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Cripto influencers: elas promovem o conhecimento sobre criptomoedas

No terreno movediço (e promissor) das moedas digitais, essas mulheres estão ajudando na construção de conhecimento e gerando uma legião de investidoras

Por Paola Carvalho
8 jul 2022, 08h35

De Nath Arcuri à Nath Finanças, as mulheres na internet vêm revolucionando o mundo do dinheiro, criando uma legião de investidoras. Dentro desse universo, surge uma corrente com potencial de crescer de forma exponencial: o das influenciadoras do mercado cripto. Ainda que em terreno movediço (recentemente as criptomoedas passaram por grande desvalorização e abalo), essas produtoras de conteúdo estão ganhando seguidores e força – e mudando vidas. De São Paulo, Jundiaí, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba… Giovana, Sabrina, Rafaela, Flávia e Thatá, entre tantas outras, estão alcançando o Brasil.

Conteúdos para postagens não faltam. Segundo o site de monitoramento de cripto ativos CoinMarketCap, existem quase 20 mil criptomoedas ativas. As duas principais são Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), hoje com 43% e 15%, respectivamente, da movimentação total. Ou seja, para além das duas “tradicionais”, há muitas outras capazes de atender diferentes perfis de investidores.

É um mercado complexo, uma novidade para todo mundo, são muitas as dúvidas. as pessoas estão dando o primeiro passo com medo mesmo

Giovana Simão, fundadora do Bit das Minas

“Minha tese de investimento é baseada em ativos escassos, deflacionários e que não dependam de governos, mas que tenham utilidade para todos. Bitcoin responde a esses critérios, mas moedas do setor de energia também”, exemplifica a mestre em antropologia Rafaela Romano, que se considera eco-cripto anarquista. Depois que enxergou por detrás da Bitcoin a possibilidade da descentralização em escala, ela realizou, em 2018, uma conferência presencial e conseguiu reunir 120 mulheres no interior de São Paulo. Considerada uma pioneira, Rafaela, aos 26 anos, que na pandemia optou por se mudar para o interior do Rio Grande do Sul, já desenvolveu projetos na Ucrânia, na Amazônia e, agora, está à frente do Impacta Finance.

Em uma abordagem diferente, muitas vezes complementar, há quem esteja focada no vai e vem do mercado, compartilhando o resultado de seus investimentos, assim como já estamos acostumados com as análises da bolsa de valores. É o caso da jornalista Flávia Jabur, 29 anos, que já foi correspondente de emissora de televisão em Curitiba, mas, hoje, está focada em educação financeira. Ela conta que se tornou investidora em 2019 e, no final do ano passado, conquistou o seu primeiro 1 milhão de reais, somando o investimento com o trabalho que desenvolve na área. Trajetória semelhante tem Thaíse Saeter, a Thatá, de 34 anos. Jornalista com interesse em tecnologia, ela é diretora de operações da Convex Research e, em seu canal, ajuda a todos entenderem mais sobre a nova etapa da internet, a Web 3.

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É uma área de peso, que chama a atenção pelos números que vem alcançando em rápida velocidade. Dados divulgados pelo Banco Central em junho, referentes ao ano passado, mostraram que o mercado de criptoativos movimentou cerca de R$ 300 bilhões no Brasil por meio de corretoras de criptomoedas centralizadas. É a metade do volume negociado na bolsa de valores B3 e equivale a quase um terço (27%) do total depositado em contas de poupança, investimento mais popular entre os brasileiros.

“É um mercado complexo, uma novidade para todo mundo, são muitas as dúvidas. É difícil aprender, as pessoas estão dando o primeiro passo com medo mesmo. Participar de grupos, assistir lives e fazer parte do ecos – sistema cripto, que vai além das moedas digitais, pode proporcionar segurança para investir”, afirma Giovana Simão, 26 anos, que, em 2020, fundou o Bit das Minas.

Ela conta que quando começou a investir, em 2018, encontrou um mercado machista, onde as mulheres não se sentiam à vontade para participar de núcleos de aprendizados. “O estopim para mim foi quando começaram a trocar pornografias em um grupo. Como eu não conhecia outro canal mais acolhedor, criei o meu próprio”, conta Giovana. O Bit das Minas se tornou um perfil de Instagram (@bitdasminas) com mais de 20 mil seguidores – e crescendo – voltado para educação financeira no universo cripto. Além de se considerar influenciadora profissional nesse mercado, Giovana fundou a Allga Cripto, uma espécie de agência para outros influenciadores, especialmente os atuantes na Web 3.

As influenciadoras têm um papel importante e de responsabilidades no amadurecimento do mercado. Pesquisa da consultoria global Statista revelou que o Brasil é o segundo país do mundo com mais investidores em Tokens Não Fungíveis, os chamados NFTs, atrás apenas da Tailândia e à frente dos Estados Unidos, China e Vietnã. São quase 5 milhões de brasileiros interessados na tecnologia, seja para investimentos ou não. Uma das explicações para esse resultado é que, por aqui, encontra-se a população mais influenciada pelos famosos da internet, uma vez que 40% das compras são pautadas de acordo com a orientação deles.

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Se no mercado tradicional as criptomoedas e outros produtos financeiros digitais são a menor fatia no bolo de todos os investimentos, a influenciadora Sabrina Martins Vieira, 26 anos, revoluciona. Excluindo a sua reserva de emergência, 100% do seu investimento está em cripto. Para ela, dentro da carteira cripto, há moedas para quem é conservadora, moderada ou arrojada. Conhecida como Sabrina CoinCidências, nasceu na periferia de Belo Horizonte, mudou-se para uma comunidade do Rio de Janeiro e, atualmente, mora em área nobre de São Paulo. Além de investidora, empreende e emprega dois dos cinco irmãos. E deixa o recado: “Invista o tanto que se sentir à vontade, eu comecei com 50 reais. Se for no momento de queda, melhor ainda. Caso contrário, não tem problema esperar. O importante é entrar”, avisa. Ninguém está chegando atrasado, o mercado ainda tem muito a evoluir.

Quer ficar por dentro do mundo das finanças cripto?

Confira as dicas de cinco das principais influenciadoras do país

sabrina martins - cripto influencer
Sabrina Martins, do @sabrina_coincidencias. (Sabrina Martins/Divulgação)

Sabrina Martins
26 anos, de Belo Horizonte (MG), produtora de conteúdo e empreendedora @sabrina_ coincidencias

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“Não invista em uma criptomoeda só porque ‘todo mundo está investindo’. Estude para conseguir fazer preço médio, nada de vender na baixa ou a um preço menor do que comprou. Tenha paciência para entender como o mercado funciona.”

Giovana Simão - cripto influencer
Giovana Simão, fundadora da Allga Cripto e do @bitdasminas. (Giovana Simão/Divulgação)

Giovana Simão
26 anos, de Camanducaia (MG), engenheira agronômica, influenciadora e fundadora da Allga Cripto e do @bitdasminas.

“Foque em compras mensais, a partir de R$ 50, para sentir o mercado. Assim, é possível estudar sem se preocupar tanto com as oscilações. Se depende do dinheiro a ser investido, não comece com grandes quantias.”

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rafaela romano - cripto influencer
Rafaela Romano, fundadora da Impaca no @disruptivas. (Rafaela Romano/Divulgação)

Rafaela Romano
26 anos, de Jundiaí (SP), antropóloga, eco-cripto anarquista e fundadora da Impacta no @disruptivas.

“Entenda o que faz o Bitcoin um ativo interessante. Não se deixe levar pelas emoções, faça gerenciamento de risco e não fique exposta além do que você pode. Não conseguirá ser uma investidora paciente se tiver colocado o dinheiro das contas em risco.”

Flávia Jabur
Flávia Jabur, jornalista e investidora no @flajabur. (Flávia Jabur/Divulgação)

Flávia Jabur
29 anos, de Curitiba (PR), jornalista e investidora no @flajabur.

“Quando você entender o porquê é importante ter criptomoedas, busque uma corretora para potencializar os seus investimos neste mercado. Porém, nunca entre com o pensamento de que vai ficar rica, não existe dinheiro fácil, é tudo uma construção. Se prometerem rendimento, não acredite.”

Thaíse Saeter
Thaíse Saeter, diretora de operações da Convex Research. (Thaíse Saeter/Divulgação)

Thaíse Saeter
34 anos, de Porto Alegre (RS), jornalista e diretora de operações da Convex Research no @thatasaeter.

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“Esse mercado é um dos mais promissores dos nossos tempos. Invista com consciência, responsabilidade e humildade, ciente de que as criptomoedas são consideradas a classe de ativos mais voláteis do planeta. Seja curiosa, pois estamos falando de inovação e tecnologia.”

Glossário cripto

  • BITCOIN: é o primeiro dinheiro digital descentralizado, ou seja, que não necessita de terceiros para funcionar. A sua tecnologia, a blockchain, permite as transações, criando assim um “sistema bancário livre”.
  • BLOCKCHAIN: sistema de rastreamento, armazenamento e segurança de dados que permite a transação de criptomoedas.
  • CRIPTOATIVOS: ativos virtuais protegidos por criptografia cujas operações são executadas e armazenadas em uma rede de computadores.
  • CRIPTOMOEDAS: moedas digitais; suas transações dispensam intermediários (bancos).
  • NFT (token não fungível): certificado digital de posse e autenticidade de um bem, como uma obra de arte.

 

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