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Sofia Menegon é feminista, idealizadora da podcast Louva a Deusa e consultora em relacionamento e sexualidade
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Término de relacionamento: por que é tão difícil superar?

Viver todas as fases do luto pode ser incômodo, mas é extremamente necessário para seguir

Por Sofia Menegon
Atualizado em 21 mar 2024, 10h16 - Publicado em 21 mar 2024, 10h15

Eu terminei a minha relação. Uma relação muito visceral, profunda, rápida, intensa e cheia de afeto. Mas longe de ser perfeita. Não acordamos em mais um dia de plenitude e decidimos colocar um ponto final. Foram meses de conversa, discussões e impasses irreconciliáveis, para usar o jargão dos divórcios. Nos amávamos ainda. Eu ainda a amo. Mas decidimos seguir separadas por um conjunto muito sólido de motivos. Ainda assim, uma semana depois, estava eu sem conseguir entender o porquê do fim. “Éramos tão felizes”, repetia para mim mesma. Quem passou por isso, certamente já se perguntou: por que é tão difícil superar um término de relacionamento?

Aquela vontade de voltar, o vexame de ligar na madrugada implorando para a, agora ex, reconsiderar sua decisão. “Somos perfeitas uma para a outra”, soltei entre uma série de outros clichês desses momentos. Naquele instante e em todos que se seguiram, até agora, para ser honesta, não consegui me lembrar do que levou a optar por continuar sozinha. 

Por que idealizamos as relações quando terminamos?

Você já deve ter escutado sobre o luto das relações. Muito semelhante ao que acontece quando pessoas e animais que amamos partem, no fim de um relacionamento, vivemos também as fases do luto.

Nos despedimos daquela pessoa, naquela posição, nos despedimos dos planos que traçamos em conjunto, das rotinas, da presença, de sonhos, certezas e de quem éramos ali. Muito em nós morre para que possamos seguir sem aquele relacionamento.

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E, então, entre as múltiplas fases que ora se misturam, ora se apresentam com nitidez, vivemos a negação, a raiva, a barganha, a tristeza e a aceitação. Não necessariamente nessa ordem, não necessariamente numa sequência. 

Fases do luto do término de relacionamento

Negação

Esse é o período em que simplesmente não aceitamos o fim. De certo modo, criamos um faz de conta na nossa cabeça. Uma historinha de que, a qualquer momento, a parceria vai voltar atrás, de que os dois vão perceber que o término não faz sentido. Aquele agarrar ao que resta de ilusões para não cair direto em todo o emaranhado da separação.

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Raiva

Às vezes, para conseguir seguir nos nossos processos, sentimos raiva. Raiva da outra pessoa por estarmos vivendo esse momento. Raiva de nós mesmas. Raiva dos casais felizes na rua. Dos filmes românticos na TV. Raiva das circunstâncias ou de terceiros.

A raiva é, por vezes, um combustível importante para transitarmos de uma fase para outra de elaboração desse término.

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Barganha

Quando eu liguei para a minha ex, naquela madrugada, eu disse que estava pronta. Pronta para fazer o que fosse preciso para dar certo. Elenquei uma lista de ações práticas, de motivos esotéricos, astrológicos e espirituais para que voltássemos. Fiz promessas impossíveis, ultrapassei meus próprios limites, insisti. Eu estava barganhando, negociando com ela. Vivendo essa fase tão confusa e dolorida do luto.

Tristeza ou depressão

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Então, mergulhamos no fim. Um mergulho que traz à tona tristeza, saudade, a falta. Quando a gente coloca aquela música triste e se permite chorar por horas a fio. Ou, então, precisa se recolher, ficar em um breve isolamento, estar consigo mesma.

Talvez a menos desejada, mas a mais importante de todas as fases do luto.

Aceitação

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É nela que miramos. Pelo menos, eu estou mirando. Quando a gente consegue sentir saudade, mas sem desespero. Sentir falta, mas sem paralisar. E, então, finalmente se reorganizar.

Por enquanto, eu sigo vertendo minhas águas por aqui. Idealizando esse amor que me foi tão precioso, curativo e que me agigantou. Ainda desejo secretamente receber um telefone no meio da noite dizendo “estou na sua porta”.

Saber sobre os processos não nos isenta de vivê-los. Estou vivendo, doendo, chorando escondida. Mas estou também esperançando. Porque saber dos processos nos assegura de uma coisa: tudo passa. 

Que você encontre acalento na caminhada. Acalento em si e nos seus.

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