Café a gosto: conheça os métodos de preparo e todos os sabores da bebida
Nunca tivemos tantos jeitos diferentes para preparar em casa a bebida mais popular do país. Aprenda as diferenças entre eles e saiba escolher o que mais combina com sua xícara.
Não faz muito tempo, o brasileiro ia ao supermercado e escolhia entre meia dúzia de marcas de café em pó. Em casa, preparava a bebida no coador de pano ou de papel e dava-se por satisfeito. Tudo começou a mudar na década de 1990, quando a abertura para as importações trouxe as primeiras máquinas profissionais de café expresso. Nas últimas duas décadas, não só apuramos o paladar como tivemos acesso a cafés especiais e novos métodos de preparo. Segundo Edgar Haddad, diretor da loja virtual Café Store, o fenômeno se assemelha ao que aconteceu com o vinho. Hoje, os apreciadores de café seguem rituais e levam em conta até a escolha da xícara para obter melhores resultados. Modelos de borda grossa e arredondada, por exemplo, preservam melhor o sabor e o aroma, em especial no caso do expresso. Mas não há verdades absolutas nesse universo. Segundo experts, o melhor método depende do gosto de cada um. Confira detalhes das opções disponíveis e decida.
Moedor: vale a pena investir?
Vinte minutos depois de moído, segundo especialistas, o café já começa a perder aroma e sabor, por causa do processo de oxidação. O ideal, portanto, é sempre moer os grãos somente para consumo imediato. Moedores elétricos de regulagem manual dão conta do recado e custam pouco, mas não proporcionam controle preciso da moagem. Já os modelos automáticos, bem mais caros, são dotados de seletores digitais e temporizador.
1. Moedor de café manual Cadence MDR301, R$ 60,04*, no Extra
2. Moedor automático Cuisinart DBM8, R$ 379*, na Pepper
Dicas para preparar um café nota 10
. Prefira café 100% arábica do tipo gourmet ou especial. Se o nome da fazenda produtora aparecer na embalagem, é mais um sinal de alta qualidade, revela a barista Isabela Raposeiras, dona do premiado Coffee Lab, em São Paulo.
. A água responde por 95% da bebida. O cloro interfere no aroma por isso, use mineral, de preferência, ou filtrada.
. A temperatura ideal é de 93°C a 98°C. Desligue o fogo assim que começar a borbulhar, ensina Isabela.
. Molhe todo o pó antes e só então despeje o restante da água. Essa pré-infusão ajuda a extrair o máximo de sabor e aroma.
. Se usar filtro descartável, escalde o papel primeiro para tirar qualquer resquício de gosto do material. Depois, coloque o pó e coe normalmente.
. Escalde a xícara para manter o café quente por mais tempo.
Coador de pano
Voltou à moda e surge até versão para coar direto na xícara. Deixa passar os sólidos, que rendem um café amargo e encorpado. Dá trabalho limpar. Lave logo após o uso só com água. Sabão deixa resíduos, alterando o sabor do café.
Moagem ideal: fina
Coador de papel
Prático, por ser descartável, tem trama fechada, que retém os sólidos, resultando em um café de corpo mais leve. Marcas importadas, como Hario, Clever e Chemex, oferecem formatos e materiais que prometem realçar acidez e doçura.
Moagem ideal: fina
Aeropress
É filtragem por pressão, que extrai mais sabor, mas exige força. O método pode ser usado no bule ou em xícaras. É fácil de limpar, diz Rafael Godoy, instrutor em treinamentos do Sindicato da Indústria de Café de São Paulo.
Moagem ideal: de fina a média
French Press
Também filtra por pressão, preservando as características do café. A limpeza da jarra e do êmbolo é um pouco trabalhosa. É preciso desrosquear o parafuso para lavar o filtro e o suporte, avisa Edgard Haddad.
Moagem ideal: grossa
Mocha
Conhecida como cafeteira italiana, vai ao fogão e também filtra por pressão. Gera um café bastante intenso. O fogo deve ser apagado logo que a água começar a subir, para a bebida não ficar com gosto amargo. Bônus: é fácil de limpar.
Moagem ideal: Média
1. Coador de pano com suporte, Lá da Venda, R$ 24*
2. Filtros para coador Hario V60, tamanho 2, com 100, R$ 41,90* na Café Store
3. Cafeteira Aeropress Aerobie, R$ 160* na Coffee Lab
4. Cafeteira Kitchen Craft, 450 ml, R$ 169* na Pepper
5. Cafeteira Plaza, Hercules, para seis cafés, R$ 71,91* na Americanas.com
Expresso em casa
Especialista cita prós e contras de três tipos de máquina para uso doméstico, escolha o seu:
Cápsula
O bom é a regularidade: o café sai sempre igual, pois o resultado não depende da perícia de quem prepara. As máquinas estão cada vez mais baratas; as cápsulas, não. A xícara sai, no mínimo, por 1,50 real. Seria como pagar 250 reais pelo quilo do pó, calcula o expert Edgard Haddad.
1. Máquina Nespresso Inissia Blue Sky, R$ 369*; cápsula Nespresso Kazaar, R$ 19* a embalagem com dez
2. Cafeteira Nescafé Dolce Gusto Mine Me, R$ 498,90* no Walmart; caixa com 16 cápsulas de Nescafé Dolce Gusto Buongiorno, R$ 20,80* no Submarino
Sachê
O método garante cafés sempre bem tirados, como as cápsulas. Falta praticidade: o sachê até custa um pouco menos, mas também é caro. Não oferece igual vedação e o café pode oxidar com o tempo. E é complicado retirar da máquina após o uso, diz o especialista.
1. Máquina Senseo Viva Café HD7828, Philips, R$ 439* no Submarino
2. Pacotes com 18 sachês de Pilão Senseo, tipo clássico, R$ 12,73* no Pão de Açúcar, e tipo Sabor e Leveza, R$ 13,99* no Café Fácil
Máquina automática
Permite o preparo de outras bebidas quentes, como leite espumado e cappuccino. Mói o grão na hora, evitando a oxidação do café. O problema é que são as máquinas mais caras do mercado. Haddad pondera: Mas a xícara de café fica bem mais em conta em relação ao método das cápsulas.
1. Cafeteira Automática Oster PrimaLatte Cobre, R$ 629* na Doural
2. Máquina Saeco Xsmall White HD8745, Philips, R$ 1.999* no Shoptime
*Preços pesquisados em Agosto/2014