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Sofia Menegon

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Sofia Menegon é feminista, idealizadora da podcast Louva a Deusa e consultora em relacionamento e sexualidade
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Essa é uma despedida

Amar é uma constante despedida. Talvez, por isso, a gente às vezes fuja tanto do amor

Por Sofia Menegon
11 jul 2024, 15h27
despedida
A vida é feita de muitas despedidas, mas isso não é necessariamente ruim (Peter Cade/Getty Images)
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Talvez falar sobre amor seja mais falar sobre despedidas do que sobre chegadas. Essa é uma frase do meu livro, que vai ser publicado no próximo ano. É provavelmente a minha frase favorita do livro inteiro. Porque no fim de tudo, o que nos resta é sempre uma despedida. Despedida de ideias outrora inabaláveis, despedida de sonhos realizados, despedida da casa em que envelheceríamos, mas ficou pequena, despedida de quem juramos amar para toda a eternidade e também de quem realmente amaremos por toda a eternidade. 

A gente se despede de versões nossas que aprendemos a amar, de fases de quem a gente ama que deixaram de existir. E se despede daquela relação juvenil, da empolgação da lua de mel, do amor maduro que toma seu lugar. Se despede todas as manhãs para ir ao trabalho, todas as noites para cair no sono. 

Quando termina amando, também se despede. Quando reata, se despede do casal que foi. Quando segue amando, se despede daquele alguém. E se despede dos planos, da rotina, da voz e todo um dialeto criado a duas, ou quantas mais forem, línguas.

Despedidas doem. Mesmo as mais desejadas. A despedida de um medo que aprendemos a amar. Despedida de projeções de terceiros  que tomamos por identidade. Despedida de ilusões cômodas.

Amar é uma constante despedida. Talvez, por isso, a gente às vezes fuja tanto do amor. E o confunda com outras tantas coisas que, com ele, nada se parecem. 

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Sim, essa é uma despedida. Ao longo desses mais de três anos de coluna em Cláudia e mais de setenta textos publicados, vivi um sem fim de amores. Foram três anos de profunda entrega na vida, em mim, nas relações. Escrevendo aqui, me descobri escritora e me despedi do meu medo de ser lida. Me descobri incoerente e me despedi do medo de parecer boba. Me descobri segura e tenho me despedido do medo de ser quem eu sou.

Ser colunista de Cláudia foi a realização de um sonho da adolescência. A Sofia de 14 anos vibrou a cada publicação. Mas chegou a hora de me despedir desse sonho para abrir espaço para que outros se realizem.

Com amor, me despeço de você, leitora querida, que me acompanhou por aqui. Me despeço da equipe acolhedora de Cláudia, das minhas brilhantes colegas colunistas. Nos encontramos em breve por aí.

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O mundo é gigante demais, mas o amor encontra seus caminhos. Sigo escrevendo e falando e mudando de ideia lá no meu instagram @sofiamenegon e na @podcastlouvaadeusa

Por fim, deixo com vocês uma frase do meu primeiríssimo texto da coluna:

“Quando convictas da nossa inteireza, não buscamos mais o que nos falta, mas o que nos acrescenta.”

Até breve!

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