Débora Falabella será vítima de crime digital em nova série do GNT
A série 'Vítimas Digitais' estreia hoje e aborda vários crimes inspirados em histórias verídicas
Em dias em que se compartilha a intimidade em redes sociais e telefone, muitas vezes se questiona se privacidade mudou de definição. A possibilidade de localizar em tempo real as pessoas através de aplicativos, acessar a fotos e vídeos tem como consequência, se multiplicam crimes de perseguição que afetam as vidas de muitas mulheres, sejam conhecidas ou não. A integridade física e psicológica está, mais do que nunca, ligada à digital e este é o tema central da nova série do GNT, Vítimas Digitais, que estreia hoje (4) às 23h30. No elenco estão, nomes conhecidos como Débora Falabella, Marcos Veras e Maitê Padilha em um formato de docudrama (onde haverá depoimentos de pessoas verdadeiras mesclados com a dramatização das histórias). Essa maneira de contar a história é um dos fatos que atraiu Falabella para o projeto. “Eu estava fazendo uma peça que já falava sobre violência contra mulher e já estava muito envolvida com esse assunto quando o João Jardim [diretor da série] me chamou’, explicou a atriz à CLAUDIA. “Acho que é o momento que a gente precisa falar disso, precisa alertar as pessoas e mostrar para elas que isso realmente é um tipo de violência e que a mulher está sujeita a isso na internet também, ela realmente é mais assediada”, ela conta.
São sete episódios semanais, independentes entre si, todos inspirados em histórias reais que mostram a complexidade dos crimes digitais e a dificuldade da atuação da justiça. Há casos onde homens também são vítimas, mas as mulheres são em maior número.
“Estou super curiosa para saber dos outros, são vários episódios. Sei mais ou menos as histórias que foram contadas, mas me aprofundei mesmo na minha personagem que é uma personagem já sofre um tipo de violência física, já tinha um relacionamento abusivo com um cara violento e ela termina o relacionamento e esse cara persegue através da internet”, revela Débora sobre o episódio de estreia. “Fiquei muito impressionada porque tem histórias que a gente acha impossíveis de acontecer, que um pessoa seja capaz de atingir a outra através disso e como que isso ganha uma amplitude enorme na vida da pessoa e uma consequência gigantesca. Você não só atinge a pessoa, como todas as outras pessoas em torno dela ficam sabendo. Você usa difamação para isso, você calunia a pessoa, você inventa para ela outra identidade, você expõe para muitas pessoas. Não é uma briga que está acontecendo entre duas pessoas, é uma exposição para atingir e que acaba com a vida muitas vezes de formas que depois não se consegue voltar atrás. Por mais que você puna os envolvidos aquela história vai ficar, você já vai estar exposta e isso é muito dolorido para quem sofre”, diz.
A atriz Maitê Padilha, mais conhecida até hoje como a Gaby Estrella, teve uma impressão parecida que Débora. Em seu papel mais ousado até o momento, Maitê interpreta Érica, uma jovem de 16 anos que faz sexo virtual com o namorado sem saber que ele estava gravando tudo. O celular dele é roubado, ou assim ele diz, e ela acaba sendo exposta para toda escola, amigos e família. “Em algumas cenas eu estava bem nervosa, mas a gente fez tudo com muito cuidado”, Maitê conta. “Muitas pessoas não têm noção que [divulgar imagens íntimas de terceiros] é crime. E pior do que a atitude do criminoso é que se todo mundo acolhesse a pessoa exposta e não compartilhassem já ajudaria. As pessoas acabam contribuindo para atingir a pessoa que sofreu”, lamenta.
Maitê diz que sempre teve orientação em casa para tomar cuidado, mas lamenta que o descaso é uma das fontes da humilhação e da dor da vítima, que muitas vezes acaba nem entrando na justiça para não ter que reviver a exposição, ter que se explicar e se encontrar novamente com o agressor. “É um desgaste emocional enorme”, diz.
Ainda há muito mais a cobrir.
“Acho que a importância de falar sobre isso na TV é exatamente porque muita gente passa por isso e talvez não tenha coragem de falar, acha que só acontece com ela e isso é uma coisa que acontece no mundo inteiro com várias pessoas’, diz Falabella. “Tem a importância de você mostrar para o outro que ele não está sozinho”
Maitê concorda. “As meninas têm que se apoiar e se defender. A gente tem o direito de fazer, mas tem que ter cuidado”, alerta.
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