Me curei da compulsão por comida e perdi 23 kg
Sentia mais azia do que fome, mas aprendi a degustar os alimentos
Isabel deixava de almoçar para se entupir
de sanduíches
Foto: Divulgação
Nasci gorda, com 5,2 kg. Fui uma criança cheinha e uma adolescente balofa – com 16 anos já pesava 74 kg. A turma não perdoava. Meus apelidos eram “baleia”, “barriga de soro” etc. Com vergonha do meu corpo, eu tinha muita dificuldade para fazer amigos.
Pra compensar a solidão eu comia. Eram cinco pães no café da manhã e quatro hambúrgueres no almoço. Comida mesmo eu odiava. Fruta, só açaí e banana. Como conseqüência dos meus hábitos, eu tomava muito antiácido. Na verdade eu comia por comer, pois sentia mais azia do que fome.
Meu primeiro regime foi aos 17 anos. Perdi 10 kg à custa de remédios e arrumei meu primeiro namorado. O relacionamento durou cinco anos. Já a magreza não passou de seis meses.
Dieta maluca me rendeu uma anemia
Com 22 anos eu estava sozinha e com 78 kg. Fiz então a dieta dos 13 dias, à base de ovo e alface. Perdi 9 kg, mas ganhei uma anemia.
Mesmo gordinha, me casei aos 26 anos. Quando fiquei grávida, quatro anos atrás, pesava 82 kg. Graças à minha azia, só ganhei 10 kg na gravidez, pois não podia tomar antiácidos e, por isso, comia bem menos.
Depois que a minha filha nasceu, estacionei em 87 kg. Nessa época eu e meu marido nos mudamos pra casa da minha mãe. Comecei a trabalhar como chapeira na lanchonete do meu irmão, que funcionava no mesmo terreno. Pra quem já gostava de comer besteira foi o paraíso. Eu deixava de almoçar pra me entupir de sanduíches no serviço, à noite. O resultado da gula foi que amamentei dois anos mas não consegui sair do manequim 48.