty Images)
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As adaptações recomendadas para a rotina da população no distanciamento social não são homogêneas e nem 100% contemplativas. No caso da educação, por exemplo, a saída para manter os jovens motivados e recebendo o conteúdo programático foi a aula à distância. Porém, enquanto alunos da rede privada acompanham os professores em aplicativos de conversa online sem grandes dificuldades de estrutura, os jovens do ensino público ficaram pelo menos um mês sem aula e tiveram a alternativa digital oferecida há poucos dias.

Mesmo com aplicativos disponíveis para esse grupo, como no caso de São Paulo, em que os alunos começaram a acompanhar as aulas pelo celular ou computador no dia 22 deste mês, o recurso ainda é distante para muitos. Vinicius de Andrade, estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP), percebeu isso na prática ao receber mensagens de alunos de todo o Brasil pedindo ajuda. Há 4 anos, ele fundou o programa de educação “Salvaguardas”, que atua em 40 escolas públicas, sendo 38 em São Paulo e 2 no Rio de Janeiro, para estimular os alunos em três frentes: motivação, conteúdo e informação, aproximando os mesmos do ingresso no ensino superior.

A gaúcha Mariely Lima, 17 anos, foi uma das autoras das mensagens que chegaram no celular de Vinicius neste mês. “Estou aproximadamente um mês e meio sem aulas presenciais e, quando as aulas online começaram, não sentia tanto apoio e segurança para entender o conteúdo”, desabafa a estudante da rede pública, que conheceu o Salvaguardas por indicação de alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Com pedidos parecidos com o de Mariely, Vinicius criou o “Salvaguarda Extra Oficial”, um braço do projeto que é totalmente online e gratuito. “O objetivo é ajudar qualquer aluno, inclusive os que não fazem parte das 40 escolas inscritas. Eles podem participar de plantões de redação, monitoria das matérias do ensino médio, acervo com provas antigas (com perguntas e gabarito), além do contato com profissionais para tirar dúvidas sobre carreira”, explica.

Segundo Vinicius, o critério para participar da iniciativa é ser matriculado na rede de ensino público e estar no ensino médio. Os conteúdos são compartilhados em grupos de WhastsApp para facilitar a participação dos alunos, que muitas vezes não possuem um computador ou internet de qualidade para navegar nas plataformas mais pesadas, em que aulas onlines costumam ser ministradas.

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Assim, o sonho de cursar Direito fica cada vez mais próximo de Mariely. “Com as monitorias diárias, essa jornada pré-vestibular se torna mais leve e possível. Antes, estudava sozinha e muitas vezes me sentia perdida. Faz toda a diferença ter profissionais te auxiliando e acreditando em você, principalmente nesse momento tão complicado para nós de escolas públicas. Sou muito grata”, afirma.

Filha de um casal que vive no interior de Pernambuco, Maria Roberta é 5ª filha e compartilhava o mesmo sonho de Mariely: cursas faculdade de Direito. “Somos em 7 filhos, mas sou a única que está matriculada no ensino superior. Meus pais sempre me deram apoio ilimitado, contudo os recursos são limitados”, conta a aluna da Universidade Estadual do Piauí e uma das 600 voluntárias do Salvaguarda. Maria criou uma rotina de organização para se preparar para o vestibular em casa e compartilha quais pontos mais lhe ajudaram.

Jogos de lógica

“Baixava aplicativos de jogos para exercitar o cérebro e, ao mesmo tempo, relaxar um pouco”, conta a estudante. Além das versões digitais, os exercícios podem ser feitos em revistas e jogos físicos.

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Redes sociais

“Seguia no Instagram muitos perfis com dicas. Enquanto rolava a timeline, quando menos esperava, aprendia com fotos e memes”, lembra. Em outras redes sociais, como Facebook e Twitter, também é possível encontrar esse tipo de páginas e professores que disponibilizam conteúdos gratuitos.

Cronograma

“Criar um cronograma, ainda que você saiba que não vai seguir, é importante para saber por onde começar. Além disso, ele te incentiva a estudar, já que é possível ter noção do tanto de matéria que tem”, comenta.

Fazer exercícios

“Mas a principal dica, para mim, é resolver questões. Quando tentamos e acertamos, nos anima. E quando erramos, dá para saber qual conteúdo precisamos rever e estudar mais”, explica.

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Para quem tem interesse em participar do projeto Salvaguardas Extra Oficial, é só entrar em contato com o Vinicius de Andrade pelo telefone (16) 99390-7355.

Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva:

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