Inteligência artificial na arquitetura: como a tecnologia já impacta o processo criativo
Entre eficiência, autoria e ética, arquitetos analisam como a IA vem sendo incorporada ao projeto, à obra e à relação com o cliente
A inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante e passou a integrar, de forma concreta, o dia a dia de escritórios de arquitetura. Hoje, ela atua como uma ferramenta de apoio em diferentes etapas do processo, especialmente nos momentos iniciais de concepção e organização.
No FGMF, o arquiteto Lourenço Gimenes explica que a IA tem sido usada principalmente para agilizar estudos preliminares. “Para levantamentos de entorno e volumetria, criando bases de projeto sem que o arquiteto precise modelar tudo desde o zero”, afirma. A tecnologia também aparece na pós-produção de imagens, vídeos e na modelagem de objetos a partir de referências visuais.
Esse avanço aconteceu de forma acelerada nos últimos anos e se expandiu para além do desenho. “A IA já é totalmente realidade na arquitetura e no design. Hoje temos ferramentas que ajudam desde a coordenação e gestão de equipes até processos criativos mais palpáveis, como renderização de imagens, construção de conceito e leitura de briefing”, explica a arquiteta Heidy Briotto. Segundo ela, algumas ainda são embrionárias, enquanto outras já atingiram um nível bastante avançado de desempenho.
Instrumento de apoio estratégico
Quando o assunto é otimização de tempo e tomada de decisão, ambos concordam que a IA funciona como um instrumento de apoio estratégico. “Algumas ferramentas ajudam a explorar layouts e volumetrias, identificando caminhos que podem ser aprofundados”, diz Lourenço.
Heidy complementa com exemplos práticos do uso no escritório: “utilizamos IA para comparar briefing e projeto, identificar pontos que passaram despercebidos, sinalizar normas técnicas, organizar licitações e até gerar atas de obra. Encaramos esse momento tecnológico como algo que agrega ao nosso trabalho, não como competição”.
Desafios e debates em torno da IA
Um dos principais debates em torno da inteligência artificial na arquitetura envolve o risco de padronização estética e a possível perda de autoria. Para Lourenço, o problema não está na tecnologia, mas na forma como ela é utilizada. “A IA é uma ferramenta como qualquer outra. Se mal utilizada, pode levar à perda de identidade projetual, assim como aconteceu no início do AutoCAD ou do BIM”, afirma.
Já Heidy Britto reforça que a arquitetura não se baseia em repetição automática. “Cada projeto é único, cada cliente tem demandas específicas. A IA só se torna autora quando o conceito não está bem embasado. Caso contrário, continuamos sendo os autores e definindo os limites dessas ferramentas”, defende.
Questões éticas
As questões éticas também entram no centro da discussão, especialmente no que diz respeito à privacidade e ao uso de dados. Lourenço ressalta que nem todas as ferramentas são adequadas para projetos sensíveis. “Muitas soluções armazenam imagens e informações em nuvem, e por isso evitamos utilizá-las em projetos sigilosos”, explica o sócio do FGMF.
Heidy amplia o debate ao apontar a necessidade de maior clareza contratual. “Ao expor projetos e informações para essas plataformas, estamos alimentando bancos de dados muitas vezes sigilosos. Isso precisa ser tratado com cautela e, cada vez mais, previsto em contrato”, afirma. Para ela, a regulamentação do uso de IA na arquitetura deve ganhar força nos próximos anos.
Futuro da arquitetura com IA
Olhando para o futuro, a expectativa é que a inteligência artificial avance principalmente na automação de tarefas repetitivas. “Imaginamos um crescimento voltado à automação de trabalhos que não exigem raciocínio crítico, liberando o arquiteto para focar na criação e nas decisões estratégicas”, diz Lourenço.
Apesar dos avanços tecnológicos, ambos são categóricos ao afirmar que a relação entre arquiteto e cliente não deve ser substituída. “Clientes contratam arquitetos pelo que somos, pelos valores, pela visão de mundo e pela confiança construída ao longo do processo”, conclui Heidy Britto. Em vez de substituir o arquiteto, a inteligência artificial surge como uma aliada para tornar o processo mais eficiente, consciente e criativo, desde que usada com critério, ética e intenção projetual.
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