As definições de férias foram atualizadas no isolamento social
As condições são diferentes, mas a colunista Stéphanie Habrich mostra que dá para se divertir em casa com os filhos
Tenho três filhos adolescentes. Quando a quarentena começou, primeiro, tivemos que nos adaptar à rotina das aulas online. De uma hora para outra, eles perderam o contato presencial com amigos e professores e tiveram que se acostumar com a ideia de aprender conteúdos e se relacionar com os outros por meio de telas.
Passados três meses do início do isolamento social, meus filhos já se acostumaram com o esquema de estudar pela internet. Agora, porém, temos um novo desafio pela frente. As férias chegaram e tanto eu como eles queremos que elas sejam proveitosas, apesar de estarmos em quarentena. Mas como fazer com que o tempo livre seja bem aproveitado durante o isolamento social? Como incentivá-los a fazer atividades estimulantes e divertidas para que não fiquem o tempo todo presos a aparelhos eletrônicos?
Meus filhos estão de férias há uma semana. Dois deles são bem apegados ao famoso jogo “Fortnite”. Por um lado, quando estão jogando, parecem felizes: dão risadas, curtem e interagem com os amigos… É uma atividade em grupo, uma forma de estarem em contato com os colegas mesmo que fisicamente separados. Mas, por outro lado, eles passam mais tempo do que eu gostaria jogando. Nessa hora, bate aquela culpa de mãe, que diz que eu deveria me dedicar mais aos meninos e, assim, evitar que passem tantas horas presos ao game. Aquela velha culpa que ressoa na ideia de que você precisa encontrar o equilíbrio ideal entre trabalho, casa e filhos.
A conclusão a que cheguei é a de que o mesmo “mantra” que estava adotando durante as aulas on-line valem para o período de férias. Estamos vivendo uma pandemia, um momento de grandes incertezas. O que sabemos, por enquanto, é que as escolas estão fechadas e que nossos filhos estão passando muito mais tempo em casa do que antes. Diante desse cenário, o que resta a nós, pais, é não nos cobrarmos tanto, e apenas tentar ao máximo aproveitar os momentos que temos ao lado de nossos filhos.
Como já disse em outros textos da coluna, o maior tesouro que podemos dar aos filhos é estarmos plenamente presentes, sem pensar em outras coisas, durante o tempo que passamos com eles. Quando permitimos essa atenção plena, todos ganham, inclusive nós, pais, que temos a oportunidade de nos sentirmos mais próximos deles.
Se colocarmos a criatividade para funcionar, podemos juntos montar projetos, ler livros, assistir a filmes ou simplesmente ficar à toa enquanto conversamos e damos risada. Os filhos, em um primeiro momento, podem até se negar a fazer determinadas atividades e insistirem que querem apenas usar eletrônicos. Mas cabe aos adultos, diante disso, trazer algumas negociações, como dizer para o jovem: “Que tal você jogar videogame durante uma hora e depois fazer um bolo comigo?”. Fazer negociações de tempo e apresentar atividades alternativas pode ser mais produtivo e gerar menos aborrecimentos do que apenas mandar que eles larguem os aparelhos tecnológicos.
Nesse sentido, além de propor atividades, é interessante nos engajarmos nos interesses deles para que sintam que seus gostos também são valorizados e que esse momento de diversão não é uma tarefa imposta pelos pais – o que, convenhamos, só contribuiria para tornar a experiência enfadonha.
Uma mãe que trabalha no Joca, o jornal infantojuvenil que fundei, criou um projeto interessante que ilustra bem essa ideia de fazer algo lúdico e construtivo a partir dos interesses dos jovens. A filha dela, de 10 anos, se interessa muito por vídeos e sempre quis ser youtuber. Assim, a mãe teve a ideia de criar com ela uma conta no Instagram com vídeos em que aparecem discutindo temas diversos. Elas definem tudo juntas, desde as pautas até os roteiros. Agora, a menina vai até começar um curso de edição de vídeos para fazer as produções.
Achei esse projeto genial! Além de divertido, ele está aproximando as duas e fazendo com que aprendam coisas novas. Acredito que esse é o caminho que devemos trilhar: ouvir os jovens, conversar e aproveitar o tempo da melhor maneira possível.
Os meses de aulas online foram estressantes para todos: para os alunos, que não estavam acostumados com essa dinâmica, e para os pais, que se desdobraram – e muitas vezes perderam a cabeça – para que os filhos acompanhassem as aulas. Todos merecem um tempo para relaxar e se divertir juntos. Como eu sempre digo: a pandemia eventualmente vai passar, mas as memórias positivas de afetividade e convivência em família nesse período ficarão para sempre.
Abaixo, separei algumas dicas de atividades divertidas para inspirar pais e jovens durante as férias. Espero que gostem! Até a próxima!
Tire fotografias criativas
Para se inspirar e fazer os melhores registros, clique aqui.
Crie coreografias divertidas
Não é um expert? Não tem problema. Com uma ajudinha como essa, vai ficar mais fácil e a diversão é garantida.
Faça atividades e experiências
No site da Nasa, há uma seção para crianças que conta com dicas de atividades e experiências simples para fazer em casa. Confira aqui!
Visite estádios famosos sem sair de casa
Por enquanto, as visitas presenciais estão fora de cogitação. Mas é possível fazer uma visita por estádios ao redor do mundo sem sair de casa. É só escolher: Maracanã, Juventus e Real Madrid .
Crie um livro de receitas
Vocês podem procurar por algumas receitas na internet ou em livros de culinária.
Crie um blog sobre assuntos que você ama
Alguns sites para postar os textos são os sites WordPress e Blogger.
Horta com vasos
Plante algumas mudas em vasinhos e aproveite o tempo livre para pesquisar quais são as melhores recomendação para as suas escolhas.
Competição de comida
Faça uma competição na qual os participantes disputem para saber quem faz o melhor prato.
Observação: algumas dicas estão em inglês. Para traduzir as páginas, vá no canto superior direito do seu navegador e clique na opção “traduzir página”. No caso dos vídeos, clique no botão “ativar legendas” e selecione a opção “português”.