Circuito Escritos de Mulheres: “Eu, Tituba”, de Maryse Condé
Livro é a escolha do mês de outubro do nosso clube de leitura, em parceria com a livraria Gato Sem Rabo
Tituba foi a primeira condenada no tribunal de Salém, no chocante julgamento de 1692. Sua trajetória, porém, foi apagada pelo racismo histórico. Maryse Condé reconta o período sob o olhar da protagonista, com começo, meio e fim, mesclando fatos com ficção em uma narrativa sensível e viciante.
Ao preencher as lacunas da vida de Tituba, a autora franco-caribenha se mistura com essa mulher, num movimento de escrevivência, trazendo um olhar contemporâneo para uma personagem complexa. O ímpeto revolucionário e o conhecimento das ervas e energias da natureza formam a imagem de bruxa que Tituba ganhou.
É interessante (e um tanto assustador) perceber as nuances socioculturais que nos atravessam até hoje numa história ambientada em 1600: um fanatismo religioso que cega, uma falta de respeito com a vida e as crenças do outro, e um racismo estrutural massacrante.
Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salém (R$ 53,90, Rosa dos Tempos) é o livro de outubro do circuito Escritos de Mulheres, feito em parceria com a livraria Gato Sem Rabo.
O encontro para discutir a leitura acontece no dia 31/10 (sim, bem místicas), às 19h, com participação de Maria Carolina Casati e Paula Carvalho, e mediação de Paula Jacob. É gratuito e não precisa de inscrição prévia para participar.
Rua Amaral Gurgel, 352, Vila Buarque, São Paulo