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Mulan estreia no Disney+ e gera reações mornas da crítica e do público

O filme, que só deve chegar ao Brasil em novembro, acabou desagradando boa parte dos espectadores

Por Maria Clara Serpa (colaboradora)
Atualizado em 21 set 2020, 12h06 - Publicado em 8 set 2020, 17h53

O live-action da animação Mulan, de 1998, foi lançado na última sexta-feira (4) através da plataforma de streaming da Disney, o Disney+. O serviço só será disponibilizado no Brasil em 17 de novembro, mas diversos veículos internacionais já fizeram suas resenhas sobre o filme, que variam de comentários cheios de elogios, a outros decepcionados. Aqui, reunimos os principais pontos para quem está curiosa sobre a repercussão de Mulan.

Já faz alguns anos que a Disney investe em remakes live-action para seus filmes clássicos de animação, como A Bela e a Fera, Dumbo e O Rei Leão, e as respostas do público sempre são diversas. Para muitos dos fãs dos desenhos, ver a história se transformar através de atores e cenários reais pode ser decepcionante. Não foi diferente com Mulan, a live-action mais cara da Disney até hoje, com orçamento de 200 milhões de dólares, e a primeira produção do tipo a ser dirigida por uma mulher, a diretora neozelandesa Niki Caro.

Um dos principais pontos abordados por críticos internacionais de veículos com New York Times, The Telegraph e Empire, é a beleza da fotografia do filme. Os cenários são lindos e cheios de detalhes que podem passar despercebidos através da tela pequena do computador ou televisão. Todos eles concordam que o filme deveria ser passado nos cinemas para que a fotografia pudesse ser melhor apreciada. Mulan iria estrear nos cinemas em março desse ano, mas devido a pandemia a estreia foi atrasada e, posteriormente, foi determinado que o filme sairia apenas na plataforma de streaming. “A tela pequena é um desserviço ao filme, não poder assisti-lo no cinema é uma pena”, disse Beth Webb em sua resenha para o Empire. Apesar disso, para ela, Mulan é a melhor adaptação feita pela Disney até hoje.

Para Dulcie Pearce, do The Sun, o principal problema do filme é ser completamente diferente da versão animada e perder a “graça” e os toques de humor do original. “Apesar de cenas de luta espetaculares, falta humor nessa versão, não há músicas e não há risadas”, escreveu. Essa foi uma das principais críticas feitas ao filme pelo público no IMDb, site onde a nota da nova versão do filme é 5.6 (de 10), contra 7.6 da versão animada. “Tiraram as melhores partes do filme, além de colocarem coisas completamente desnecessárias. Sério, onde está o Mushu [dragão presente no desenho]?”, diz um dos comentários.

De fato, Mulan tem uma história pesada. Muita gente chega a dizer que o filme não deveria ser direcionado para crianças, por ter de cenas de guerra e lutas. Porém, na versão animada, isso era contraposto com personagens engraçadas e doses estratégicas de humor, além das músicas clássicas, que também não fazem parte da nova versão. Em diversas entrevistas, a diretora do remake afirmou que sua intenção era realmente fazer uma versão diferente, focada em contar a histórica lenda chinesa de Hua Mulan. A história foi descrita pela primeira vez na China, através do poema A Balada de Mulan, do século 5 d.C. Segundo as críticas, a live-action é quase um tributo ao material original.

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No Rotten Tomatoes, outro portal de críticas de cinema, apenas 54% do público aprovou o filme, que possui 3 estrelas no portal, enquanto o original possui 80% de aprovação e 4 estrelas. Segundo as métricas do Rotten Tomatoes, o remake de Mulan tem 76% de aprovação da crítica especializada, enquanto o filme original tem 86%. “A Mulan de 2020 é uma tentativa muito corajosa de recontar o folclore chinês. O filme tira tudo que a audiência ocidental sabia e amava de Mulan e os convida a conhecer algo novo. É um ótimo filme, mas é necessário ir de braços abertos e não comparar com o desenho”, disse um espectador. Diversos outros comentários criticam o fato de Niki Caro transformar Mulan em uma super-heroína e, assim, afastá-la da realidade e da identificação com o público. “Ela luta, escala paredes, atira lanças e não se machuca nunca. Parece mais uma personagem da Marvel do que uma humana comum”.

No Metacritic o filme possui apenas 68 pontos de 100 e 3 estrelas, mas muitos comentários elogiaram a atuação de Liu Yifei como Mulan e viram as diferenças do filme original como pontos positivos.

(Jasin Boland/Disney/Divulgação)

Polêmica

Nesta terça-feira (8), quatro dias após a estreia do filme, a Disney passou a ser alvo de críticas devido aos agradecimentos a entidades governamentais chinesas nos créditos finais de Mulan. As filmagens na província de Xinjiang teriam sido viabilizadas por essas agências, porém, desde 2019, há diversas notícias que dizem que o local é palco de violações de direitos humanos cometidas pelo próprio governo.

A região é povoada majoritariamente pelos uigures, uma minoria muçulmana do país. Uma investigação feita por grandes jornais internacionais como The New York Times, Le Monde e BBC provou que existem “campos de reeducação” em Xinjiang em que os uigures trabalham de forma forçada e são submetidos a regimes de doutrinação política do Partido Comunista Chinês, além de procedimentos de esterilização para diminuir as taxas de natalidade da população muçulmana. O governo afirma que os campos têm como objetivo pacificar a região e acelerar seu desenvolvimento econômico.

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Os agradecimentos de Mulan às agências governamentais revoltaram muita gente e, na internet, foi levantada a hashtag #BoicoteMulan. A mesma hashtag já vinha sendo usada desde o início das propagandas do filme, devido a declarações controversas de Liu Yifei, a protagonista, em que demonstrou apoio às forças policiais de Hong Kong durante protestos violentos desencadeados por uma nova lei que permite que pessoas presas na ilha, que é um território autônomo, possam ser levadas a julgamento na China continental.

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