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10 vezes em que mulheres foram incríveis e homens levaram a fama

Ao longo da história, são incontáveis os casos de homens louvados pela conquista de mulheres.

Por Giovana Feix
Atualizado em 20 jan 2020, 19h17 - Publicado em 2 mar 2017, 17h44
OXFORD, ENGLAND - NOVEMBER 29: Bodleian curator Stephen Hebron holds a new portrait of Mary Shelley, recently donated to the Bodleian Libraries, as he prepares for Bodleian Libraries, University of Oxford latest literary exhibition, with exhibits including Frankenstein manuscript on November 29, 2010 in Oxford, England. The exhibition 'Shelley?s Ghost: Reshaping the Image of a Literary Family' which opens on Friday, will reunite for the first time the Shelley archives from the Bodleian Libraries and the New York Public Library and display previously unseen memorabilia including the original manuscript of Frankenstein. (Photo by Matt Cardy/Getty Images) (Matt Cardy/Freelancer/Getty Images)
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Tudo começa com os homens das cavernas – ou, na verdade, com as mulheres das cavernas e o ocultamento de suas habilidades. Durante anos, afinal, foram creditadas aos homens as pinturas rupestres encontradas, até hoje, em sítios arqueológicos ao redor do mundo. Mas quem disse que não se trata de obra feminina e que as primeiras artistas de que temos notícia não foram, na verdade, mulheres?

A desvalorização do trabalho e das conquistas femininas faz parte do mesmo sistema que constantemente desencoraja meninas e mulheres de seguirem os sonhos para as quais supostamente não seriam “destinadas” ou “adequadas”.

Estas histórias falam de moças incríveis, que desafiaram o que se considerava certo (e errado) e foram atrás do que queriam. No meio do caminho, porém, elas conseguiram ter seus méritos tirados de si – e, na maior parte das vezes, “roubados” por um homem.

1. Nas cavernas

The Carrizo Plain National Monument
(David McNew/Equipa/Getty Images)

Em 2013, um estudo feito pela Pennsylvania State University descobriu algo surpreendente: na maioria das vezes, é provável que os desenhos nas cavernas durante a idade da pedra tenham sido feitos por mulheres – e não por homens, como se costumava pensar sem muito questionamento.

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2. Na computação

Byron’s Daughter
(Hulton Archive/Freelancer/Getty Images)

À matemática Ada Lovelace é atribuída, atualmente, a invenção do primeiro software em um computador. Por muito tempo, porém, sua criação foi desmentida por historiadores homens, que chegaram a afirmar não ser exagero “dizer que ela era uma maníaca depressiva, com as mais inacreditáveis alucinações”.

3. No exército

https://www.youtube.com/watch?v=Kc5-VracbvE

Foram muitas as mulheres que, no maior estilo Mulan, tiveram de usar uma identidade masculina para defender seus países. Esse é o caso da incrível Maria Quitéria, no Brasil, da norte-americana “Sam” Blaylock e da sueca Elisa Bernerström.

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4. Nas invenções

Mangle
(Hulton Archive/Freelancer/Getty Images)

Em 1888, uma invenção curiosa era lançada nos Estados Unidos: um “espremedor” de roupas. Usado até hoje, ele é chamado de “clothes wringer” em inglês, e foi inventado por uma mulher negra, Ellen Eglin. Para que o artefato pudesse ser vendido, no entanto, o comprador da invenção (que lhe pagou a quantia de 18 dólares para, mais tarde, enriquecer às suas custas) foi quem assumiu a criação.

5. Na ciência

untitled-12
(Divulgação/Fox)

As mulheres retratadas em “Estrelas Além do Tempo” foram essenciais para que os cientistas da NASA conseguissem enviar o homem ao espaço. Um boletim da instituição, no entanto, chegou a informar às empregadas o seguinte: “Ai de vocês se fizerem um computador, já que o engenheiro de projetos tomará o crédito por qualquer coisa inteligente e cheia de glória que você faça”. Pois é!

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Henrietta Leavitt, de Harvard, descobriu a relação entre o brilho e a pulsão das estrelas, mas morreu sem nenhum prestígio.

Há casos ainda como o da bióloga Nettie Stevens, que publicou uma pesquisa falando sobre como são os cromossomos – e não fatores ambientais – que determinam o sexo de um organismo. No mesmo ano, um cientista homem chega à mesma conclusão – e ganha toda a fama.

6. Na diversão

Monopoly
(Edward Miller/Freelancer/Getty Images)

Conhecido em inglês como “Monopoly”, o jogo “Banco Imobiliário” é um sucesso no mundo inteiro – e foi originalmente criado por uma mulher. Elizabeth Magie era uma feminista norte-americana e inventou a brincadeira em 1903. É comum que a invenção seja atribuída, porém, ao empresário Charles Darrow. Ele entrou em contato com o jogo em 1932 e ganhou rios de dinheiro com sua comercialização.

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7. Na literatura

Mary Shelley
(Hulton Archive/Freelancer/Getty Images)

Em 1818, a inglesa Mary Wollstonecraft Shelley publicou sua obra-prima, “Frankenstein”. Ela fez isso, no entanto, de forma anônima. Por conta da assinatura do prefácio, muitos passaram a acreditar que o livro havia sido escrito por seu marido, o poeta Percy Bysshe Shelley. Foi só mais tarde, lá por 1823, que o nome de Mary começou a aparecer nas capas dos livros – e, mesmo então, muitos continuaram atribuindo ao homem o crédito pela história. Dá para acreditar?

8. Na arte

The Scottish National Gallery Unveil Their New Exhibition Of Work From The D. Daskalopoulous Collection
(Jeff J Mitchell/Equipa/Getty Images)

Obra mais famosa do artista francês Marcel Duchamp é “Fonte”. Há quem diga, porém, que quem lhe “inspirou” a criá-la foi uma amiga, a baronesa Elsa von Freytag-Loringhoven.

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Além disso, também Camille Claudel, escultora e amante de Rodin, trabalhou por anos a seu serviço. Dizem que é difícil distinguir o trabalho dos dois, mas você já tinha sequer ouvido falar dela?

9. Na música

Dorothy Lucile Tipton foi uma talentosa pianista norte-americana, mas ninguém a conhece por este nome. Isso porque, para poder tocar nos bares de jazz que almejava, ela teve de assumir a identidade de “Billy Lee Tipton. Como Dorothy, ouviu de muitos donos de estabelecimentos que sim, ela era boa, só que ninguém contrataria uma mulher.

10. No esporte

Swimming – Olympics: Day 4
(Adam Pretty/Equipa/Getty Images)

A história se repete – mesmo nas narrativas mais sutis. Nas Olimpíadas de 2016, no Rio, a nadadora húngara Katinka Hosszú foi a prova viva disso. Ao ganhar uma medalha de ouro e quebrar recordes na piscina, não foi ela e, sim, seu marido e treinador quem ganhou destaque na mídia. A rede norte-americana NBC chegou a escrever, ao lado de uma foto do moço, “aqui está o homem responsável”.

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