Linn da Quebrada e Ana Cañas brilham no 1º Prêmio Arcanjo de Cultura
Idealizado pelo colunista e crítico de artes Miguel Arcanjo, a cerimônia homenageou artistas que se destacaram no ano de 2019
O Theatro Municipal de São Paulo recebeu, na quarta-feira (18), a primeira edição do Prêmio Arcanjo de Cultura. Idealizado pelo colunista e crítico de artes Miguel Arcanjo, a cerimônia reconhece artistas e profissionais que resistiram fazendo arte em 2019.
“Foi uma noite que me deixou arrepiado do início ao fim, sobretudo por ver o Prêmio Arcanjo de Cultura ser abraçado de forma tão carinhosa por todos os profissionais da nossa cultura. Como bem cantou Ana Cañas em nossa festa, vou citar outra vez Belchior: ‘amar e mudar as coisas me interessam muito mais”, declarou Arcanjo.
Na premiação, foram prestigiados 6 vencedores entre 12 indicados em cada uma das cinco categorias: Artes Visuais, Cinema, Música, Streaming TV e Teatro, além de 12 homenageados com o Prêmio Especial. Cada um deles recebeu o Troféu Arcanjo, criado pela artista plástica Telumi Hellen, em forma de asa-chama que renasce do fogo tal qual uma Fênix, simbolizando a cultura.
O júri foi formado por cinco especialistas representantes de cada categoria: Miguel Arcanjo (Teatro), Adriana de Barros (Música), Bob Sousa (Artes Visuais), Elba Kriss (Streaming TV) e Hubert Alquéres (Cinema). Em seus discursos, eles enalteceram a forte produção cultural como resistência de um ano difícil para a Arte, provando o talento de cada um dos artistas.
A noite contou com apresentações e participações de Ana Cañas, Linn da Quebrada, Divina Núbia, Alysson Salvador, Bia Nogueira, Juan Tellategui, Leona Cavalli, Jé Oliveira, Glamour Garcia, Celso Zucatelli, Leona Jhovs, Nany People, Thiago Mendonça, Teat(r)o Oficina, Acadêmicos do Baixo Augusta, Márcia Dailyn e Raphael Garcia.
Os secretários de Cultura Alexandre Youssef (Municipal) e Sérgio Sá Leitão (Estadual), também marcaram presença na festa. Ambos defenderam a liberdade de expressão, a democracia e condenaram a censura às artes em seus discursos.
Veja, abaixo, os vencedores e homenageados da noite:
Vencedores
- Artes Visuais
Galeria Transarte
Pelo estímulo de Maria Bonomi e Lena Peres à diversidade nas artes.
Quebrada: São Paulo, na Visão dos Cria, no Instituto Moreira Salles Paulista
Pela iniciativa de Marcelo Rocha de utilizar a fotografia para construir futuros.
Regina Boni
Pela retomada da Galeria São Paulo Flutuante.
Ruy Ohtake – O Design da Forma, no Instituto Tomie Ohtake
Pela trajetória que valoriza o design nacional.
Sérgio Sá Leitão
Pela criação do MIS Experience, primeiro espaço de exposição imersiva da América Latina.
Sesc São Paulo – Artes Visuais
Pela extensa e constante programação de Artes Visuais em suas unidades
- Cinema
A Vida Invisível
Pelo cinema delicado e sofisticado que representa o Brasil na corrida pelo Oscar.
Bacurau
Por expor mazelas, contradições e desigualdades do Brasil de sempre, conquistando o grande público.
Espaço Itaú de Cinema
Pela excelência na curadoria de programação.
Festival Mix Brasil
Pelo incentivo à diversidade no cinema.
Linn da Quebrada
Por suas mensagens potentes e necessárias nas telas e nos palcos.
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
Por ser janela entre o cinema do Brasil e do mundo.
- Música
Ana Cañas
Pela coragem do posicionamento sociopolítico durante a turnê do disco Todxs.
Black Alien
Pela reinvenção como artista e rimador no disco Abaixo de Zero: Hello Hell.
Larissa Luz
Por condensar em seu disco Trovão a força da nova música baiana.
Natura Musical
Por fomentar a qualidade artística na nova música brasileira.
Virada Cultural
Por democratizar o acesso aos principais artistas de nossa música.
Zeca Baleiro
Pela criatividade no álbum em dois volumes O Amor no Caos.
- Streaming TV
Coisa Mais Linda
Pela sofisticação na abordagem da temática feminina e feminista na série da Netflix.
Cultura Livre
Por abrir espaço na TV Cultura – e TV aberta – para novos talentos da música brasileira.
Glamour Garcia
Pela competente defesa de sua personagem na novela A Dona do Pedaço, na Globo.
Maria Júlia Coutinho
Pelo trabalho de excelência que a levou a ancorar o Jornal Hoje, na Globo.
Nany People
Pela trajetória que culminou com destaque na novela O Sétimo Guardião e no reality PopStar, na Globo.
Persona em Foco
Pela valorização na TV Cultura da memória dos grandes nomes que criam nossos palcos e telas.
- Teatro
Eduardo Chagas
Pela potente trajetória nos palcos do Brasil e do mundo com a Cia. de Teatro Os Satyros.
Gota D’Água {Preta}
Por ressignificar o clássico de Chico Buarque e Paulo Pontes com corpos negros sob direção de Jé Oliveira.
Madame Satã
Pela valorização de um ícone negro e ousadia na produção independente do Grupo dos Dez.
Prot(agô)nistas
Pela união das artes circenses a outras formas de expressão artística, com protagonismo negro, abrindo o projeto Novos Modernistas.
Teat(r)o Oficina
Pela atualidade e ousadia propostas por Zé Celso e seus artistas na releitura do clássico Roda Viva, de Chico Buarque, meio século depois.
Terça Insana
Pela valorização do humor inteligente há 18 anos, com constante revelação de novos talentos e em diálogo com o contemporâneo.
Especial
Fernanda Montenegro
Pelos 90 anos de vida, sendo exemplo incontestável de brilhante trajetória para as artes no Brasil.
Acadêmicos do Baixo Augusta
Pelos dez anos do bloco, referência na retomada do Carnaval de rua de São Paulo.
Adaap (Associação dos Artistas Amigos da Praça)
Pelo desenvolvimento pedagógico inovador e inclusivo da SP Escola de Teatro e da MT
Escola de Teatro. Cia. de Teatro Os Satyros
Pelos 30 anos de uma das mais emblemáticas companhias de teatro do Brasil, sempre em diálogo com a efervescência da vida ao seu redor.
Danilo Santos de Miranda
Pela realização das mais diversas formas de manifestações artísticas no Sesc São Paulo.
Eduardo Saron
Por incentivar projetos culturais com diversidade e representatividade no Itaú Cultural.
Festival de Teatro de Curitiba
Por ser há quase três décadas ponto de referência do teatro no Brasil e na América Latina.
Hugo Possolo
Pela direção artística do Theatro Municipal de São Paulo, abrindo suas portas para real representatividade da metrópole.
Marília Gabriela
Pela permanente dedicação à cultura, que a levou da TV a uma potente trajetória no teatro.
Rubens Ewald Filho (in memoriam)
Pela excelência do pensamento crítico, com apoio irrestrito ao cinema brasileiro e à nossa cultura.
Sergio Mamberti
Pelos 80 anos de vida, com histórica contribuição às artes e à cultura brasileira.
Teca Pereira
Pelo talento demonstrado em diversas vertentes artísticas com pioneirismo na representatividade da mulher negra nas artes.
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