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Stéphanie Habrich

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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.

Chegou a hora! Como planejar seu 2024

Como criar hábitos e desenvolver competência para sermos uma melhor versão de nós mesmas no final do ano

Por Stéphanie Habrich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 jan 2024, 11h38
Chegou a hora de planejar o seu ano (Vlada Karpovich/Pexels)
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Na coluna passada falei do primeiro passo para iniciar o planejamento para este ano que está começando. O primeiro passo é fazer um balanço do que foi o ano que acabou para saber de onde está partindo. 

Se você já fez sua análise e já criou sua narrativa para começar esse novo ciclo, é hora de traçar os planos e estabelecer as metas. Todas essas orientações são da minha amiga, Ana Raia, que é também especialista de desenvolvimento humano, produtora de conteúdo e comanda o videocast NUA. Segundo ela, o planejamento começa assumindo algumas premissas.

Como planejar seu 2024

Esteja sempre em movimento

A primeira delas é saber que não é possível dar conta de tudo. Existe uma construção social que impõe à mulher a obrigação de ser perfeita, uma mulher maravilha.

“Se você vai com essa mentalidade para o planejamento, você sempre vai se olhar no espelho, ver que está faltando alguma coisa e se achar uma fraude, achando que tudo que fez não foi suficiente”, diz Ana. 

“Nós somos maravilhosas nas nossas imperfeições e nas nossas faltas. Vão ter anos mais caóticos, outros em que conquistaremos mais. Em um estaremos mais aceleradas e em outros menos, mas o importante é estarmos sempre em movimento”, completa. 

Saiba que a vida tem fim

A segunda premissa é saber que a vida é finita. Em algum momento iremos morrer. É importante estar ciente disso, porque essa ideia da finitude nos convida à coragem e não ao conformismo. E isso nos estimula a levar o planejamento para a ação.

“Se a tua vida for direcionada pelo medo e não pela coragem, as suas escolhas vão ser sempre pequenas, porque serão feitas com o intuito de evitar sofrimentos possíveis no futuro.” 

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Por exemplo, uma pessoa que está num relacionamento ruim, mas reluta em terminar por medo de não encontrar outra pessoa. Ela faz a escolha de ficar infeliz com alguém para evitar algo que na visão dela vai trazer mais sofrimento.

“Se ela fizer uma escolha pela coragem, ela não terá garantia de sucesso, mas se moverá a partir da esperança de que pode ter um futuro melhor e isso faz toda a diferença”, fala. 

Conheça seus valores

Outra premissa importante é entender que a tua vida só vai ser relevante e terá significado se os teus objetivos estiverem alinhados com os seus valores. Não adianta copiar os sonhos ou os planos de uma pessoa que você admira, porque pode ser que aquilo não tenha nada a ver com você.

Precisamos ter em mente o que é sucesso para nós de verdade, antes de fazer o planejamento. Se não fizemos isso, acabamos indo atrás de status, reconhecimento, segurança e dinheiro, porque é algo que a sociedade nos diz que é sinônimo de sucesso. 

Priorize a saúde

A saúde deve estar em primeiro lugar no nosso planejamento. Por isso, precisamos criar em nossas vidas rotinas de autocuidado, que nos ajudem a dar conta de viver no mundo acelerado de hoje.

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Estar sempre olhando para dentro e cuidando de nosso bem-estar é essencial. Quando não fazemos isso, adoecemos.

Aprecie o caminho

“Temos que aprender a não viver no trem bala. Temos que sair do trem bala e desfrutar a paisagem”, diz Ana. Mas para isso, precisamos estar presentes de verdade em tudo que fazemos.

Não adianta entrar numa reunião com a cabeça no filho que está na escola ou com a preocupação de ter que fazer a compra do mercado. 

Fazemos um monte de coisa, só que tudo no automático. A gente vive no modo Waze, olhando só para o ponto de chegada sem apreciar e ter contato com o que encontramos pelo caminho.

“A pessoa que chega no pico do Everest, ela fica lá nem 10 minutos. O que vale para ela é o caminho que a fez chegar até ali.”

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Seja gentil com você mesma

Precisamos de compaixão conosco. Precisamos ser gentis e nos acolher com nossas imperfeições. Precisamos ter conosco a mesma gentileza que dedicamos aos outros.

Partiu planejamento

A partir dessas premissas, é hora de começar o planejamento. Para isso, é importante saber o que você quer. Qual a sua visão de futuro? O que é prioridade na sua vida hoje?

“Uma das armadilhas do planejamento é não saber priorizar é não saber escolher dentro do hall dos desejos, porque toda vez que fazemos uma escolha por um caminho, renunciamos a todos os outros. Mas se não entendermos que estamos fazendo isso por escolha, vamos entrar na vitimização.”

A dica de Ana Raia para criamos um planejamento foi inspirada no calendário do empreendedor americano Jesse Itzler. Ela propõe um olhar não só para os objetivos que desejamos alcançar, mas para as habilidades e competências que precisamos desenvolver para alcançá-los.

“Muitas vezes a gente tem os recursos externos, mas não tem os internos para colocar o plano em ação”, conta. 

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A proposta, que fez todo sentido para mim, é estabelecer metas que precisam ser realizadas ao longo do ano e que devem estar totalmente alinhadas aos nossos valores. 

  1. Defina dois eventos magníficos, que podem ser concluir uma tese de mestrado, escrever um livro, mudar de casa, pedir demissão, encontrar um novo emprego. Cada uma precisa estabelecer esses grandes feitos para serem realizados um a cada semestre.
  2. Desenvolva quatro novas habilidades/virtudes, uma a cada 3 meses. Aqui estamos falando de cursos, que podem ser online, presenciais, individuais ou coletivos. Mas precisam ter nossa dedicação para que ao longo de 3 meses possamos dizer que desenvolvemos essa habilidade. Pode ser criar planilhas, produzir imagens com inteligência artificial ou aprender a dançar tango.
  3. Crie quatro novos hábitos, um a cada 3 meses, que vão te fazer bem. Também aqui cada pessoa deve fazer sua escolha do que gostaria de colocar na rotina. 
  4. Vivencie 6 miniaventuras, uma a cada dois meses. Aqui estamos falando de experiências inusitadas para o que você costuma fazer. Pode ser uma massagem diferente, conhecer uma cidade próxima ou ir ao cinema numa manhã de segunda-feira. 

No final do ano, teremos feito coisas diferentes, que nos darão uma sensação de que estamos sendo protagonistas de nosso ano. 

Desapegue de duas crenças limitantes ou comportamentos nocivos. Escolha hábitos que não te engrandecem mais.

“Essa não é uma tarefa fácil, porque é a mais fácil desenvolver do que desapegar”, diz Ana. Essa crença limitante pode ser uma história que repetimos sem parar, um lugar de vitimização, uma necessidade de estar sempre ocupada ou sempre se comparar com os outros.

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“O foco não é na excelência, é na melhoria constante. E a comparação não pode ser feita com outras pessoas, mas com quem você foi ontem”, dia Ana.

Essas dicas da Ana fizeram todo sentido para mim. Pretendo segui-las ao longo do ano. Espero chegar a dezembro me tornando uma melhor versão de mim mesma. 

Um Ano Novo cheio de realizações e felicidade para todos!

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