Você tem dedo podre para homens?
Olhei aqui para o meu não vi nada de anormal por enquanto
“Desculpa, vou ser sincera você tem dedo podre.” Quantas milhares, bilhares de vezes, eu não escutei isso – ou “ah, você escolhe os errados”.
Convenhamos, se você tem 30+ já ouviu isso ou “é muito exigente, vai ficar sozinha”. Agora, eu pergunto: a gente que tem dedo podre ou os caras que estão muito ruins mesmo (e bota ruim nisso)?
Eu recebo histórias escabrosas no Instagram desde o noivo que engravidou a amante na véspera do casamento, a tio que é pai da sobrinha. Coisa que até Freud se chocaria.
Eu tô aqui em defesa de que há muiiiiiiiiito mais mulheres interessantes, bonitas, inteligentes, com cargos bons, reconhecidas, voz ativa e solteiras. E não é nem por escolha, é porque está em falta no mercado.
Ou o cara é o fofo da família, mas um canalha no relacionamento, ou o grande empresário que se acha, ou o nerd que trai a namorada… São infinitas categorias de homens ruins.
Claro, haverá uma gama que vai vir aqui brandar: “família em primeiro lugar” – mas tem três famílias e não paga pensão. Sem contar o verso bíblico no biografia do Instagram.
Não tem para onde correr, o cupido tirou uma folga. Mulheres que ainda têm esperança, eu tiro meu chapéu.
Podem dizer: “Martchela, você está com ressaca de amor”. Pode ser, mas uma ressaca que começou lá pelos 15 anos. Ou você banca a sonsa e não fala e só sorri, ou vira uma mulher com opinião forte, colunista na revista e leva um fora porque cogitou contar algo engraçadinho (sem nomes, óbvio).
Sinto que não dá para ser uma mulher revolucionária com um parceiro que, de fato, te dê a mão e, quando dão, não dão um colo e um carinho. A gente luta incansavelmente contra um sistema opressor, vem no nosso DNA, mas cansa.
E, às vezes, a gente só quer um cheirinho no pescoço e amar calmo, quentinho e sem problemas. Ali, aqueles cinco minutos para respirar e voltar a orbitar a Terra.
Aí voltamos a ser as mulheres que os caras dizem que sonham: “independentes”, “gostam de trepar na escada do prédio”, “topam ir na casa de swing” e “passam horas falando sobre metafísica e teorias da vida e ETs”.
Não dá nem tempo de concluir um livro da bell hooks juntos e puff. “Eu jurava que tinha alguém dormindo do lado da minha cama e baixando a temperatura do ar condicionado do hotel”.
Quinze minutos e eles fogem. Claro, após um sexo selvagem, declarações e pedidos de casamento e, às vezes, até filhos.
Não dá pra ser as duas coisas. Ou legal, fofa, casada, ou a revolucionária que não deixa barato uma piada machista. Não dá.
Isso é a Grande São Paulo ou o mundo que não preparou os homens para as novas mulheres.
Como antropóloga do sexo e a cidade, cá estou eu, a la Carrie Bradshaw e, graças a Deus, sem o Mr. Big.
Se bem que big… Deixa pra lá, também não vale a pena.
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