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As 10 vitórias mais surpreendentes da história do Oscar

Ninguém imaginava que “Shakespeare Apaixonado” fosse tirar a estatueta de melhor filme de “O Resgate do Soldado Ryan” em 1999

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 17 jan 2020, 08h01 - Publicado em 2 mar 2018, 20h11
 (Divulgação/Divulgação)
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Ano após ano, uma diversão na época do Oscar é escolher os favoritos em cada categoria e acompanhar se os palpites foram certeiros. São bolões rolando no mundo inteiro, apostas simbólicas entre amigos e até valendo dinheiro oficialmente (nos países onde a aposta é legalizada – o Reino Unido, por exemplo).

O senso comum normalmente se confirma, em especial quando há nomes fortes na competição. Mas quando os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – os votantes que decidem os vencedores – resolvem surpreender… Miga, é cada “uau” mais forte que o outro.

Confira as 10 vitórias mais surpreendentes da história do Oscar, que neste ano chega à 90ª edição. Spoiler: tem prêmio que até o vencedor considera injusto.

“Crash – No Limite” – Melhor filme em 2006

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(Divulgação/Divulgação)

Muita gente que acompanha o cinema e suas premiações de perto não perdoa até hoje o fato de o dramalhão “Crash – No Limite” ter derrotado o sensível e bonito drama gay “Brokeback Mountain” no Oscar de 2006. Mas foi o que aconteceu, para espanto geral.

Passados alguns anos – e com sua estatueta ainda brilhando em casa –, o próprio diretor e roteirista de “Crash”, Paul Haggis, reconheceu que o prêmio não foi justo. Em 2015, ele disse em uma entrevista: “Será que Crash era o melhor filme daquele ano? Eu acho que não.”

Gwyneth Paltrow – Melhor atriz em 1999

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(Oscars.org/Reprodução)
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Os críticos consideravam Cate Blanchett a merecedora do Oscar de melhor atriz de 1999, por sua interpretação da Rainha Elizabeth em “Elizabeth”. Mas foi a atuação em uma história de outro ícone britânico que ganhou o coração e os votos dos membros da Academia: a de Gwyneth Paltrow em “Shakespeare Apaixonado”. Os queixos caíram na hora do anúncio.

Cá para nós, teria sido BEM mais surpreendente e legal se nossa Fernanda Montenegro tivesse trazido o Oscar para o Brasil. Ela concorreu a este prêmio, por seu papel em “Central do Brasil”.

“Shakespeare Apaixonado” – Melhor filme em 1999

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(Divulgação/Divulgação)

Não foi só a vitória de Gwyneth Paltrow que surpreendeu no Oscar de 1999. “Shakespeare Apaixonado”, que rendeu a ela a estatueta de melhor atriz, ganhou o Oscar de melhor filme, batendo o favoritíssimo “O Resgate do Soldado Ryan”.

Dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom Hanks, “O Resgate do Soldado Ryan” é considerado um dos melhores filmes de guerra de todos os tempos. Não foi o suficiente para os membros da Academia votarem nele em peso.

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Anna Paquin – Melhor atriz coadjuvante em 1994

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Anna Paquin (à esq.) e Holly Hunter em cena de “O Piano” (Divulgação/Divulgação)

Quatro veteranas e uma estreante de 11 anos disputaram o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1994: Emma Thompson (“Em Nome do Pai”), Holly Hunter (“A Firma”), Winona Ryder (“A Época da Inocência”), Rosie Perez (“Sem Medo de Viver”) e Anna Paquin, a menina de 11 anos em questão (“O Piano”). Anna, surpreendentemente, venceu.

Das quatro derrotadas, a que voltou para casa mais feliz certamente foi Holly Hunter. Ela também concorria a melhor atriz por “O Piano” – sim, o filme que garantiu o Oscar azarão a Anna – e ganhou a estatueta da categoria principal.

Marisa Tomei – Melhor atriz coadjuvante em 1993

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(YouTube/Reprodução)

Todos tinham certeza de que o Oscar de melhor atriz coadjuvante de 1993 iria para Vanessa Redgrave, que arrasou em “Retorno a Howard’s End”. Se alguma zebra acontecesse, as apostas para vencedora da categoria eram em Judy Davis, Joan Plowright ou Miranda Richardson, que concorriam por papeis em filmes “sérios”. Ninguém sequer mencionava Marisa Tomei, que interpretou Mona Lisa Vito na comédia “Meu Primo Vinny”. Na verdade, muitos achavam que ela nem deveria ter sido indicada ao prêmio.

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Pois foi indicada e ganhou. Até hoje, há quem ache que o ator Jack Palance, que anunciou e entregou a estatueta, leu o nome errado – lenda urbana de que Marisa ri muito.

“Carruagens de Fogo” – Melhor filme em 1982

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(Divulgação/Divulgação)

Até os anos 1980, era praxe no Oscar: o filme do melhor diretor ganhava o prêmio principal da noite, sem discussão. Então, quando Warren Beatty foi anunciado o melhor diretor do ano, todos estavam certos de que “Reds” seria aclamado melhor filme. Mas não foi. O lindíssimo drama esportivo “Carruagens de Fogo” ganhou o Oscar de melhor filme daquele ano. Foi merecido, mas foi surpreendente.

“Rocky: Um Lutador” – Melhor filme em 1977

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(Divulgação/Divulgação)

O Oscar de 1977 foi de altíssimo nível na categoria melhor filme. “Taxi Driver”, “Rede de Intrigas” e “Todos os Homens do Presidente” eram os favoritos para vencer. Eis que, correndo por fora, o primeiro filme da franquia do lutador de boxe Rocky Balboa (Sylvester Stallone) revelou-se a surpresa da noite e abocanhou o prêmio.

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Fato curioso: Stallone foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel de Rocky Balboa em 2016, 39 anos depois da vitória do primeiro filme, no filme “Creed: Nascido para Lutar”. Mas o vencedor desta estatueta foi Mark Rylance, por “Ponte dos Espiões”.

Bob Fosse – Melhor diretor em 1973

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Liza Minelli e Bob Fosse, estrela e diretor de “Cabaret” (Vimeo/Reprodução)

“O Poderoso Chefão” foi o filme mais aclamado pela crítica em 1972, o que deixou o público com a sensação de que seu diretor, Francis Ford Coppola, fosse levar o Oscar de 1973 para casa. Mas não: naquela época, a academia não gostava muito de filmes de gângster, e deu o prêmio a Bob Fosse, diretor do musical “Cabaret”, estrelado por Liza Minelli.

Barbra Streisand – Melhor atriz em 1969

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(Oscars.org/Reprodução)

A surpresa aqui foi dupla. Em primeiro lugar, pela estreante Barbra Streisand ser considerada a melhor atriz daquele ano, por “Funny Girl: A Garota Genial”. Em segundo, por ter havido um empate na categoria e ela ter dividido o prêmio com ninguém menos que a veterana diva Katharine Hepburn, por “O Leão no Inverno”.

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Hepburn não gostava dessas cerimônias e nunca aparecia para receber seus prêmios. Então, além de tudo, Streisand teve o palco todo para ela para fazer o discurso de agradecimento.

“Como Era Verde o Meu Vale” – Melhor filme em 1942

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(Divulgação/Divulgação)

Entre 1941 e 1942, só se falava em “Cidadão Kane”, filme revolucionário de Orson Welles sobre as relações entre a mídia e o poder. Logo, era mais que natural  que todos esperassem que ele ganhasse o Oscar de melhor filme naquela edição.

Na-na-ni-na-não. Os membros da Academia acharam mais interessante dar o prêmio para “Como Era Verde o Meu Vale”, drama (muito lindo, é verdade) sobre uma família galesa da época da Revolução Industrial. “Cidadão Kane” ficou com um prêmio de consolação: melhor roteiro original.

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