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Pesquisa mostra que mulheres trabalham (muito) mais que homens

Um estudo do PNAD mostra que desde 1995 as mulheres continuam sofrendo com desigualdade de gênero e, principalmente, raça.

Por Gabriela Kimura
Atualizado em 20 jan 2020, 18h37 - Publicado em 10 mar 2017, 19h28
 (George Marks / Stringer/Getty Images)
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Uma mulher trabalha, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana, de acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE. Isso quer dizer que, por mês, nós trabalhamos 30 horas a mais que eles – sem considerar o trabalho doméstico, claro – e 390 horas a mais por ano. Em resumo, são DEZESSEIS dias completos a mais do que qualquer espécime masculino.

O estudo “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, feito entre 1995 e 2015 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD) traz esses dados chocantes sobre a forma como o gênero e etnia são percebidos na sociedade. Estranho seria se não revelasse aquilo que muitas mulheres passam todos os dias, não é?

Além de contabilizar as horas trabalhadas fora de casa, a proporção de tarefas domésticas também se manteve ~quase intacta~ nos últimos 20 anos: 90% delas afirmam realizarem as atividades, contra 50% deles. Até aí, nada de novo sob o sol: o que chama atenção, mesmo, é que as mulheres negras são as principais responsáveis por esse número.

Quanto mais alta a renda das mulheres, menor a proporção de quem cuida dos afazeres do lar, caindo de 94 para 79,5%. Ainda que, proporcionalmente, o rendimento das mulheres negras tenha sido o que mais se valorizou entre 1995 e 2015, elas continuam sendo a base da pirâmide social. Homens brancos são os que têm melhores rendimentos, depois as mulheres brancas, seguidas pelos homens negros e, por último, mulheres negras. A taxa de desemprego, inclusive, é a mais alta para elas: 13,3% contra 7,8% de homens brancos.

Até porque, se considerarmos a dificuldade enfrentada por mulheres para conseguir emprego, esse número não é surpresa. Se ela for negra e com ensino médio completo (ou incompleto), soma-se 17,4% de desocupação em idade ativa.

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Assim como a entrada no mercado de trabalho é bem mais difícil para as negras e negros, o acesso à educação também é complicado: 12% é o número da população adulta que tem 12 anos ou mais de estudo. Para os brancos? Praticamente dobrou nesses 20 anos. No caso das mulheres negras acima dos 15 anos, a taxa de analfabetismo pode chegar à 10,2% – sendo que o plano é a redução para 6,5%.

E há quem diga que já alcançamos igualdade, não é mesmo?

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