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Sofia Menegon

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Sofia Menegon é feminista, idealizadora da podcast Louva a Deusa e consultora em relacionamento e sexualidade
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Relacionamentos casuais: como vivê-los sem se apaixonar

Diferente do que muitos pensam, afetos casuais podem ter um grande valor (e não precisam ser desprovidos de uma conexão)

Por Sofia Menegon
26 Maio 2024, 09h10
Como ter relacionamentos casuais sem se apegar
É necessário ter responsabilidade afetiva e autoconhecimento para embarcar no mundo dos dates casuais.  (Freepik/Reprodução)
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Eu não gosto de afeto casual”, dizia eu mesma em um vídeo que viralizou alguns anos atrás. Para mim, a ideia de viver afetos casuais era diametralmente oposta a minha imensa necessidade de vinculação. Por tanto, querer vínculos era incompatível com a experiência dos afetos casuais.

Eu estava errada, pelo menos em partes. Verdade é que entendi o valor dos afetos “sem compromisso”.

Em partes, porque a medida em que o vínculo desponta como possibilidade na relação, o “casual” sai de cena, dando lugar a uma outra qualidade, em termos de categoria, de afeto. Um afeto que pode resguardar a característica de não ser nomeado, permanecer sem obrigações, acordos de exclusividade ou outras demandas comuns aos relacionamentos ditos “sérios”.

Por outro lado, o carinho, aconchego, cafuné, filminho abraçadinha, pezinhos dados, sem compromisso com o amanhã, sem precisar dar explicações no dia seguinte, tem realmente o seu valor. É

bom sentir-se acalentada, acarinhada, abraçada. É bom receber um beijinho na testa depois do sexo gostoso. É bom um café da manhã com trocas de carícias, ainda que isso não se repita, com aquela mesma pessoa, nunca mais. É bom receber esse afago na alma.

No fundo, acho que a gente tem essa necessidade. E, às vezes, não tá afim de embarcar em uma história mais complexa. Às vezes, a indisponível emocionalmente é a gente mesma e está absolutamente ok querer afeto nesses hiatos.

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Mas como ter um afeto casual recorrente sem se apaixonar?

Não há como garantir que não nos apaixonaremos pelo caminho. Apaixonar-se é parte do risco de escolher se relacionar com outras pessoas, independente dos moldes. Pessoas são apaixonantes e, se você é uma emocionada de carteirinha como eu, dê por certo que a paixão vai acontecer.

Agora, o que a gente faz com ela é o grande segredo. Se você não acha que dá conta do casual estando apaixonada, pode ser uma boa ideia se afastar ou encerrar essa relação. Se está disposta a ver no que vai dar, se joga. Mas, nesse último caso, considere contar para a pessoa o que está rolando para que ela também possa decidir se topa ver no que vai dar ou não.

Carência ou paixão?

Somos seres carentes. Em algum momento, a carência bate a porta e pode ser muito fácil confundi-la com paixão. Quando estamos sedentas por um carinho mais terno, um toque amoroso, uma palavra de acolhimento ou de desejo e recebemos tudo isso, é comum bater aquele friozinho na barriga, um quentinho no coração.

Mas isso não significa que estejamos apaixonadas. Na verdade, estamos apenas sentindo a satisfação de ter certas demandas atendidas. Não é sobre o outro, mas sobre as nossas carências.

Não há problema nenhum nisso. Basta apenas fica atenta para não acabar se envolvendo com alguém só porque ela te oferece afeto, tá bem? É preciso mais do que isso para ter uma relação sustentável e saudável.

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Casal deitado juntos
Em algum momento, a carência bate a porta e pode ser muito fácil confundi-la com paixão (cottonbro studio/Pexels)

Como ter afetos casuais com responsabilidade afetiva?

Casualidade afetiva não é incompatível com responsabilidade afetiva. Aliás, é extremamente importante que nossas intenções, pretenções e expectativas sejam colocadas na mesa quando embarcamos nesse universo.

Se você quer um relacionamento, deixe claro. Se você não quer um relacionamento, deixe claro também. E não, vale fingir que não sabe só para facilitar as coisas. Tem muita gente vestindo o “ah, não sei”, “depende”, “vamos deixar acontecer”, apenas para manter outras pessoas interessadas. Isso é irresponsável.

Assumir com coragem que aquilo é casual e que não tem intenção de que se torne qualquer outras coisa é ser responsável afetivamente.
Comunicar, caso alguma coisa mude, é também ser responsável afetivamente. Porque não ter um compromisso, não significa não ter responsabilidade com o outro, independente do nome que se dá à relação. Relações casuais, são relações.

Assim, com todas as cartas abertas, expostas e bem organizadas, podemos esbaldar-nos num mar infinito de carinho que tanto queremos.

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