Em novo filme, Angelina Jolie prova (de novo) que nasceu para ser Malévola
Atuação impecável da renovada atriz e efeitos visuais dos reinos fantasiosos são os grandes destaques de 'Malévola: Dona do Mal'.
‘Malévola: Dona do Mal‘ é a grande estreia dos cinemas nesta semana – e mais um dos sucessos da Disney a ganhar uma sequência. Muitos se questionam por que esse filme existe, já que o longa anterior, ‘Malévola‘ (2014), tinha um desfecho redondo, sem gancho para desdobramentos. Será que essas pessoas estão certas?
O MdeMulher já assistiu ao filme e, olha, de primeira, podemos falar que vale a pena conferi-lo, pelo imenso talento de Angelina Jolie! Vamos te contar agora os destaques positivos e o que deixou a desejar neste novo longa (e sem spoilers, é claro. Pode ficar tranquila).
Todo mundo conhece a história da Bela Adormecida, mas ninguém esperava receber um filme solo da antagonista, que é uma das mais populares da Disney. Quando o primeiro longa saiu, há cinco anos, ele agitou os fãs que, em grande parcela, gostaram do resultado. Hoje, muitos estão receosos com o que esperar dessa trama inédita – e isso é compreensível.
Além do mais, ‘Dona do Mal’ tem a missão de se reinventar, com base numa história cujos dois lados o público já conhece muito bem. Somado a isso, o longa precisa persuadir a parcela dos fãs que acredita não haver sentido para a existência dessa continuação.
Nesse segundo filme, Malévola recebe uma notícia que avalia como terrível: o Príncipe Phillip (vivido por Harris Dickinson) pede Aurora (Elle Fanning) em casamento e ela aceita. Para piorar a situação, a protagonista ainda é convidada pela família nobre de Phillip para um jantar que promete estabelecer de vez a paz entre o reino dos humanos e das fadas.
Pode soar muito óbvio mas, de fato, Angelina Jolie engole o filme com sua atuação. A performance como Malévola é a única e digna de reconhecimento. Parece até que a atriz nasceu para fazer o papel da vilã (que, na verdade, não é mais tão vilã assim desde o filme anterior).
Toda cena em que ela aparece tem o poder de nos deixar apaixonados por sua presença marcante e pela beleza divina (como sempre). Angelina consegue entregar uma personagem que demonstra muita coisa pelos trejeitos – para além dos diálogos. E isso é fenomenal.
Outro fato interessante a ser considerado é a parte estética do filme, que é muito bela. Desde a vila das fadas até os vestidos esvoaçantes da realeza, tudo isso possui um cuidado técnico que torna mais prazeroso assistir a essa explosão de cores nas telonas.
Além disso, o timing é mais certeiro em relação ao do filme anterior. Isto é, as coisas importantes acontecem com uma frequência maior, de maneira que não deixa vácuos enormes e, consequentemente, não leva ao tédio – como acontecia no primeiro filme. Também temos mais ação envolvida na trama, que é complementada pelo visual de tirar o fôlego.
Enquanto temos esses três pontos legais no filme, por outro lado alguns outros quesitos deixam um vazio indesejado. A narrativa, por exemplo, se perde em alguns momentos. Para ser bem sincero, a história acaba ficando em segundo plano em diversas cenas, ainda mais por vermos essa enxurrada de efeitos especiais que imediatamente saltam aos olhos.
É sempre bom juntar uma narrativa sólida com um jogo de efeitos competente, mas ‘Dona do Mal’ peca por não saber dosar esses dois quesitos e não construir uma cronologia que seja estável. O que acontece é que, às vezes, determinada cena existe apenas para “agradar ao 3D”, enquanto outras sofrem por falha de continuidade.
A Rainha Ingrith (vivida por Michelle Pfeiffer), por exemplo, possui um arco claro e objetivo no começo do filme, que se perde nas duas horas da duração e acaba em um final clichê até demais para os contos de fadas. Inclusive, o final é um caso à parte, pois é a parcela mais nonsense de toda a produção. E isso, sim, deixou a desejar.
Outro arco problemático é o de Conall (Chiwetel Ejiofor), personagem da mesma espécie de Malévola, que aparece no trailer do longa junto a um grupo de criaturas voadoras. Por mais que sua participação se faça necessária para o desenvolvimento da história, seu discurso anda, anda, e acaba por não chegar a lugar algum. Falta profundidade nesse núcleo do filme, pois tanto ele quanto as outras bestas se tornam meio dispensáveis no fim das contas.
Em suma, ‘Malévola: Donal do Mal’ entra naquela categoria subentendida pelo público como “filmes para descansar a mente” – e não nos leve a mal, nós amamos filmes assim! O que não condiz muito com a realidade é o fato de a produção se vender como uma grande sequência de uma grande franquia de filmes, sendo que ela é apenas legal de assistir – e nada mais.
Dito isso, se você gostou do primeiro filme, com certeza vai se entreter com este também.