Compotas: confira curiosidades e aprenda receitas
Velhas conhecidas, as compotas são reverenciadas há séculos. Descubra, por sua história, como desfrutar essa deliciosa sobremesa pouco explorada nos dias de hoje
Compota de figo: com gostinho caseiro
Foto: Ormuzd Alves
Assim como os livros e as rodas de prosa, os doces também são cheios de histórias. “O prazer de experimentar, recriar, adaptar e provar receitas vem de longa data”, diz a paulistana Dalva Soares Bolognini, autora do livro O Ponto do Doce (Biblioteca 24X7). O que poucos sabem é que nem sempre esses quitutes adocicados nasceram para agradar o paladar.
No começo, as sobremesas, como a goiabada, a marmelada e a bananada, entre outras, eram elaboradas para conservar as frutas sazonais por longo tempo e também para evitar o desperdício. O mesmo raciocínio vale para as geleias e as frutas cristalizadas e as secas. Dentre todas essas delícias – integrantes da “arte” da conservação -, a rainha da vez sempre foi a compota, fruta cozida e servida com o próprio líquido do cozimento. “Houve uma época em que a fruta não era considerada suficientemente luxuosa para ser oferecida como sobremesa”, explica Davi Goldman, coordenador do curso de alta gastronomia, de São Paulo. “Então, surgiram as compotas, capazes de recriar a natureza dando mais maciez, beleza e doçura às frutas”, completa.
Com o tempo, a receita original – com à base de açúcar e frutas – ganhou outros ingredientes, como as especiarias. “O uso de canela, cravo, noz-moscada, entre outras, deixou os pratos mais sofisticados e harmoniosos”, afirma Goldman. Infelizmente, com o processo de industrialização e a falta de tempo reinante nas grandes cidades, as compotas foram perdendo espaço para as versões enlatadas, mais práticas, e menos saudáveis.
Precisamos resgatar as compotas e recriá-las de outras frutas e novos sabores. Quem sabe, assim, traremos de volta esse diamante doce para nossa mesa?
Veja algumas sugestões de preparo para deixar sua sobremesa ainda mais saborosa
1. As frutas devem estar maduras, no ponto. Os morangos, as bananas e as mangas são muito frágeis e podem se desmanchar. As melhores para fazer compota são pêssego, figo, ameixa, maçã e abacaxi. Porém, se desejar, faça o teste e recrie as receitas. Antes de iniciar a preparação, higienize as frutas corretamente.
2. É importante preparar em uma panela que comporte a quantidade de frutas e a calda sem derramar. Por exemplo, o líquido deve ficar no máximo a até três quartos da borda da panela. Sempre use fogo médio, para a espuma não transbordar.
3. Tome cuidado para a fruta não cozinhar demais e, se fizer o preparo com mais de uma, adicione as macias no final do cozimento.
4. Atente para não se queimar, pois o açúcar pode ficar bem mais quente do que você imagina.
5. Caso resolva armazenar a compota, verifique se o vidro está bem esterilizado. Se depois de dez dias, a tampa estufar, descarte a compota.
6. Ao final da preparação, a fruta deverá manter-se no formato inicial do cozimento. Além disso, veja se está macia e observe se a calda está com uma textura delicada, não muito doce.
Doces conselhos
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