Como combater o conflito de gerações no ambiente de trabalho
A consultora de imagem Rachel Jordan fala de cinco propostas para combater o etarismo
O atual cenário da população brasileira aponta para um horizonte no qual o mix de gerações será cada vez maior nas empresas nacionais e multinacionais. Aliás, o envelhecimento populacional não é uma exclusividade do Brasil, ele já acontece no mundo inteiro. Na Europa e Estados Unidos, por exemplo, o fato se repete.
Essa tendência no mercado de trabalho pode ser facilmente explicada pelo fato de que a nossa expectativa de vida vem aumentando ano após ano com os avanços da ciência e da tecnologia.
Com a longevidade em alta em função de um estilo de vida mais saudável e ativo, profissionais mais velhos se sentem em plenas condições e capazes de continuar a exercer o protagonismo de suas carreiras, adiando suas aposentadorias e mantendo-se por mais tempo no mercado.
No entanto, este movimento que deveria ser encarado como um ponto positivo, pois esses profissionais têm muito a contribuir com seu conhecimento e experiência, muitas vezes é motivo de conflito no ambiente profissional.
Mas afinal, como combater o etarismo no ambiente de trabalho? Será mesmo que ter várias gerações de profissionais no mesmo espaço é um problema?
É óbvio que esse mix de profissionais não deve ser avaliado como um ponto negativo. Pelo contrário, pesquisas indicam que ter profissionais de diferentes gerações nas empresas contribui para o crescimento e desenvolvimento das corporações.
No lugar de vermos esse cenário multigeracional como um problema, deveríamos aplaudir a diversidade e inclusão no ambiente profissional. As lideranças e RHs de empresas têm um papel fundamental nessa equação. Juntos têm a missão de mitigar a tensão geracional nas corporações.
Sabemos que cada geração tem características e potenciais específicos, afinal de contas foram criadas em contextos e épocas muito diferentes. Se os mais jovens têm, por exemplo, o trunfo de terem a tecnologia na palma das mãos desde cedo, os mais velhos têm a expertise e a maturidade necessárias na resolução de problemas.
E o papel dos líderes é estimular essa troca de conhecimentos entre os grupos, aumentar a inovação, combater o preconceito entre as gerações, fazer com que todos se comuniquem e aprendam uns com os outros.
Estigmas que os mais velhos não estão aptos para lidar com a inovação e que os mais novos são imaturos para determinadas funções precisam ficar no passado.
Existem pessoas, e não importa a idade que tenham, que cultivam um estilo de vida que mescla hábitos, conhecimentos e gostos comuns a diferentes faixas etárias. São profissionais curiosos, dispostos a aprender ou ensinar, abertos à mudança de carreira e a desenvolver novas habilidades.
É fato que o etarismo é mais presente contra os mais velhos, mas a verdade é que ele atinge também os mais novos. Precisamos entender que o preconceito etário é extremamente negativo numa sociedade que caminha para o envelhecimento a cada dia, e, no Brasil, isso vem acontecendo de maneira muito rápida.
Que tal se começarmos a nos conscientizar de que o conflito entre gerações precisa dar lugar ao acolhimento e empatia, com oportunidades iguais para todos, principalmente os mais maduros?
Abaixo cinco propostas para ajudar a reduzir o conflito geracional no seu ambiente de trabalho.
Engajamento
Estimule o engajamento de sua equipe, acolha diferentes perfis de profissionais, ressalte a importância da harmonia entre os grupos, sejam eles ou não da mesma geração. Se comunique com cada colaborador de acordo com as suas características e necessidades. Esse é um passo importante para minar os preconceitos.
Vieses inconscientes
Gestores e colaboradores precisam unir forças para derrubar preconceitos. Lutar contra julgamentos que estejam relacionados a experiências passadas de alguns profissionais e expostas de forma negativa. Atenção: existe uma linha tênue entre discriminação e brincadeiras. Derrube os estereótipos em qualquer situação.
Times multigeracionais
Que tal criar times com diferentes idades? Essa ação pode resultar em uma experiência transformadora para os profissionais envolvidos. É uma forma de estimular a troca entre as vivências da maturidade e as habilidades técnicas dos mais jovens. Sem contar no aprendizado que isso certamente agregará a todos. A humildade é uma importante habilidade nessas situações.
Diversidade
Um bom líder precisa ter talento não só para gerar resultados positivos, mas habilidade para lidar com as diferenças geracionais e de toda ordem. A diversidade de pensamento e as diferentes metodologias de trabalho devem ser respeitadas e estimuladas pelas lideranças. Essa é uma forma de ampliar a visão de cada profissional e gerar novas possibilidades para o grupo e para a empresa.
Comunicação e feedback
Numa equipe formada por profissionais de diferentes gerações, saber se comunicar de maneira adequada com cada uma delas é fundamental. Entenda a que melhor se adequa a cada um, desde uma mensagem instantânea ou e-mail, até uma conversa em particular. Não se esqueça de que precisa ser levado em conta são as características de cada um no momento de dar ou pedir feedback.