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Oscar 2019: pontos fortes e fracos de ‘Bohemian Rhapsody’

Com cinco indicações ao Oscar, "Bohemian Rhapsody" resume a trajetória da banda Queen e traz Rami Malek no papel do icônico Freddie Mercury.

Por Ketlyn Araujo
Atualizado em 15 jan 2020, 23h58 - Publicado em 20 fev 2019, 13h32
 (Divulgação/Ilê Machado/MdeMulher)
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Sucesso absoluto e mundial de bilheterias, o longa “Bohemian Rhapsody”, cinebiografia da banda britânica Queen, busca contar um pouco sobre a trajetória de mais de vinte anos do grupo, formado pelos músicos Bryan May, John Deacon, Roger Taylor e Freddie Mercury.

Com alguns problemas na direção, feita majoritariamente por Bryan Singer (que ganha os créditos), e finalizada por Dexter Fletcher, o filme contou, ainda, com a consultoria criativa dos próprios May e Taylor, responsáveis por acompanhar o processo de produção da obra até que ela fosse finalizada.

“Bohemian Rhapsody” tem roteiro assinado por Anthony McCarten e distribuição da 20th Century Fox. No fim das contas, a história fala mais sobre Freddie, interpretado com maestria por Rami Malek (de “Mr. Robot”) – que neste ano disputa o Oscar de Melhor Ator -, do que sobre a banda como um todo.

O longa tem um certo ar de homenagem ao cantor, e procura mostrar toda a sua genialidade, misturando cenas dos bastidores das composições das músicas com traços de sua carreira, marcada pelos relacionamentos complicados, uma constante atmosfera de solidão e pela personalidade peculiar.

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Além de estar na corrida pela estatueta de Melhor Filme, a produção ainda disputa o Oscar nos quesitos Melhor Mixagem e Melhor Edição de Som, já que a trilha sonora, repleta de clássicos do Queen, é outro destaque.

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Indicações ao Oscar:

Melhor Filme
Melhor Ator (Rami Malek)
Melhor Edição
Melhor Mixagem de Som
Melhor Edição de Som

Principais prêmios que venceu:

Globo de Ouro (Melhor Filme Drama, Melhor Ator em Filme Dramático – Rami Malek)
BAFTA (Melhor Ator – Rami Malek, Melhor Som)
SAG Awards (Melhor Ator Principal – Rami Malek)

Pontos fortes:

Interpretar uma figura tão ímpar quanto Freddie Mercury não é tarefa das mais fáceis, mas Rami Malek o faz com sabedoria. O ator foi capaz de incorporar e reproduzir fielmente importantes atributos do cantor, como o olhar curioso e os notáveis movimentos de corpo. Mesmo com uma caracterização que lança mão de prótese nos dentes e perucas, por incrível que pareça, o personagem não se mostra caricato para quem o assiste de fora.

Por falar em caracterização, os figurinos e maquiagens que remontam à moda dos anos 70 e 80 são outro bônus, principalmente quando vemos as cenas de Freddie nos palcos. O ator Gwilym Lee, que faz o papel do guitarrista Bryan May, é outro para se prestar atenção, devido à paramentação praticamente perfeita.

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Como era de se imaginar, o longa usa as músicas do Queen como importante recurso de ritmo, bastante marcado pela trilha sonora cheia de sucessos do grupo. As cenas dos integrantes da banda criando suas composições, juntos, são especialmente interessantes, sem falar na longa passagem que mostra o famoso show do festival Live Aid, em Wembley.

Pontos fracos:

A principal crítica que o filme recebeu, tanto por profissionais do cinema quanto por fãs do Queen, é o fato da história escorregar na ordem cronológica de alguns acontecimentos e, vez ou outra, reproduzi-los de maneira equivocada.

Cenas como a da formação da banda, a de um hiato causado no grupo por culpa de Freddie Mercury (que, segundo biógrafos, não foi bem assim que rolou) e a da descoberta da Aids pelo cantor são alguns exemplos disso. A questão da bissexualidade de Mercury também poderia ter sido melhor explorada ao longo da narrativa, que foca majoritariamente em sua relação – complicada – com Mary Austin (Lucy Boynton).

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(20th Century Fox/Divulgação)
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Vale falar, inclusive, sobre a simplicidade do roteiro do longa, que apesar de se configurar como um filme agradável de assistir, acaba sendo raso e incapaz de traduzir toda a genialidade e complexidade do Queen (e de Freddie).

Bohemian consegue entreter do começo ao fim, mas opta por falar sobre a importância da união do grupo, não focando nos escândalos, uso de drogas e outras polêmicas bem comuns naquela época.

Será que leva o Oscar?

Será uma surpresa caso “Bohemian Rhapsody” ganhe o prêmio de Melhor Filme neste ano, ainda que já tenha garantido um Globo de Ouro na mesma categoria. A concorrência é forte e longas com temáticas de maior relevância social, como “Roma” e “Infiltrado na Klan”, continuam como favoritos.

Entretanto, Bohemian pode faturar nas categorias técnicas de som, e há grandes (e merecidas) chances de Rami Malek vencer como Melhor Ator, mesmo que seu principal ‘oponente’ seja o versátil Christian Bale, de “Vice”.

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