Shelly-Ann Fraser-Pryce: após a maternidade, ela bateu o recorde de Bolt
O nascimento do filho não a parou e, no ano passado, a atleta se tornou recordista mundial. Agora, ela concorre a um importante prêmio.
A atleta jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce poderá receber, em breve, um importante prêmio do atletismo. Ela foi indicada pela quinta vez ao prêmio Laureus de Melhor Atleta do Ano. A premiação, que está em sua 20ª edição, entregará a estatueta aos vencedores na cerimonia oficial em Berlim, no dia 17 de fevereiro.
Se vencer, será a coroação de um ano esplêndido para ela que, após o nascimento do primeiro filho, Zyon, ficou afastada das competições por dois anos.
Em 2019, ela não só ganhou a corrida de 100 metros rasos no Campeonato Mundial de Atletismo em Doha, no Catar, como bateu o recorde mundial. Ela colocou Usain Bolt, que era o recordista da modalidade, para comer poeira, tornando-se a atleta que mais venceu os 100 metros.
Na volta olímpica, com o pequeno Zyon no colo, ela mostrou que estava ali para provar que, sim, mães e atletismo combinam – e muito.
O esporte como fuga
A atleta cresceu em Waterhouse, um dos bairros mais violentos da Jamaica, e precisou correr, literalmente para não se tornar mais uma vítima da violência que acontecia no lugar. A mãe dela, Maxine, a criou sozinha, vendendo produtos na rua para garantir o estudo e sustento dos filhos.
Fraser encontrou no esporte uma saída para os estigmas que a cercavam. Foi correndo que ela começou a orgulhar a sua família e mudar seu futuro, de forma brilhante.
Sua primeira conquista aconteceu aos 21 anos. Em Pequim, na China, quando se tornou a primeira mulher caribenha a conquistar a medalha a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos em 2008.
Quatro anos depois, ela marcava mais um recorde. Ela garantiu o primeiro lugar nas competições de Londres, em 2012, sendo a terceira mulher a vencer duas medalhas de ouro consecutivas em olimpíadas.
Ela conquistaria mais medalhas e recordes nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, mas foi pega de surpresa por uma contusão, ficando apenas com a medalha de bronze.
Durante uma coletiva de imprensa internacional ela falou o que espera das próximas competições e sua indicação ao Laureus. “Não é só pelo que fiz na pista, mas também pela plataforma que conquistei como atleta e pelas mudanças que provoquei quando pude voltar ao atletismo depois do nascimento do meu filho. Contribuí para o desenvolvimento do velocismo feminino”, disse ela, empolgada.