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Design autoral: como começar a investir em peças com assinatura e propósito

Especialistas discutem o valor do design assinado, as melhores opções para começar uma coleção e como equilibrar peças autorais com mobiliário funcional

Por Julyana Oliveira
22 Maio 2025, 15h00
Projeto assinado pelo escritório FGMF com aparador Estrado, de Gustavo Bittencourt
Projeto assinado pelo escritório FGMF com aparador Estrado, de Gustavo Bittencourt (Fran Parente/Reprodução)
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Obras de arte para usar no dia a dia. Assim podem ser vistas as peças de design autoral que figuram em interiores contemporâneos e também nas listas de desejo de quem busca investir em itens com valor estético, histórico e emocional. Mas como reconhecer um bom exemplar de design assinado? E qual o melhor ponto de partida para quem quer começar uma coleção?

O design autoral tem um discurso por trás, algo que motivou o designer a criar determinada peça. Pode ser um conceito, uma experimentação formal, material ou construtiva, uma crítica social ou uma homenagem.

Para a jornalista e pesquisadora de design Winnie Bastian, diferenciar o design autoral de um móvel apenas “estiloso” envolve entender o processo criativo. “São peças que expressam o estilo, o modo de projetar ou características particulares de um autor. São objetos que têm um “quê” a mais, que comunicam algo único”, explica.

Essa intenção fica clara também para o arquiteto Fernando Forte, sócio do FGMF. “Na nossa opinião, design assinado é quando um arquiteto, designer ou profissional afim, geralmente com certo reconhecimento, assina o projeto de uma peça para uma empresa que normalmente não desenvolve design internamente”, diz.

“A principal diferença entre essas peças e outras está no fato de elas serem propositivas — têm um propósito, uma razão de ser, e de algum modo marcam a história do design.”

Cadeira giratória Omar, de Rejane Carvalho Leite, em projeto assinado pela arquiteta Ticiane Lima
Cadeira giratória Omar, de Rejane Carvalho Leite, em projeto assinado pela arquiteta Ticiane Lima (Reprodução/Reprodução)
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Mas qual é o momento ideal para começar a investir em peças de design? “É quando elas te dizem algo, quando te tocam de alguma forma. O design tem um grande poder de comunicação, e os objetos autorais funcionam como vetores de narrativa — eles contam histórias. Claro que a estética importa, mas, para mim, o essencial está na relação que se estabelece entre a peça e o usuário”, afirma Winnie.

Para quem está começando, os pontos de partida são diversos. A arquiteta Ticiane Lima recomenda iniciar por uma mesa lateral. “É uma peça versátil, fácil de inserir em diferentes projetos e ambientes.

As luminárias, como o abajur, também funcionam muito bem nesse início — são elementos que, além de funcionais, adicionam personalidade ao espaço. Bancos ou banquinhos de apoio também são ótimas opções para começar, pois unem praticidade e estilo”, indica.

Projeto da arquiteta Ticiane Lima reúne poltrona John Graz, de Baba Vacaro, banco Mocho, de Sergio Rodrigues, e mesinha de apoio Oliver, de Fernando Prado. Tríade à venda na Dpot

Projeto da arquiteta Ticiane Lima reúne poltrona John Graz, de Baba Vacaro, banco Mocho, de Sergio Rodrigues, e mesinha de apoio Oliver, de Fernando Prado. Tríade à venda na Dpot (Reprodução/Reprodução)
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Fernando Forte concorda. “Se a ideia for montar uma coleção, como se faz com obras de arte, eu sugeriria começar visitando antiquários modernistas, sem se prender a uma tipologia específica de mobiliário. E é bom ter em mente que conservar uma mesa lateral ou uma luminária é bem mais fácil do que, por exemplo, um sofá no uso diário!”

Segundo os entrevistados, a valorização do feito à mão e do artesanal é um movimento nítido, mas não o único fator de peso nesse universo. “Sem dúvida há uma valorização do artesanal em comparação com o que é totalmente industrializado”, comenta Fernando. “Mas acredito que outros fatores acabam sendo ainda mais relevantes, como o fato de a peça ser numerada ou de tiragem limitada, não ser mais produzida, ou pertencer a uma edição original de determinada loja ou designer.”

Na hora de escolher peças de design, as indicações são diversas. Ticiane cita, por exemplo, a cadeira Girafa, de Lina Bo Bardi, que foi a sua primeira aquisição autoral. “[Além dela], uma peça que considero um excelente ponto de partida — tanto pelo valor acessível quanto pelo impacto estético — é a cadeira Paulistano, do Paulo Mendes da Rocha. Além do design icônico, ela permite a troca de capas, o que agrega versatilidade ao uso. Outra sugestão interessante é a poltrona Arquipélago, do Estúdio Ninho, que combina beleza e autenticidade. E, por fim, destacaria os itens da Claudia Moreira Salles — especialmente um cabideiro que usei em uma edição da CASACOR. Embora o investimento seja um pouco mais alto, trata-se de um produto com forte identidade e excelente qualidade, como é característico das criações da Claudia”, sugere Ticiane. 

Já Fernando aponta: “a poltrona de balanço do Liceu de Artes e Ofícios, cada vez mais rara, bonita e confortável. Além das peças do Domingos Tótora, como a mesa Água, o banco Taipa, banco Terrão e banco Vereda”. Mas a lista do arquiteto não para por aí, tem também o aparador Estrado, de Gustavo Bittencourt, a mesa lateral porta-vaso, de Zanine Caldas, e a Série Rio, com bancos únicos esculpidos em pedra, da ,Ovo.

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Mesa lateral porta-vaso, de Zanine Caldas, no projeto assinado pelo escritório FGMF.
Mesa lateral porta-vaso, de Zanine Caldas, no projeto assinado pelo escritório FGMF. (Fran Parente/Reprodução)

Para finalizar, Winnie aconselha a calibrar o olhar. “Vale acompanhar o trabalho de designers que ainda estão se consolidando no mercado. Além da pesquisa online, fique de olho em feiras como a MADE e a SP-Arte, que reúnem tanto nomes já reconhecidos quanto novos talentos.”

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