Aos 66 anos, morre o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, vítima da Covid-19
O artista fez carreira e ganhou notoriedade na Europa, onde se tornou o primeiro negro e estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional Alemão
O bailarino e coreógrafo Ismael Ivo, de 66 anos, faleceu na noite desta última quinta-feira (08) por complicações da Covid-19. Conforme o informado pela assessoria do artista, Ivo estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, há um mês.
Segundo a Folha de S.Paulo, Ivo chegou a ser intubado enquanto estava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Após apresentar uma melhora, foi retirado da intubação e encaminhado para quarto, no entanto, o quadro clínico do artista piorou na última madrugada.
Ivo brilhou durante o auge da dança contemporânea de São Paulo, em 1970, seguindo para o exterior na década de 80, onde atuou por mais de três décadas, fez carreira e se notabilizou.
O artista criou e foi diretor artístico do ImpulsTanz, de Viena, atualmente um dos mais importantes festivais de dança contemporânea da Europa. Ele ainda chefiou a seção de dança da Bienal de Veneza e dirigiu o Teatro Nacional Alemão, em Weimar, garantindo o título de primeiro negro e estrangeiro nesse posto.
Em 2010, Ismael Ivo foi homenageado com a Ordem do Mérito Cultural, outorgada pelo Ministério da Cultura (MinC) como forma de reconhecimento por suas contribuições à cultura brasileira.
O retorno do coreógrafo para o Brasil ocorreu em 2017 para comandar o Balé da Cidade, o corpo de baile do Theatro Municipal de São Paulo. Em 2020, ele foi demitido após ser denunciado por assédio moral pelos integrantes da companhia.
Classificado como um dos maiores coreógrafos contemporâneos pelo Governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), Ismael Ivo será velado apenas por familiares e amigos próximo.