“Quisemos dar voz às guardiãs da floresta”, diz Bel Coelho sobre novo projeto
Na COP30, a chef lança livro e documentário que registram a Amazônia pelos sistemas alimentares e pelas vozes de quem sustenta a biodiversidade

Dentro da cozinha, Bel Coelho firmou seu nome como uma das vozes inquietas da gastronomia. Fora dela, tem se dedicado a desvendar a dimensão invisível dos alimentos: as histórias de quem planta, colhe, transforma e protege a biodiversidade. É nesse movimento, que vai da panela ao território, que nasce seu novo projeto, voltado a registrar a Amazônia pela lente dos sistemas alimentares.
Em novembro, durante a COP30, em Belém, Bel lança o projeto Floresta na Boca, composto por um livro e um documentário. O trabalho inaugura uma jornada que pretende se estender por outros biomas brasileiros e parte da constatação de que a compreensão de um ingrediente só se completa quando se conhece uma região e as pessoas que a mantém viva.

“A cozinha continua sendo meu ponto de partida, mas percebi que precisava de outras linguagens para alcançar mais pessoas e dar visibilidade às comunidades que guardam nossa cultura alimentar”, diz a chef do Clandestina e do Cuia.
Do rio à receita
O livro, intitulado Floresta na Boca: Amazônia – Pessoas, Paisagens e Alimentos (Fósforo Editora, R$ 149,90), terá seus direitos autorais destinados integralmente a organizações comunitárias que participaram da elaboração do trabalho.
A publicação é dividida em três capítulos — nomeados a partir dos rios Baixo Tocantins, Xingu e Tapajós —, e combina relatos, fotografias e preparos aprendidos em campo. Além de um glossário com 62 ingredientes do bioma, a obra reúne receitas locais e criações da própria Bel com insumos amazônicos.

Já o documentário, com 52 minutos de duração, foi rodado por uma equipe inteiramente feminina sob direção de Carol Quintanilha e pesquisa de Patty Durães. Filmado em cidades como Altamira, Santarém, Belém, Abaetetuba e Medicilândia, a produção foca especialmente na vida das mulheres ribeirinhas e nos sistemas de produção que sustentam a floresta.
“Quisemos dar voz às guardiãs da floresta, que produzem alimentos de altíssimo valor nutricional e sensorial, com práticas de baixo impacto ambiental e imenso valor ecológico”, explica a chef.
Durante 20 dias de navegação, a equipe percorreu rios como Xingu, Iriri, Novo, Tapajós, Arapiuns e Baixo Tocantins. A experiência inspirou o apelido interno de boat movie, dado ao filme que será exibido pela primeira vez durante a COP30 e que, em seguida, deve estrear em São Paulo e também chegar às plataformas de streaming.
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