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“Meu Nome é Gal” presta uma delicada homenagem à cantora brasileira

Entrevistamos a protagonista Sophie Charlotte e as diretoras Dandara Ferreira e Lô Politi

Por Raíssa Basílio
12 out 2023, 06h54
"Meu Nome é Gal" presta uma delicada homenagem à cantora brasileira (Stella Carvalho/Divulgação)
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A importância de Gal Costa na música brasileira é indiscutível. Perdemos toda a irreverência de uma parte significativa da cultura nacional quando a artista faleceu, em novembro de 2022. Esquecida, porém, ela não será. E nesse reforçar da memória viva, o lançamento do filme Meu Nome é Gal, em 12/10 nos cinemas nacionais, chega como uma homenagem muito bem-vinda. 

O longa foi um pedido da própria cantora à diretora Dandara Ferreira, que, junto à realizadora Lô Politi, traz a cinebiografia de ficção após ter trabalhado pertinho da artista em outra produção documental. Nas telonas, temos Sophie Charlotte soltando a voz ao dar vida à Gracinha e vivendo a trajetória dela, saindo de Salvador para o Rio de Janeiro, onde se une a Caetano Veloso (Rodrigo Lelis), Maria Bethânia (a própria Dandara Ferreira), Gilberto Gil (Dan Ferreira) e Dedé Gadelha (Camila Mardila).

Na década de 1960, eles desempenharam um papel fundamental na revolução cultural, com Gal sendo uma das vozes mais icônicas da Tropicália. Meu Nome É Gal mostra a potência da cantora, que se tornou símbolo de empoderamento feminino na música, desafiou estereótipos e foi contra o conservadorismo, se tornando referência. Em entrevista à CLAUDIA, Sophie Charlotte, Dandara Ferreira e Lô Politi falaram sobre esse trabalho.

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“Meu Nome é Gal” foi um trabalho de 6 anos. (Stella Carvalho/Divulgação)

Sophie Charlotte foi convidada por Dandara para participar do filme. “Ela me falou do documentário, O Nome dela é Gal. Eu já pedi link para assistir”, conta a atriz. “Queria saber se Gal sabia do projeto, ela disse que sim. E foi o melhor sim da minha vida. Foi um sonho todo o processo e de muito aprendizado sobre cinema.”

Eu sempre amei Gal, então eu queria que ela ficasse feliz com o filme, que fosse uma uma homenagem amorosa. Mais do que uma pretensão artística minha”, explica a atriz, que teve alguns encontros com a cantora ao longo do projeto, realizado durante 6 anos. “Já pensou em poder viver um ídolo pessoal? Era esse caso para mim. Então foi lindo, muito especial e ela [Gal] me permitiu isso”, completa.

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Rodrigo Lelis como Caetano Veloso em “Meu Nome é Gal” (Stella Carvalho/Divulgação)

Meu Nome é Gal é um recorte da vida da artista, focando em sua maturidade e influência, com uma voz política. As diretoras conseguem fazer um equilíbrio disso no filme, um sopro de leveza com um plano de fundo forte, que é o da ditadura militar.

“A própria Tropicália é isso, o tema a ser combatido ali é muito pesado. A leveza, cor e alegria com o que eles fizeram era um negócio muito impressionante. Eu acho isso de uma extrema coragem, porque é muito mais agressivo diante do peso da  violência”, conta Lô. “O filme naturalmente puxa isso né?”, completa a diretora e roteirista.

Como citamos anteriormente, Sophie Charlotte atua e canta na produção. Há canções na voz de Gal e, como é uma ficção, há espaço para uma certa liberdade artística. Dandara Ferreira conta que a ideia era que a atriz cantasse desde o início do projeto. Na coletiva de imprensa, Sophie diz que as vozes nem se comparam, mas quem assistir ao filme verá que a potência vocal da intérprete de Gal é mais do que elogiável.

Vale dizer que Meu Nome é Gal já estava filmado quando a cantora morreu, e por isso a montagem foi toda elaborada em tom de homenagem. “A gente achou que era importante ter fonogramas, nos momentos em que ela está em estúdio, da voz da Gal. Porque todo mundo quer ouvir Gal, a gente está falando da maior voz de uma cantora e intérprete da música brasileira. As pessoas estão com saudades, querem ouvir, sentar na sala de cinema e vivenciar aquilo, rememorar Gal”, conta Dandara. Nada melhor do que um filme sobre uma mulher tão icônica, ser feito também por mulheres.

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Sophie Charlotte como Gal Costa em “Meu Nome é Gal” (Stella Carvalho/Divulgação)

“A gente sentiu necessidade de ter mais a presença da Gal real no filme. Foi uma maneira de aprofundar a homenagem. A gente foi muito impactada [pela morte da cantora], né? Totalmente! A gente parou um tempo e precisou digerir e entender o que fazer. Obviamente, no filme não dava para mexer, não era passível de mudança por qualquer coisa externa que tivesse acontecido, mesmo com a grandeza do que significa a morte da Gal”, completa Lô Politi.

A bela homenagem feita por essas mulheres fez sua estreia no Festival do Rio e, nesta quinta-feira (12), chega aos cinemas de todo o Brasil. Reviva a presença de Gal Costa nas salas de exibição com Meu Nome é Gal.

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