Martchela - Ministra do Namoro

Jornalista, atriz e humorista, @martchela__ é apresentadora do Lambisgóia Cast

Bem-estar

Falsa extrovertida: quando o cansaço social revela quem você é de verdade

Você parece amar o agito, mas volta pra casa querendo sumir? Talvez você também seja uma introvertida performando extroversão!

Por Martchela - Ministra do Namoro
7 jun 2025, 16h00

Mulher cansada em festa após forçar extroversão por horas. Ela é introvertida e está exausta.

Por muitos anos da minha vida, eu acreditei ser a mais extrovertida do rolê. Aquela que está em todas. Festa, balada, karaokê na terça, job às 8h da manhã na quarta, happy hour na quinta, yoga no sábado de manhã com a cara expressando leveza e cheiro de alecrim. Eu era, ou achava ser, essa pessoa. Até que a vida, a terapia e o corpo começaram a mandar alertas: “Queridinha, não é por aí que a banda toca”.

A revelação na terapia: introvertida, sim!

Demorou. Mas entendi. Eu sou a famosa introvertida extrovertida!!! E minha psicóloga já me deu o veredito: Você é muito mais introvertida do que imaginou sua vida toda. Eu sofro REAL OFICIAL.

Sou a mais divertida — por três horas

Sim, sou a mais divertida do rolê — por exatamente três horas. Depois disso, levo três dias para me recuperar, em silêncio absoluto, com a alma ligada no modo avião. Já achei que era a idade. Depois, pensei que era falta de vitamina D. Mas não. Era só o meu funcionamento mesmo.

O Instagram engana (até demais)

E aí entra o plot twist: o Instagram, essa vitrine de recortes solares, que faz parecer que eu sou elétrica 24/7. A galera me vê pulando no Baile da Vogue e deduz que eu acordo assim: purpurinada e falando com desconhecidos no café. Só que não. Quando viajam comigo ou dividem a casa, o susto vem.

A verdade: sou quieta. Muito quieta.

Eu sou quieta. Muito quieta. Tipo “não faz barulho nem pra comer” de tão quieta. E não é paz, é tsunami mental. Silêncio por fora, colapso por dentro. Porque, além de introvertida, eu sou ansiosa, overthinker e workaholic. Pensa na combinação.

Quando o ideal colide com o real

Aí vem a parte mais difícil: a personalidade que eu criei não bate com o que eu quero ser. Minha cabeça quer uma casa cheia, jantares animados, uma espécie de point cultural de São Paulo com música, vinho, gente inteligente e afeto espalhado pela casa. Mas na vida real? Em um ano no apê novo, convidei três pessoas. E quando dá 21h, começo a desejar sumir. Sinto um gato me arranhando por dentro — e não é figurativo. É felino, real, me dizendo: “Chega.”

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Não é frescura. É como eu funciono

E olha, eu sou generosa e muito amiga, quero o bem de todo mundo e trato todo mundo muito bem.

Não é charme. Eu sou mesmo. Mas isso não impede que eu me irrite com o som de garfos batendo no prato depois de duas horas de social. Então cá estou, lutando contra a minha personalidade. Pois o que minha cabeça idealiza, meu corpo rejeita.

A mulher dos jantares inesquecíveis… só que não

Eu quero ser a mulher dos jantares inesquecíveis, mas também quero que as pessoas vão embora antes de eu odiá-las sem motivo ou elas me odiarem porque acham que eu sou diferente do que veem no Instagram – Mark deveria pagar minha terapia ou uma boa RP de imagem.

Ainda procuro uma resposta

Se alguém aí tiver a resposta, pode mandar por DM, carta, sinal de fumaça. Não é que eu ligue tanto pra opinião dos outros. É que, sinceramente, eu queria funcionar de outro jeito. Ou ao menos conseguir descansar dentro da que eu sou.

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Vida moderna e seus grandes e pequenos (e irritantes) questionamentos.

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