Viva – A Vida é Uma Festa: uma homenagem à família e ao México
A animação impressiona pelo visual e entrega ação e humor em boas doses. Mas o destaque vai para a mensagem emocionante que o filme passa.
Num primeiro momento, quem vê o trailer de “Viva – A Vida é Uma Festa” pode achar que trata-se de um filme meio infantil demais. Mas pode ter certeza de que essa concepção vai mudar completamente depois que você ver o longa, que foi indicado ao Oscar 2018 nas categorias Melhor Animação e Melhor Canção Original.
De fato, a animação que conta a história do menino mexicano Miguel traz muita cor, piadas inocentes e cenas divertidas. Só que, somado a isso, ela também tem uma mensagem profunda sobre a importância da família. E esse é certamente o trabalho da Pixar que vai mais a fundo nessa temática.
O resultado é emocionante e, apesar de transbordar cultura mexicana do início ao fim, o filme consegue transmitir uma mensagem genuinamente universal – que vai emocionar mesmo quem não tenha qualquer ligação com o país.
O longa, que estreia por aqui em 4 de janeiro, nos apresenta o simpático Miguel, um garoto de 12 anos. Ele ama música e é fã de Ernesto de la Cruz, um grande cantor mexicano que já faleceu. Só que a música é proibida na família do menino, pois seu tataravô abandonou a família quando decidiu ir em busca da fama com seu violão.
Inconformado, Miguel vai ao túmulo do ídolo no famoso Día de los Muertos e acaba sendo transportado para o mundo dos que já se foram. Lá, ele reencontra seus ancestrais e passa a compreender melhor o que aconteceu com a família no passado. O menino também conhece um esfarrapado esqueleto chamado Héctor, que vai ajudá-lo a conhecer o ídolo Ernesto de la Cruz.
Essa é a animação mais culturalmente engajada que a Pixar já fez até hoje. A todo o momento filme se preocupa em explicar aspectos da tradição mexicana, mas isso não chega a deixar o filme cansativo, pois há muita ação e humor envolvidos. Além de trazer uma boa história, o filme também se destaca pelo aspecto visual.
Verdade seja dita, os trabalhos do estúdio sempre enchem os olhos, mas em “Viva – A Vida é Uma Festa”, isso é elevado à máxima potência. Além da explosão de cores e da impressionante ambientação do mundo dos mortos, as feições humanas nunca estiveram tão detalhadas em uma animação.
A personagem Mamá Coco tem o poder de emocionar só pela figura, sem nem dizer muita coisa. Não por acaso, é ela quem dá nome ao filme no título original – que é apenas “Coco”. Apesar de aparecer pouco, a idosa é a alma do filme.
“Viva – A Vida é Uma Festa” certamente vai entrar para o rol dos grandes filmes da Pixar e tem tudo para agradar a crianças e adultos na mesma medida. Os pequenos vão vibrar com a energia contagiante do longa e “os grandes” certamente vão sair do cinema com uma grande vontade de dar um abraço apertado nos pais e nos avós, além de rever antigos álbuns de família.