“O cinema tem o poder de gerar empatia”, diz Marianna Brennand, finalista do Prêmio Claudia
A diretora levou 10 anos de pesquisa para criar seu primeiro filme de ficção, "Manas"
Após conhecer a realidade de meninas em situação de vulnerabilidade na Ilha do Marajó, no Pará, a documentarista Marianna Brennand não pensou duas vezes – era preciso denunciar o que estava acontecendo. O cinema, portanto, foi o veículo mais eficaz que encontrou para a tarefa.
Após 10 anos de pesquisa nasceu Manas, seu primeiro longa de ficção. O drama narra a história de Marcielle, uma adolescente de 13 anos que, ao atingir a puberdade, vê sua infância ruir diante de abusos silenciosos dentro e fora de casa.
“Percebi que poderia — e deveria — usar o cinema para lançar luz, promover reflexão e estimular transformações sobre uma situação que se perpetua há décadas e permanece como um grande tabu”, conta a cineasta. “Tive uma compreensão mais clara de que o meu trabalho, além de sua dimensão artística, era também um gesto político de enfrentamento ao silêncio.”
A forma como ela escolheu gravar chama atenção, já que não há nenhuma cena explícita. “O cinema tem o poder de gerar empatia. As decisões éticas e estéticas do filme também são políticas. Como mulher e realizadora, pude contar uma história sobre nós mulheres, sobre o feminino, sem trazer mais violência, respeitando nossos corpos e existências”, explica.
“Tudo foi planejado com grande cuidado: primeiro, a escolha das locações; depois, a pesquisa de elenco; a chegada do elenco profissional para interagir com o elenco infantil; os ensaios nas locações e a definição de um plano de filmagem que respeitasse — e utilizasse a favor da narrativa — os ciclos das marés como expressão do movimento interior da personagem.”
O resultado não poderia ser melhor: o longa conquistou diversos prêmios internacionais, incluindo o principal prêmio da Giornate degli Autori no Festival de Veneza. Além disso, também foi premiado no Los Angeles Brazilian Film Festival e no LABRFF (Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles), onde recebeu os prêmios de Melhor Filme, Roteiro e Direção.
“Quanto mais ele viaja, mais me sinto ligada ao Brasil. A circulação internacional reforça o quanto a realidade retratada dialoga com dores e urgências compartilhadas por muitos países. Acabar com a violência contra mulheres e crianças é uma luta universal que precisa ser de todos”, conclui.
Prêmio CLAUDIA 2025
Agora, Marianna Brennand é finalista do Prêmio CLAUDIA 2025 na categoria Cultura. O evento chega a sua 25ª edição, celebrando mulheres que transformam o Brasil em diferentes áreas. A edição 2025 será realizada em 9 de dezembro, às 20h, no Roxy Dinner Show, Rio de Janeiro, e destaca finalistas que se tornaram referência em cultura, educação, negócios, direitos da mulher, saúde, inovação, sustentabilidade, trabalho social, influência digital e impacto do ano.
O júri desta edição reúne nomes influentes e plurais, como Zezé Motta, Maria da Penha, Luiza Helena Trajano, Ana Fontes e a jornalista Aline Midlej, além das representantes da Editora Abril: Karin Hueck (editora-chefe de CLAUDIA), Helena Galante (diretora de núcleo da Abril) e Andrea Abelleira (VP de Publishing da Editora Abril).
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