Paloma Coutinho vence o Prêmio CLAUDIA 2025 em Educação
Criadora do Lumus Hub, Paloma oferece oportunidades educacionais a jovens em comunidades carentes
Quem olha tudo que a baiana Paloma Coutinho já fez, não acredita que a biotecnologista e empresária tenha apenas 25 anos. E menos ainda que venha de uma família simples, moradora da “roça”, como gosta de dizer, distante de qualquer centro urbano no sertão da Bahia.
Paloma aproveitou cada oportunidade que apareceu em sua vida e, assim, formada há menos de um ano, já está à frente de duas empresas que fundou, criou diversos projetos sociais e conquistou prêmios que reconhecem sua trajetória. Agora, leva para casa também o troféu do Prêmio CLAUDIA 2025 pelo seu destaque na categoria Educação.
Onde tudo começou
O começo dessa jornada foi aos 17 anos, quando surgiu a oportunidade de apresentar uma pesquisa científica sobre descarte de lixo eletrônico. Ela se inscreveu e, pela primeira vez, saiu de sua comunidade. Em Salvador, se encantou com o que presenciou: “Nunca tinha visto uma tela de LED, a internet sendo usada daquele jeito, gente de tantos lugares diferentes, que falavam outros idiomas”, lembra.
Voltou transformada e decidida a disseminar o que tinha aprendido e a expandir seus horizontes. “Reativamos o grêmio estudantil da escola, organizei uma biblioteca e começamos a falar de universidade. Depois fomos a primeira turma da nossa escola a fazer faculdade, e foi uma comoção geral”, conta.
Quando passou no curso de Biotecnologia da Universidade Federal da Bahia, manteve o mesmo impulso. Organizou grupos para estimular o estudo de ciências em escolas públicas, visitou comunidades com poucos recursos e criou e liderou projetos que ajudavam quilombolas a gerar renda, seja transformando mandioca em goma e tapioca, seja apoiando mulheres na costura e na produção de absorventes ecológicos para promover dignidade menstrual. “Eu quero fazer a coisa acontecer. Quero ver meu interior se desenvolvendo, meu interior brilhando”, resume.
O Lumus Hub
Foi desse desejo que nasceu o Lumus Hub, uma organização educacional sem fins lucrativos criada por ela para ser “uma luz no início do túnel”. “A maioria dos jovens do interior vive no escuro. Eles não têm informação, não têm orientação. E o Lumus vem para ser essa luz”, explica. O projeto oferece mentorias, oficinas, formação em habilidades socioemocionais e tecnológicas, orientação de carreira e construção de projeto de vida. Já impactou mais de 15 mil jovens, muitos deles sem celular, sem internet estável, sem referências profissionais.
“Quero mobilizar recursos para solucionar problema que eu vivi no meu interior e que eu nem sabia que eram problemas.” Paloma lembra que viveu grande parte da infância sem acesso à água. “Eu ia buscar água no poço com latinha de tinta. Não quero que ninguém tenha que viver isso. Se você pensar nos projetos que eu já fiz, todos foram um meio de eu deixar uma sementinha naquela comunidade”.
A IA e seus frutos
Além disso, Paloma também começou a trabalhar com inteligência artificial e criou a Newtoo, empresa de gestão automatizada de redes sociais que presta serviços para clínicas odontológicas. O negócio deu tão certo que, quando um dos clientes se mudou para Luxemburgo, manteve o contrato e ainda indicou a solução para novos clientes europeus.
A rotina intensa, porém, cobrou um preço. Em 2022, Paloma teve um burnout e aprendeu a importância de delegar, cuidar de si e construir uma rede de apoio que nunca teve. E confiar no próprio caminho e no que já conquistou.
“Foi um processo mental muito pesado me reconhecer como uma mulher que saiu da roça e que, diferente de todo mundo que está na roça, agora empreende em tecnologia. Hoje foco em me cuidar mais e aceitar que minha condição de vida mudou.” Que ela siga fazendo isso e continue distribuindo essa luz no início do túnel a cada vez mais gente.
O Prêmio CLAUDIA 2025
O Prêmio CLAUDIA chegou a sua 25ª edição, celebrando mulheres que transformam o Brasil em diferentes áreas. A edição 2025 foi realizada em 9 de dezembro, às 20h, no Roxy Dinner Show, Rio de Janeiro, e destacou finalistas que se tornaram referência em cultura, educação, negócios, direitos da mulher, saúde, inovação, sustentabilidade, trabalho social, influência digital e impacto do ano.
O júri desta edição reuniu nomes influentes e plurais, como Zezé Motta, Maria da Penha, Luiza Helena Trajano, Ana Fontes e a jornalista Aline Midlej, além das representantes da Editora Abril: Karin Hueck (editora-chefe de CLAUDIA), Helena Galante (diretora de núcleo da Abril) e Andrea Abelleira (VP de Publishing da Editora Abril).
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