Relatos selvagens
"Tenho vivido passagens difíceis. Doença grave. Separação de relação afetiva longeva. Mas há coisas a celebrar. Transo gostoso com meu novo marido"
Sempre fui alertada pelas amigas da minha chatice com relação a clamar por problemas. Teatral, épica, dramática. Elas acham que eu ando em círculos, que eu trago, randomicamente, o mesmo repertório melancólico. Não sei se é verdade. Tenho vivido passagens difíceis. Doença grave. Separação de relação afetiva longeva.
Mimimis menores. Dengue e repetência com expulsão das duas filhas de colégio tradicional carioca. Semana passada, a saúde da minha mãe deu ruim. Problemas financeiros. Peito e bunda que caíram. Menopausa gritando. Mas tem outras tantas coisas a celebrar. Respiro sem aparelhos. Transo gostoso com o novo marido.
Amo minha aula de Broadway Dance. Gostando do meu atual trabalho. Animada com o sucesso do Atitude50. Então, cara mulher madura, chegar aos cinquenta e tal é tubarão nas redondezas. Sangramos e a mordida acontece. Não podemos sucumbir ao óbito.
Ontem, durante um jantarzinho no Alto Leblon com as filhas da PUC, amigas de toda uma vida, recebi vários conselhos. “Kika, muda de cidade. Sai do #riodemerda e vai pra São Paulo. Sobre sua mãe, por que não assassiná-la? Plástica? Arruma seu pescoço que não está bom.” Pelo que se viu, tenho amigas hardcores. E olha que a cannabis só veio depois da lasanha. Vai entender….
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